Filme Baby recebe muitos aplausos em Cannes
Emoção tomou conta dos atores que estiveram presentes na sessão apresentada nesta terça no Festival
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Baby, filme do diretor mineiro Marcelo Caetano estreou em Cannes, sendo apresentado na manhã desta terça-feira (21). O filme é o segundo longa metragem do cineasta, que se radicou em São Paulo.
Baby conta a historia de uma paixão tumultuada, de uma amizade cheia de desencontros. É a segunda história de Marcelo Caetano que tem o centro de São Paulo como cenário, onde o diretor filma há 15 anos.
Seu primeiro longa, Corpo Elétrico, foi também selecionado para o Festival de Roterdã, e agora Baby estreou na Mostra Semana da Crítica, onde grandes cineastas já passaram antes.
Em Baby, os personagens estão em constante movimento, eles cruzam as ruas da cidade, em bus da realização de seus desejos. Para o realizador, o filme é uma historia de cumplicidade e amizade em meio ao caos desta metrópoles.
O ator João Pedro Mariano interpreta Wellington, um jovem liberado de um centro de detenção. Ricardo Teodoro é Ronaldo, um garoto de programa que ensina a Wellington novas formas de sobrevivência na cidade. João Pedro é um garoto lindo, ele é meigo e amoroso, como no personagem, ele é Baby. Frágil, mas forte. O personagem e o ator se misturam.
Primeiro longa metragem deste jovem ator de 21 anos, ele chegou em Cannes, na mostra Semaine de la critique, e vai ganhar espaço no internacional, pois tem cara de modelo Dolce et Gabbana, e talento para fazer cinema.
Aliás, todas as interpretações são ótimas. Mesmo que talvez Baby seja um filme ainda delicado para o grande publico, ele é um filme sincero, que mostra a vida como ela é.
Baby tem emoção e humor, é um drama humano, que mostra os sentimentos humanos, em uma situação de sobrevivência.
O filme conta uma história de pessoas abandonadas que se reagrupam e se ajudam em meio ao caos de uma vida urbana precária. E erótico sim, mas fala de amor. Discute um dos temas deste festival, a inserção e a liberdade de gênero. Mostra o espaço urbano de São Paulo, com seus recantos humanos, mostra a dificuldade da sobrevivência de pessoas que saem do padrão caricatural do normal, e é corajoso nas cenas de sexo.
A fotografia excepcional é assinada por Joana Luz, mineira que mora em Arle, na França, e Pedro Sotero.
Em entrevista, Marcelo nos disse que quis mostrar no filme este outro modelo de família, que quase todos nós temos quando migramos de um lugar a outro, como no caso dele que deixou Minas há muitos anos e adotou São Paulo como sua terra.
Marcelo já conhece Cannes, trabalhou em duas produções que passaram neste festival, Bacurau e Aquários, de Cleber Mendonça Filho.
Baby é uma co-produção oficial – França, Brasil, Holanda- e foi selecionado entre mais de mil filmes. A emoção tomou conta dos atores que estiveram presentes na sessão apresentada na terça Cannes, no espaço Miramar, sala completa do início ao fim, e recebeu muitos aplausos!
Viva o cinema brasileiro!
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