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Empreendedorismo Capixaba

Mulheres treinadas para o mercado de trabalho

Instituições e ONGs apostam na inclusão produtiva de mulheres de periferia. A ação de capacitação vai render prêmio no Estado


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Imagem ilustrativa da imagem Mulheres treinadas para o mercado de trabalho
Desfile do projeto costumize es: mulheres aprendem a transformar retalhos e lixo têxtil em roupas da moda |  Foto: Acervo pessoal

Inclusão produtiva será tema de um dos eixos premiados pela Secretaria Estadual das Mulheres, que quer conhecer as instituições, movimentos coletivos e organizações não governamentais que estão promovendo a inclusão produtiva de mulheres no Estado.

As melhores receberão R$ 10 mil, no caso de ONGs, e R$ 5 mil para instituições ainda informais. O edital do Prêmio Elas será publicado na próxima segunda-feira, dia 2 de outubro, no Diário Oficial e as instituições têm até o dia 20 para inscrever os projetos.

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Mas o que é inclusão produtiva? É algo que vai além da simples inclusão no mercado de trabalho, porque também considera o desenvolvimento de habilidades, a capacitação, o acesso a recursos e o apoio necessário para que as mulheres possam se tornar produtivas em suas atividades.

Além do eixo Empreendedorismo e Inclusão Produtiva, o prêmio vai contemplar os eixos de Saúde e Bem-Estar da Mulher e o de Enfrentamento a Todas as Formas de Violência. Esses três eixos constituem o Plano Estadual de Política para as Mulheres e o planejamento estratégico da Secretaria Estadual das Mulheres.

Exemplo dessas boas práticas está na jovem Ana Quiroz, 26 anos, que e fundou a TalksTech, uma startup que ajuda mulheres que não têm diploma de curso superior a se capacitarem para o mercado. Dentre os trabalhos que desenvolve, ela criou a TalXPeople – projeto social sem fins lucrativos e que ainda não é formalizada como ONG.

As empreendedoras Debora Schulz e Meryciane Silva, do coletivo Nação Mulher ES, também estão animadas com o prêmio.

A instituição atua na Região 5, de Vila Velha, e tem várias ações sociais voltada para mulheres, como doação de cestas básicas, absorventes reutilizáveis e criaram o Costumize ES, que é um projeto de reaproveitamento de lixo têxtil e de vestuário em desuso.

Também em Vila Velha, o coletivo Segue o Fluxo pretende contar sua história para concorrer ao Prêmio Elas. A instituição, segundo Fabíola Mozine, trabalha a valorização da mulher, saúde ginecológica e empreendedorismo.

Costura e doação de absorventes

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres treinadas para o mercado de trabalho
Absorventes reutilizáveis foram distribuídos para mulheres carentes da Região 5 de Vila Velha, pela instituição Nação Mulher ES |  Foto: acervo nação mulheres ES

Capacitar mulheres para a costura de absorventes reutilizáveis e ensiná-las sobre saúde da mulher foi o desafio de duas instituições: o Cine por Elas, que criou este ano o projeto Segue o Fluxo, e a Nação Mulher ES, que tem o projeto Fluxo Solidário Sustentável.

No projeto Segue o Fluxo, foram treinadas 60 mulheres de Vila Velha para o mercado, ensinando a confeccionar absorventes reutilizáveis. Agora o coletivo pretende avançar com o projeto para o interior do Estado, segundo contou Fabíola Mozine, fundadora do coletivo Cine por Elas.

Ano passado, elas ganharam o prêmio Territórios Criativos, da Secretaria Estadual de Cultura, e receberam R$ 30 mil. Em janeiro deste ano, conseguiram com esta verba iniciar o projeto de costura dos absorventes reutilizáveis. Elas compraram equipamentos, móveis e tecidos, e em seguida montaram as turmas.

Cada turma teve cerca de 10 alunas, que se reuniram duas vezes na semana durante 30 dias. Ao final do curso, cada uma sai com seu kit de cinco absorventes reutilizáveis e a capacitação para o trabalho.

“A gente capacita a mulher para ela ser o que ela quiser. Treinamos mulheres, e não só uma costureira. Muitas chegam com problemas de relacionamento, violência doméstica, problemas com filhos e tentamos aqui conversar e encontrar caminhos para resolver esses conflitos”, conta Fabíola.

Agora o projeto quer ganhar o Estado. Boa parte desse grupo que aprendeu a costurar pode também ensinar outras mulheres.

“Vamos aproveitar boa parte delas para rodar o Estado para fazer as aulas de educação menstrual e a entrega dos absorventes pelos grupos de mulheres de todo o estado”, diz a fundadora da instituição.

Agora elas vão mapear o Estado para identificar onde há costureiras que queiram fazer o curso para aprender a costurar o absorvente.

As empreendedoras Débora Schulz e Mery Silva criaram o Programa de Emancipação da Mulher Periférica – Fluxo Solidário Sustentável– da instituição Nação Mulher ES. Foram distribuídos 120 bioabsorventes para as mulheres e meninas da Região 5 de Vila Velha, produzidos pela empresa Chão de Casa, de Vila Velha.

Inclusão produtiva

A inclusão produtiva é um conceito que se refere à criação de oportunidades e condições para que um número mais amplo de pessoas participe ativamente na economia, contribuindo para o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Ela busca garantir que grupos historicamente marginalizados, como pessoas com deficiência, jovens em situação de risco, minorias étnicas, entre outros, tenham acesso a oportunidades de emprego, empreendedorismo e educação, permitindo-lhes contribuir de forma produtiva para a sociedade.

Trata-se de uma abordagem que vai além da simples inclusão no mercado de trabalho, pois também considera o desenvolvimento de habilidades, a capacitação, o acesso a recursos e o apoio necessário para que as pessoas possam se tornar produtivas em suas atividades.

O papel da inclusão

Igualdade de oportunidades no trabalho

Promove a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, o que significa que as mulheres têm acesso a uma gama mais ampla de empregos e setores. Isso ajuda a superar estereótipos de gênero e barreiras que historicamente limitaram as escolhas de carreira das mulheres.

Acesso à Educação

Envolve a promoção do acesso das mulheres à educação de qualidade e à capacitação profissional. Isso lhes permite adquirir as habilidades necessárias para competir em diversos setores e cargos.

Empreendedorismo Feminino

Incentiva o empreendedorismo feminino, apoiando as mulheres na criação e gestão de seus próprios negócios. Isso não apenas oferece independência financeira, mas também estimula a inovação e o crescimento econômico.

Igualdade Salarial

Ao promover ambientes de trabalho mais inclusivos, ajuda a reduzir a disparidade salarial entre homens e mulheres.

Liderança e Tomada de Decisão

Busca garantir que as mulheres tenham oportunidades para ascender a cargos de liderança e influência em suas organizações e comunidades.

Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal

Promove políticas que ajudam a equilibrar as responsabilidades de trabalho e vida pessoal, como licença-maternidade, flexibilidade no local de trabalho e creches acessíveis. Isso ajuda as mulheres a equilibrar suas responsabilidades profissionais e familiares.

Redução da Violência de Gênero

Pode contribuir para a redução da violência de gênero, fornecendo às mulheres opções econômicas alternativas que podem ajudá-las a escapar de situações de abuso e dependência financeira

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