Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

OLHARES COTIDIANOS

Natal, entre o que se espera e o que se vive

Entre afetos, ausências e desigualdades, o Natal revela um território complexo de sentimentos, marcado por esperança, consciência e gentileza

Sátina Pimenta | 26/12/2025, 12:42 h | Atualizado em 26/12/2025, 12:42
Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Sátina Pimenta

Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária



          Imagem ilustrativa da imagem Natal, entre o que se espera e o que se vive
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária. |  Foto: Divulgação

Estou aqui pensando sobre o que falar. Afinal, ontem foi Natal. 25 de dezembro. Uma data que, por si só, já carrega peso, memória, expectativa. Cheguei a pensar em falar sobre o estresse que essa festa costuma gerar.

Os reencontros, os encontros forçados, as expectativas que aparecem sem pedir licença. Pensei também naquela frustração quase silenciosa: você tira um amigo no amigo secreto, se dedica, pensa com carinho, escolhe um presente especial — e recebe algo comprado às pressas, sem intenção, sem encontro. Isso também é Natal.

Pensei ainda em falar do lado bonito. Do Natal como renascimento. Do simbolismo do nascer, do recomeçar, da possibilidade sempre aberta de algo novo surgir. Da ideia de salvação — não só religiosa, mas humana: a chance de que algo em nós seja tocado, cuidado, refeito.

E, pensando em tudo isso, cheguei a uma constatação simples e complexa ao mesmo tempo: o Natal é um território cheio de sentimentos. Cheio de relações. Cheio de coisas boas e de coisas difíceis.

Nem todo mundo vai viver esse dia do mesmo jeito. E não estamos falando apenas de expectativas emocionais. Estamos falando de realidades sociais muito diferentes.

Enquanto em alguns lugares a ceia é farta — e parte dela vai para o lixo —, em outros não há ceia alguma. Não por falta de vontade, mas por falta de condição. Por limites econômicos, por histórias atravessadas pela escassez.

O Natal, assim como a vida, não é simples de definir. Ele existe a partir do olhar de quem o vive. E cada olhar carrega sua própria história, suas perdas, seus afetos, suas ausências.

Seria bonito se fosse mágico para todo mundo. Se desse para escolher só as partes boas. Se ninguém se sentisse deslocado, julgado, sozinho ou insuficiente. Mas não é assim. Feridas aparecem. Escassezes ficam mais visíveis. Comparações doem mais. Expectativas não atendidas machucam.

E ainda assim, curiosamente, o Natal insiste em símbolos de esperança.

O pinheiro — a única árvore que sobrevive ao inverno.

As luzes, como quem diz que mesmo no escuro algo pode brilhar.

O nascimento de Cristo.

Os presentes, que remetem aos reis magos, ao gesto de ofertar.

Talvez o desejo possível para este Natal não seja a perfeição.

Talvez seja um pouco mais de consciência, um pouco mais de gentileza, um pouco menos de exigência.

Talvez seja dançar menos conforme o roteiro esperado e mais conforme o que cada um consegue viver. Que haja espaço para o real.

E, dentro dele, para o afeto possível.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ:

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária

ACESSAR Mais sobre o autor
Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Olhares Cotidianos,por Sátina Pimenta

Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Sátina Pimenta

Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária

PÁGINA DO AUTOR

Olhares Cotidianos