Vovó vira voluntária em defesa dos animais
Sônia Garcia, de 82 anos, ajuda a recolher e separar tampinhas plásticas, que são vendidas para custear castração de animais
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Dona Sônia Garcia sempre teve um olhar atento para questões ambientais e sociais. Aos 82 anos, a moradora de Guarapari se tornou um exemplo de voluntariado na cidade.
Ao lado de dona Lisaltina Scardua, de 94 anos, ela criou uma parceria na separação de tampinhas de garrafas PET.
Há alguns anos, dona Sônia já realiza a separação e a reciclagem de alguns produtos, mas foi após conhecer o trabalho do projeto Guaratampinhas - que recolhe e vende tampinhas de garrafas PET para custear o tratamento e castração de animais de rua - que ela se engajou ainda mais pela causa.
Segundo ela, os animais abandonados nas ruas sempre chamaram sua atenção durante suas caminhadas. Ao conhecer o projeto, decidiu unir sua força de trabalho voluntário com o carinho que tem pelos animais.
“Eu já fazia reciclagem de outros materiais, e conheci a Alanna, que é a presidente do Guaratampinhas. Ela estava com dificuldade, porque trabalho voluntário é complicado. Então, passei a ajudá-la”, relembra.
A parceria com o projeto já dura cerca de oito anos, e dona Sônia afirma que a quantidade de tampinhas aumentou consideravelmente. Os materiais são recolhidos em diversos pontos de Guarapari, como comércios e escolas, por exemplo.
O destino é o quintal da casa de dona Sônia, onde é separado e comercializado para arrecadar os recursos.
Com tanto trabalho a ser feito, ela encontrou uma parceira à altura na separação das tampinhas: dona Lisaltina Scardua, que aos 94 anos descobriu na atividade uma nova ocupação.
“Eu acho ótimo, para mim é uma das melhores coisas que aconteceram ultimamente. A hora que tiver tampinhas, eu separo. Num instante eu faço”, explica dona Lisaltina.
O trabalho voluntário, então, ganhou outra dimensão, e passou a arrecadar recursos também para a ONG Jardim das Borboletas e a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Guarapari (Asscamarg), com o recolhimento de outros materiais, como papéis e plástico.
“A Asscamarg eu já conheço há bastante tempo. Já o Jardim das Borboletas descobri pelo Fraternidades Sem Fronteiras. É uma ONG importantíssima que ajuda crianças com epidermólise bolhosa, que é uma doença grave”, explica dona Sônia.
Crianças em ação!
O trabalho voluntário de dona Sônia e dona Lisaltina se tornou inspiração para alunos da escola Jesus Menino.
Através da professora Cristiane Taveira, os alunos passaram a coletar materiais recicláveis em casa e levar para a escola, onde são separados e, depois, vão para a casa de dona Sônia.
“Eu acho importante as crianças participarem porque elas são o nosso futuro e têm que aprender logo cedo a cuidar da natureza, senão, o que vai acontecer?”, disse dona Sônia.
“Já estamos no estado atual vendo que o meio ambiente está abandonado. E a criança absorve mais facilmente, uma ação dessa é sempre bem-vinda. Além deles ficarem felizes, a natureza agradece”, ressaltou.
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