Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

OPINIÃO INTERNACIONAL

A nova estratégia de segurança nacional de Donald Trump

Novo documento estratégico dos EUA revela mudanças na política externa sob Trump e levanta controvérsias globais

José Vicente de Sá Pimentel, Colunista de A Tribuna | 08/12/2025, 13:25 h | Atualizado em 08/12/2025, 13:25
Opinião Internacional

José Vicente de Sá Pimentel



          Imagem ilustrativa da imagem A nova estratégia de segurança nacional de Donald Trump
José Vicente de Sá Pimentel, nascido em Vitória, é embaixador aposentado |  Foto: Divulgação

Uma lei federal americana de 1987 exige que o Executivo informe o Congresso anualmente sobre o estado da segurança estratégica do país. Cumprindo esse mandato, a Casa Branca divulgou quinta-feira o documento recém encaminhado ao Legislativo, em cujas 33 páginas são expostas as diretrizes que orientam a atual política externa americana.

Antes de começar qualquer análise sobre o informe, duas observações são necessárias. A primeira é que, embora o documento objetive dar respeitabilidade às orientações da Casa Branca, num governo Trump o que vale mesmo são os humores do chefe e a imprevisibilidade será a regra. Decorre desta premissa a segunda ressalva: embora as estratégias pretendam dar clareza às decisões do governo, as escolhas de Trump estarão sempre sujeitas a controvérsias.

A leitura do documento leva à constatação de que o atual governo impôs uma importante mudança na moldura estratégica do país. Mesmo no primeiro mandato de Trump, as políticas partiam da avaliação de que os EUA competiam com duas outras potências globais, e em função disso eram alinhados medidas e métodos para enfrentar os desafios.

O documento atual minimiza o perigo da competição com a China e a Rússia. Esta última não é mais percebida como uma ameaça. O interesse essencial americano seria restabelecer a estabilidade estratégica russa e, paralelamente, garantir a sobrevivência da Ucrânia. A proximidade de Putin com o regime norte-coreano não é sequer mencionada, e o perigo da cooperação militar russo-iraniana teria sido superado pelo bombardeio do Irã.

Todas essas suposições serão, certamente, muito contestadas, dentro e fora dos EUA.

A par disso, o documento reconhece a China como uma competidora, mas circunscreve a competição ao campo comercial. Sendo assim, o objetivo primordial seria manter “uma relação mutuamente vantajosa” com os chineses. Contudo, no que parece ser um gesto de apoio à primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi, que anda às turras com Xi Jinping, a nova estratégia mantém o compromisso de evitar uma guerra no Indo-Pacífico, e renova o apoio a Taiwan, ao rejeitar “qualquer modificação do status quo Estreito de Formosa”.

O Oriente Médio é caracterizado como lugar de origem e destino de investimentos internacionais. A nova política externa americana sublinha ter sido um equívoco pressionar as monarquias do Golfo no sentido de abandonarem “suas formas históricas de governo” e transformarem-se em democracias.

A Europa é a grande vítima dos estrategistas. Muito na linha do discurso do vice presidente J.D.Vance na abertura da Conferência de Segurança de Munique, em 14/2, o documento se volta contra as chamadas democracias liberais europeias, que seriam as causadoras do “declínio civilizacional” europeu. Se aquele discurso provocou imensa celeuma, é de prever que agora a repercussão será ainda mais intensa. O ex-Primeiro Ministro da Suécia, Carl Bildt, já declarou, com todas as letras, o seu desagrado, ao dizer que a nova estratégia coloca os EUA à direita da extrema-direita europeia.

Para o Brasil e para a América Latina como um todo, o desafio será decifrar os riscos e oportunidades oferecidas pela prioridade agora atribuída ao Hemisfério Ocidental (termo que abrange as Américas do Norte, Central e do Sul, além do Caribe). O documento sugere que a força militar ora destacada para a proximidade da Venezuela não será encerrada com uma eventual destituição de Nicolás Maduro. Os EUA passariam a privilegiar contatos com os países latino-americanos para controlar o tráfego marítimo, reduzir as migrações e combater o narcotráfico, além de “promover a aquisição estratégica e os investimentos produtivos para empresas americanas”. Subentende-se que o alvo principal, no caso, seja a exploração de riquezas minerais, em particular das terras raras que se encontram na região.

A doutrina Monroe, de 1823, visava impedir intervenções europeias nas Américas, enquanto os EUA não interfeririam nos assuntos europeus. O corolário Trump reserva aos EUA a prerrogativa de intervir nas Américas, enquanto diminui o engajamento com Europa, Ásia e África. Na prática, doutrinas e corolários estarão submetidos à veneta de Trump.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ:

Opinião Internacional

Opinião Internacional, por José Vicente de Sá Pimentel

ACESSAR Mais sobre o autor
Opinião Internacional

Opinião Internacional,por José Vicente de Sá Pimentel

Opinião Internacional

José Vicente de Sá Pimentel

Opinião Internacional