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Mundo Digital

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Colunista

Eduardo Pinheiro

O perigo escondido atrás de vídeos infantis na internet

Brainrots: vídeos virais para crianças preocupam especialistas pelo impacto no desenvolvimento

Eduardo Pinheiro, Colunista de A Tribuna | 22/09/2025, 12:20 h | Atualizado em 22/09/2025, 12:20

Imagem ilustrativa da imagem O perigo escondido atrás de vídeos infantis na internet
Eduardo Pinheiro é consultor de tecnologia da informação. |  Foto: Divulgação

Um fenômeno tomou conta das telas dos celulares e preocupa especialistas: os Brainrots. Vídeos coloridos, barulhentos e aparentemente divertidos, com personagens de nomes engraçados como Bombardillo Crocodilo, La Vaca Saturno Saturnino e Bailarina Capuchina, estão atraindo milhões de crianças. Por trás de músicas chicletes e narrativas sem sentido, há riscos sérios ao desenvolvimento infantil.

Quanto mais tempo os pequenos ficam grudados nas telas, maior o engajamento gerado e, consequentemente, maior a monetização para os criadores dos Brainrots.

O termo, que em tradução livre significa “apodrecimento do cérebro”, não surgiu por acaso. Trata-se de conteúdos digitais produzidos, em sua maioria, com apoio de ferramentas de inteligência artificial, desenhados para capturar a atenção de crianças por meio de uma fórmula que mistura repetição, exagero sonoro e estímulos visuais caóticos.

O resultado é um produto que pode literalmente “derreter o cérebro” dos pequenos — comprometendo sua capacidade de concentração e interferindo em seu desenvolvimento mental e cognitivo.

As consequências para o desenvolvimento infantil são preocupantes:

1. Prejuízo à concentração e aprendizado. O excesso de estímulos rápidos diminui a capacidade de foco, dificultando tarefas escolares e atividades que exigem atenção prolongada.

2. Impacto emocional e comportamental. Piadas preconceituosas e sons exagerados deixam as crianças agitadas, irritadiças e mais propensas a comportamentos agressivos.

3. Risco de dependência digital. Projetados para engajar a qualquer custo, exploram mecanismos de recompensa do cérebro, levando ao consumo compulsivo e à perda da noção de tempo.

4. Vocabulário impróprio. Palavras de baixo calão e expressões violentas são incorporadas ao dia a dia das crianças, influenciando seu modo de falar e interagir.

5. Desconexão com a realidade. Os loops e narrativas sem lógica criam um mundo artificial que confunde fantasia e vida real, prejudicando a percepção do que é aceitável.

6. Normatização de comportamentos perigosos. Ao repetir violência ou preconceito em tom de humor, o conteúdo dá a impressão de que tais atitudes são normais e aceitáveis.

Esses vídeos não têm nenhum compromisso educativo. O objetivo exclusivo é monetizar com visualizações, sem filtros de idade, orientação de psicólogos ou validação de educadores.

Cabe aos pais redobrarem a atenção. Plataformas como TikTok, Kwai e Instagram — proibidas para menores de 13 anos — são os principais espaços de disseminação desse conteúdo. É essencial acompanhar o que os filhos consomem, aplicar filtros e respeitar a classificação etária.

A infância não pode ser refém de algoritmos que visam apenas o lucro. Proteger as crianças é garantir que o ambiente digital seja saudável, educativo e seguro.

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