O avanço dos golpes com deepfakes nas redes sociais
Deepfake e golpes digitais: quando nem os olhos podem acreditar
As redes sociais deixaram de ser apenas palco de interações sociais e passaram a ser terreno fértil para fraudes cada vez mais sofisticadas.
A evolução dos golpes digitais tem encontrado nas tecnologias de deepfake e nas chamadas identidades sintéticas ferramentas poderosas para enganar usuários.
A tecnologia de deepfake utiliza algoritmos de inteligência artificial capazes de mapear minuciosamente o rosto de uma pessoa, reproduzindo expressões faciais, movimentos labiais e até a entonação de voz.
Com isso, torna-se possível criar vídeos nos quais uma pessoa parece falar ou fazer algo que nunca ocorreu. O resultado, antes grosseiro, hoje pode ser praticamente indistinguível da realidade.
Casos recentes ao redor do mundo mostram como essa tecnologia é usada para fraudes e ataques pessoais.
A Princesa Catharina-Amalia, futura rainha dos Países Baixos, foi vítima de um deepfake pornográfico em que seu rosto foi sobreposto ao corpo de atrizes em vídeos eróticos.
Outro exemplo vem dos EUA. A senadora Amy Klobuchar teve sua imagem usada em um vídeo falso que atribuía a ela declarações ofensivas. Apesar de parecer autêntico, tudo era fabricado.
A repercussão foi tão grande que motivou a parlamentar a propor o No Fakes Act, lei que pretende obrigar plataformas digitais a remover conteúdos manipulados mediante solicitação das vítimas. No Brasil, a tecnologia também explodiu nos últimos 3 anos.
Em 2023, viralizou um vídeo em que o apresentador Silvio Santos aparecia sentado na bancada do Jornal Nacional, com a voz de William Bonner.
Embora criado com tom humorístico, o episódio mostrou como os recursos de manipulação digital já estão ao alcance de qualquer usuário, seja para entretenimento, seja para usos ilegais e criminosos.
Os números confirmam a tendência preocupante. Segundo relatório da empresa Sumsub, entre 2022 e 2023 houve aumento de 830% nos crimes envolvendo deepfakes no Brasil, colocando o País entre os mais vulneráveis a esse tipo de fraude.
Esse cenário exige atenção redobrada de todos nós. Golpistas já começam a usar vídeos e áudios falsificados para oferecer produtos inexistentes, solicitar transferências financeiras ou criar situações de desinformação em escala.
O alerta é claro: nunca tome decisões precipitadas diante de mensagens que parecem vantajosas demais ou que envolvam pedidos urgentes de pagamento. É fundamental verificar a autenticidade do conteúdo antes.
Vivemos uma era em que não basta mais “ver para crer”. As deepfakes estão aí para provar que até os olhos podem ser enganados. Cabe a cada usuário adotar uma postura crítica, buscar fontes confiáveis e compartilhar a informação segura. No ambiente digital, a cautela nunca foi tão necessária.
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