Economia de até 80% em empresas sustentáveis
Investimentos em energia solar e outras soluções sustentáveis garantem economia financeira e ganhos para o meio ambiente
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Mulheres de negócios levam o cuidado com a família para as empresas e muitas já montam seus empreendimentos pensando em cuidar da nossa casa maior, que é o planeta. Práticas sustentáveis são cada vez mais comuns e representam ganhos não só para a natureza, como também para os negócios.
A substituição do uso da energia elétrica convencional pela energia fotovoltaica, produzida pela luz solar e que é considerada limpa e sustentável, por exemplo, chega a resultar em economia de até 80% nas contas das empresas.
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Este é o caso da empresária Sabrina Maia, 41 anos, proprietária do empreendimento Chalés Villa Caravaggio, em Santa Teresa, Região Serrana do Espírito Santo, e este ano optou pela energia solar.
“Compramos o terreno em 2019, começamos a construir os chalés e inauguramos em junho de 2021. Sempre quis construir de forma a não agredir a natureza. Por isso, optei pelos tijolos ecológicos, que não precisam ser queimados durante seu processo produtivo e não poluem o meio ambiente. Usamos madeira de reflorestamento para a construção e também nossos kits de lenha para as lareiras são de madeiras de reflorestamento”, explica Sabrina.
No Sítio Mestre Álvaro, na Serra, a empresária Maria Helana de Sousa Piazzarollo, 59 anos, que investe no agroturismo, comemora a economia de energia desde a instalação das placas fotovoltaicas.
Ela conta que gastava em média R$ 5 mil por mês com a conta de energia elétrica e atualmente paga R$ 1,8 mil.
Essas empresas encontraram no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) um aliado para a realização dos projetos.
“Temos atendido muitas empresas interessadas na sustentabilidade, porque além de ter uma visível rentabilidade, dá uma imagem positiva à empresa que cuida do planeta”, comenta Danielle Corradi, gerente de Negócios do Bandes.
A gerente atende e orienta mulheres que estão em busca da expansão do seu negócio e constata o aumento do interesse feminino por práticas sustentáveis.
O cuidado com o planeta também passa por outras práticas das empresas lideradas por mulheres, como o reaproveitamento de água da chuva, a compostagem, coleta seletiva do lixo, reaproveitamento de materiais plásticos, utilização de produtos ecológicos, que não agridem a natureza, entre outros.
Construção com menos danos à natureza
Sabrina Maia, 41 anos, é proprietária dos Chalés Villa Caravaggio, em Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo. Bancária há 20 anos, ela realizou o sonho de empreender na área do turismo e vê nos casais apaixonados um ótimo nicho de mercado.
Construiu em 2021 cinco chalés e no ano seguinte, mais cinco. Depois construiu um chalé em um ônibus modelo 1984, o “chalé bus”, com toda a sofisticação de um quarto de hotel.
Agora a empresária pretende construir mais dois chalés e instalar mais um ônibus. Todo o empreendimento segue padrões sustentáveis de construção e a instalação de painéis solares já resultaram em economia de 80% na conta de luz.
“Na construção, a gente sempre pensava em reduzir aos danos à natureza porque pensamos nas próximas gerações”, explicou Sabrina Maia.
Redução na conta de energia
O valor mensal da conta de energia elétrica fez a empresária Maria Helana de Sousa Piazzarollo, 59 anos, repensar seu negócio e investir em energia solar para seu restaurante – o Sítio Recanto Mestre Álvaro, na Serra.
Foram instaladas no sítio 56 placas fotovoltaicas – investimento de R$ 130 mil, que ela espera ver de volta em três anos. Investindo no agronegócio desde 1998, Helana não pensa em parar.
“Quando eu comecei as pessoas não acreditavam. Diziam que eu iria abrir um restaurante para dar de comer às vacas”, conta sorrido. Hoje o restaurante e a área de lazer recebem duas mil pessoas por mês.
Redução de juros para projetos de mulheres
As empresas femininas têm um aliado na hora de expandir seu negócio ou até mesmo para tirá-lo do papel. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) oferece uma linha de crédito com redução de 1,5% na taxa anual de juros, que vai gerar um desconto de 30% na taxa global do empréstimo. Mas para obter essa linha diferenciada, a empresa deve ter em seu contrato social a participação feminina com 50% das cotas.
A orientação para a aquisição de linhas de financiamento no Bandes ocorre de mulher para mulher. A gestora de Negócios do Bandes, Danielle Corradi, explica que conversa pessoalmente com cada mulher para falar das vantagens do financiamento.
“Muitas vezes, as pessoas não conhecem um banco que apoia o desenvolvimento capixaba através de administração de fundos de investimentos, com destinação específica para fomentar cadeias produtivas”, diz Danielle ao apresentar o Bandes. Ela afirma que a mulher empreendedora tem medo de falar de dinheiro, é mais cautelosa ao contrair um empréstimo, mas é mais fiel ao pagamento.
“A mulher pequena empreendedora tem muito mais medo da dívida. Ela tem medo de pegar dinheiro emprestado e quando encontra uma outra mulher orientando esse processo, é uma forma de apoio”, explica.
Sebrae
Já o Sebrae tem a preocupação de orientar os planos de negócios para que as empresas tenham o tema sustentabilidade como diferencial competitivo.
“Os projetos com foco em sustentabilidade têm crescido. A área de energia limpa, por exemplo, é um mercado promissor, a tendência é que cresça mais de 40% até 2030”, garante Pedro Rigo, superintendente do Sebrae/ES.
“Nós do Sebrae estamos preparados para dar o suporte necessário em termos de conhecimento ao empreendedor”, afirma.
Empoderar mulheres é meta da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu uma série de objetivos ambiciosos no ano de 2015 por meio de um “Pacto Global”, que envolve os seus 193 países membros.
A ideia central, desde o início, é alcançar o desenvolvimento sustentável nos próximos anos e por isso o plano ficou conhecido como “Agenda 2030”.
O projeto da ONU contempla 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentre eles: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de qualidade; alcançar a igualdade de gênero e empoderar as mulheres; assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento; energia acessível e limpa; trabalho decente e crescimento econômico; construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
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