X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Economia

90% dos empregados são donos da maior petrolífera independente do país

Dos colaboradores da Prio, 90% têm ações da empresa, que busca gente com espírito de dono para assumir uma carreira sólida no setor


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem 90% dos empregados são donos da maior petrolífera independente do país
Francilmar (à direita) com o jornalista Rafael Guzzo durante a entrevista realizada no Estúdio Tribuna Online: conversa sobre o mercado de petróleo e gás |  Foto: Aquilles Brum

Maior petrolífera independente do Brasil, a Prio nasceu de uma companhia que chegou perto de quebrar.

Apostando em campos maduros, ou seja, ou seja, reservas de petróleo mais antigas, e com uma mudança na mentalidade e na gestão, a empresa conseguiu o chamado turnaround, jargão em inglês utilizado como “volta por cima”.

A empresa projeta um investimento em torno de R$ 4,4 bilhões no Espírito Santo e prevê a criação de 500 empregos diretos. E leva a sério a máxima de “trabalhar como dono” da empresa: nela, 90% dos empregados são de fato acionistas.

A petrolífera está em busca de profissionais com esse sentimento e mais: que queiram de fato seguir carreira na empresa. Nada de ser apenas uma fase profissional.

O diretor de operações da Prio, Francilmar Fernandes, contou como a empresa desenvolveu uma cultura de trabalho diferente e falou sobre os projetos. A entrevista completa está disponível no QR Code no fim deste texto.

- A Tribuna - A Prio surgiu da antiga HRT, que tem uma certa ligação com a OGX, do empresário Eike Batista. Como é hoje a empresa, e como foi esse início?

Francilmar Fernandes - A gente foi forjado na pancada e no calor. O pré-sal criou um movimento em 2010 em que várias empresas tentaram surfar na onda. Aí surgiu a OGX, que levantava capital no mercado financeiro. Então, veio a HRT, que fez algo semelhante.

Eventualmente houve a crise em que quase quebramos, os controladores da companhia mudaram e o novo grupo decidiu mudar os rumos, criando a PetroRio, que em 2022 virou Prio, visando abandonar a exploração, que não dava lucro.

- A partir daí foi criada uma nova filosofia de trabalho?

Sim. Um novo jeito de trabalhar, mais adequada ao tamanho da empresa e à crise que vivíamos. Passamos a ter uma cultura de resultado, em que se dá valor a quem trabalha mais e a quem gera mais.

Pautamos a possibilidade de ser uma empresa de donos. Abriu-se a possibilidade de todos os funcionários serem sócios da Prio, e 90% deles o são, o que criou uma mentalidade de dono na empresa.

- Que coisa interessante...

Pois é. Boa parte do meu patrimônio está em ações da Prio, o que vale para o mecânico, o eletricista, enfim, funções iniciais da empresa. Estamos defendendo o que é nosso, vestimos a camisa porque somos donos. Não é dinâmica de funcionário e patrão. Há hierarquia organizacional, mas estamos juntos como sócios.

- A Prio começou no Rio e está vindo ao Espírito Santo. Como será o investimento por aqui?

Estamos investindo em campos que já produzem e vamos aplicar toda a nossa cultura. Campos maduros, no caso, que já passaram da flor da idade, que está em declínio e com tendência de aumento de custo.

- O senhor pode explicar melhor para o público em geral?

A gente entra para dar outro significado, nova vida a esses campos. O que a gente faz basicamente é tentar estender ao máximo possível a produção naqueles reservatórios que estão ameaçados de parar de produzir. É um projeto de US$ 800 milhões, em torno de R$ 4,4 bilhões, mais ou menos.

- E quanto será produzido?

A gente vai colocar para produzir o campo e deve atingir o pico lá em torno dos 40 mil barris. Para a Prio, é um volume de operação grande, de produção grande, vai aumentar a produção da companhia, uns 30%, 40%. Só para ter uma ideia, o novo navio-plataforma da Petrobras que está vindo operar no Espírito Santo tem produção de 10 mil barris diários.

