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Cidades

Primeiro lugar geral do vestibular da Ufes de 2000 hoje é pró-reitor do ITA

André Cavalieri, aprovado aos 17 anos para Engenharia da Computação na Ufes no ano 2000, colhe os frutos de sua dedicação


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André Cavalieri é Pró-Reitor de Pós-Graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) |  Foto: Acervo pessoal

Aos 17 anos, André Cavalieri foi aprovado como primeiro lugar geral da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no ano 2000, para o curso de Engenharia da Computação. Mas na mesma época também foi aprovado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São Paulo, optando por estudar no instituto onde cursou Engenharia Aeronáutica. Hoje, André é pró-reitor de Pós-Graduação do ITA.

VEJA TAMBÉM: Por onde andam os primeiros lugares dos vestibulares da Ufes?

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Na época, seu pai, Edebrande Cavalieri, contou à reportagem que André só saberia do resultado à noite, já que não havia telefone onde morava.

“Como ainda não há telefone onde ele está morando e ele tem aula durante todo o dia, meu filho só saberá o resultado à noite, quando ligar para casa”, disse Edebrande à reportagem na ocasião.

Naquela época, André, hoje com 42 anos, nem imaginava onde sua decisão de permanecer no ITA poderia levá-lo. Atualmente, colhe os frutos de todo desempenho durante os últimos 20 anos.

“A cada momento da carreira tentei entender o que mais me motivava, e procurei seguir as direções que me pareciam mais interessantes. Mas não sabia onde isso iria me levar. O que aconteceu até aqui superou minhas expectativas”, conta.

“Já me sinto bastante realizado com minha carreira. Um sonho é ver grupos de pesquisa do ITA em posições de liderança, com reconhecimento e destaque nacional e internacional”, afirma.

ENTREVISTA | ANDRÉ CAVALIERI, 1º LUGAR GERAL EM 2000

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Reportagem com o resultado do vest-Ufes 2000 |  Foto: Reprodução jornal A Tribuna

A Tribuna -  O que te motivou a cursar Engenharia Aeronáutica?

André Cavalieri -  Eu sempre quis fazer Engenharia, mas tinha dúvidas sobre a especialidade. No vestibular prestei para Engenharia de Computação, tanto na Ufes quanto no ITA, pois gostava de programação. No ITA é possível mudar de curso ao fim do segundo ano, e optei pela Engenharia Aeronáutica, tendo a ideia de usar técnicas da computação em problemas envolvendo projeto de aviões.

Lembra como era sua preparação para o vestibular?

No terceiro ano do ensino médio cursei ao mesmo tempo o curso técnico em Processamento de Dados no Ifes e o pré-vestibular no Salesiano. Foi um período muito intenso.

Depois de passar no ITA, já tinha em mente onde queria chegar?

Não tinha uma ideia clara. Pensava em trabalhar na indústria, mas ao mesmo tempo me interessava pela carreira acadêmica. No fim do último ano de curso, em 2004, surgiu um concurso para professor auxiliar de Aerodinâmica, minha matéria favorita, no ITA. Decidi prestar o concurso e fui aprovado. Assim, logo após concluir o curso de Engenharia me tornei professor. Fiz mestrado no ITA e doutorado na Universidade de Poitiers, na França.

A possibilidade de fazer o doutorado no exterior foi excelente para a minha carreira e permitiu que eu começasse a participar de uma rede de cooperação internacional em pesquisas em aerodinâmica.

Retornei ao Brasil em 2012, e de lá para cá tenho trabalhado com ensino e pesquisa. No início de 2024 assumi um cargo administrativo no ITA, como Pró-Reitor de Pós-Graduação.

Para os estudantes de hoje, qual conselho você daria?

Na preparação vale mais a pena tentar aprender os assuntos com alguma profundidade, não somente para a aprovação em uma prova, mas para construir conhecimentos que vão ficar para a vida.

Receita é ter disciplina e respeitar horários, diz 1º lugar geral de 2003

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Gabriel Pelegrineti Targueta é cardiologista e arritmologista |  Foto: Acervo pessoal

O ano era 2003, quando, aos 17 anos, Gabriel Pelegrineti Targueta foi aprovado no VestUfes em 1° lugar geral. Ele se classificou nas duas etapas do concurso com 769,23 pontos para Medicina. Gabriel, que se tornou cardiologista e arritmologista, lembra da época em que se preparou para o vestibular. “O resultado foi bom, não foi fruto de um esforço descomunal, mas certamente a disciplina foi fundamental. Estudava diariamente. Acho que isso é a receita para muita coisa na vida, ter disciplina e respeitar horários”.

A inspiração para seguir na Medicina veio dos pais. “Meu pai é cardiologista, assim como meu irmão. A medicina sempre foi um desejo, mesmo quando não tinha maturidade para escolher. E depois, durante o curso, acabou se mostrando a opção correta, especialmente na área que escolhi dentro da cardiologia, arritmologia, pela qual eu sou realmente apaixonado e trabalho com muito prazer”, declara.

O médico, que está com 39 anos, ao fazer residência em São Paulo conheceu a esposa. Hoje, moram em João Pessoa, na Paraíba. Em outubro, Gabriel concluiu o doutorado pela USP. Quanto ao modelo de seleção pelo Enem, o médico faz uma crítica: “Me preocupo com o futuro dos meus filhos. E esse modelo de prova, centralizado, não faz sentido”.

Dedicação e foco para ter sucesso na carreira

Ter uma carreira de sucesso depende de dedicação, foco e determinação nos estudos, segundo especialistas.

“Investir nos estudos na juventude é abrir caminhos para um futuro brilhante. Histórias como as dos primeiros lugares gerais da Ufes, que alcançaram posições de destaque, mostram que o sucesso é fruto de muito mais que inteligência: ele é construído com foco, determinação e o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o mercado e para a vida”, destaca Sidcley Gabriel, consultor empresarial e especialista em Gestão de Pessoas.

Sidcley ressalta que para os jovens de hoje, o segredo está em começar cedo, estabelecendo metas, organizando-se e buscando aprender além da sala de aula.

“O esforço agora será recompensado a longo prazo, com conquistas que durarão toda a vida. O sucesso pertence a quem se dedica a crescer todos os dias. Sucesso é uma consequência”.

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Sidcley Gabriel: início cedo |  Foto: Leone Iglesias- 05/01/2022

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