- Você comentou sobre o custo. Normalmente, o petróleo deixa de ser produzido por não ser mais economicamente viável, e não porque acaba, certo?

Se você produz uma coisa que é mais cara de produzir do que de vender, você para de produzir. Sempre sobra um pouquinho que não é explorado. O desafio é esse: como extrair valor daquilo de forma rentável? A gente fez o primeiro teste em 2021, funcionou, estudamos mais, e vamos aplicar aqui.

- A Prio tem sede no Estado?

Não. A sede está no Rio. Tentamos ser o mais enxutos, o mais simples possível. Mas temos muita parceria com fornecedores daqui. Quase R$ 1 bilhão foi investido no Espírito Santo. Fabricação de equipamentos submarinos e outros equipamentos que vão ser usados, alguns são feitos pela indústria que já está aqui, outros a gente desenvolveu, outros vieram se instalar de fora para nos ajudar.

Isso acaba criando uma cadeia de produção que vai servir a gente. Temos uma forma totalmente diferente de trabalhar das grandes companhias, que tem todo um travamento, uma governança obrigatória, ligado ao governo. Nosso processo é mais simples, menos complexo, mais ágil. Fazer negócio conosco é mais rápido.

- A empresa precisa de mais fornecedores?

Precisa. Do cara que fornece a alimentação, do que fornece elementos vedantes, o da parte de metalmecânica, motores elétricos, reparos… é uma gama grande. Mas buscamos eficiência e agilidade, não necessariamente o mais barato, mas sim o melhor ao projeto, que será o melhor custo final. Isso vale para o fornecedor e também para quem quer trabalhar conosco.

- Há procura por colaboradores no Espírito Santo?

Sim. Tem os diretos e os indiretos. Diretamente deve envolver umas 500 pessoas. No geral são uns 3 mil. Notamos que há uma lacuna e falta de gente preparada para atuar no setor, e decidimos fazer parceria com o Senai, que abriu 60 vagas em um curso recentemente. Prezamos por pessoas que busquem construir uma carreira longa e tornar a Prio seu projeto de vida.

PERFIL

Imagem ilustrativa da imagem 90% dos empregados são donos da maior petrolífera independente do país
Francilmar é diretor de operações da Prio desde 2019 |  Foto: Aquilles Brum

Francilmar Fernandes

- Nasceu em Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte. É casado e tem um casal de filhos gêmeos.

- Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal da Paraíba, é diretor de operações da Prio desde 2019, mas está na empresa desde 2011, quando entrou para atuar como engenheiro de poço.

- Antes disso, foi coordenador técnico na Perbras e estagiou na Alpargatas.

- Também é pós-graduado em Engenharia de Petróleo pela Universidade Potiguar e possui MBA em Gestão de Projetos pela FGV e Executive MBA pela Coppead UFRJ.

CURIOSIDADES

14 dias em alto-mar

Francilmar Fernandes conta que não é simples contratar funcionários para atuar embarcados por conta da rotina: geralmente, é preciso ficar 14 dias direto em alto-mar, tendo folga de 14 dias em seguida.

“Tem de estar preparado psicologicamente. Tem gente que se adapta muito bem e ama, mas para outros é impossível. Ficam com saudade da família, perde-se Natal e aniversários... É preciso ter uma estrutura bem definida e organizada”, afirma.

Petróleo necessário

Para Francilmar Fernandes, a transição energética é necessária, mas o petróleo não vai deixar de ser utilizado tão cedo. “Acredito ser importante balancear ao longo do tempo, mas ainda teremos boas décadas do petróleo. No final do século 19, achava-se que o carvão deixaria de ser utilizado por conta da popularização do petróleo. Mas hoje o mundo produz mais carvão do que produzia 100 anos atrás. Ainda é uma fonte de energia muito relevante, e creio que o petróleo passará pela mesma situação”.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: