X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

“Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert

Célio Perini explica que a cidade tem semelhanças arquitetônicas e culturais com Verona, no norte da Itália


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
Célio Perini é curador da Casa Lambert, a primeira construção dos imigrantes italianos em Santa Teresa |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

“Um olhar atento ao Centro Histórico de Santa Teresa nos faz viajar no tempo: cercado pelas montanhas, com belos jardins e construções arquitetônicas típicas da colonização italiana, a cidade vive uma pulsante ligação com a história e com a formação cultural do povo capixaba.

Com clima agradável, natureza preservada e semelhanças geográficas às cidades do norte da Itália, essa região foi escolhida para a construção da primeira cidade fundada por italianos no País. Hoje, há milhões de descendentes por todo o território nacional e, sem dúvidas, Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil.

Quando comparamos Santa Teresa a Verona, no norte da Itália, vemos as semelhanças arquitetônicas e culturais entre as cidades. Muitos dos imigrantes que vieram para cá saíram da região do Vêneto.

Vida pessoal

Quase 90% dos moradores daqui compartilham uma história em comum. Meus bisavós Antônio Perini e Lúcia Cochetto, por exemplo, deixaram a província de Trento e chegaram a Santa Teresa em 1875, ou seja, eles foram uma das primeiras famílias da cidade.

Para o povoamento do núcleo Timbuí, que hoje é Santa Teresa, vieram, inicialmente, cerca de 58 famílias, como os Lambert, os Ruschi, os Casotti, os Zurlo, os Tonini e os Bassetti, por exemplo.

Lembro-me das reuniões de família em que meus avós contavam as histórias de viagem dos nossos antepassados, cantavam canções do folclore italiano e transmitiam os fortes valores culturais de seu povo: a importância do trabalho, os festejos, o otimismo com o futuro e a fé que os movia para frente.

No passado, junto aos nossos antepassados, vivemos de forma muito simples, mas muito feliz. Meu pai costumava plantar milho e feijão e eu costumava ajudá-lo. Para cada cova, eu jogava quatro caroços de feijão. Era um momento de pai e filho muito corriqueiro e simples, mas essa memória ficará para sempre gravada em mim.

Imagem ilustrativa da imagem “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
|  Foto: Acervo pessoal

Casa Lambert

Para mim, a memória é o maior patrimônio de um povo. Quando sabemos quem somos e de onde viemos, preservamos nossa história. Por isso, tenho o orgulho e o prazer de compartilhar o que sei.

Hoje, atuo como curador da Casa Lambert, que funciona como uma casa de memória, por ser uma das primeiras construídas por italianos em Santa Teresa, em 1875.

Essa casa, feita pelos irmãos Antônio e Virgílio Lambert, é um marco histórico para o Espírito Santo e para o Brasil. É uma construção em estuque, com técnicas de sustentação que a fizeram resistir ao tempo e estar aqui até hoje. Aqui, há um rico acervo que veio com a família Lambert desde a Itália.

Na frente da casa, eles construíram a Capela de Nossa Senhora da Conceição, em 1899, que abriga uma escultura da santa em madeira, feita pelo senhor Antonio. De vários locais da casa há vista para a capela, que é uma das primeiras da cidade.

Na Casa Lambert, o acervo conta com os baús utilizados na viagem ao Brasil, um relógio de parede italiano, uma máquina de produção de massas, uma chaleira, um moedor de café, uma máquina fotográfica, uma lamparina, um ferro de passar a carvão, um tear, uma máquina de costura e diversos outros itens da família.

O espaço é encantador, repleto de memórias e de conhecimento. Todo capixaba deveria ter a oportunidade de conhecê-lo e de aprender mais sobre a formação do nosso povo. Funcionamos às sextas, sábados, domingos e feriados, das 8h às 11 horas e das 12h30 às 15h30.

Contribuição

Todas as culturas são importantíssimas. A alemã, a africana, a pomerana, entre tantas outras que construíram o Espírito Santo. Como eu pertenço à cultura italiana, tenho o prazer e a felicidade de compartilhar um pouco do que sei à sociedade capixaba.

Eu espero que, nos próximos anos, as novas gerações levem adiante a bandeira da nossa cultura, do legado cultural e da bravura dos italianos. É inimaginável pensar no que nossos antepassados sofreram, 45 dias em alto-mar, em busca de uma vida melhor.

Depoimento concedido ao repórter Jonathas Gomes.

Veja fotos da Casa Lambert 

  • Câmera 1/8
    A Casa Lambert possui itens e objetos trazidos pelos imigrantes italianos Antônio e Virgílio Lambert ao Brasil em 1875. Parte do acervo também foi construído no Brasil, como as imagens de Jesus Cristo e de santos, esculpidos em madeira por Antônio Lambert. A casa é tombada como Patrimônio Histórico Estadual, desde 1985, devido ao valor histórico e cultural
    Fullscreen
  • Câmera 2/8
    Utensílios usados no dia a dia
    Fullscreen
  • Câmera 3/8
    Máquina de fiar produzida em madeira pelos italianos
    Fullscreen
  • Câmera 4/8
    Xícaras, jarra e lamparinas da época
    Fullscreen
  • Câmera 5/8
    Baú utilizado pelos imigrantes italianos para trazerem seus pertences na viagem ao Brasil
    Fullscreen
  • Câmera 6/8
    Acervo do local conta com objetos utilizados por uma das primeiras famílias de Santa Teresa
    Fullscreen
  • Câmera 7/8
    Na casa, há uma “oficina” de Antônio Lambert
    Fullscreen
  • Câmera 8/8
    Relógio que veio da Itália há 150 anos com os imigrantes
    Fullscreen
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
  • “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
“Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert

Quem é

Célio Perini, de 69 anos, é curador da Casa Lambert, a primeira construção dos imigrantes italianos em Santa Teresa. Formado em Letras-Inglês e em Administração, Célio é bisneto de italianos que deixaram a e a província de Trento e chegaram a Santa Teresa em 1875.

Apaixonado pela cultura italiana, o curador da Casa Lambert compartilha, em entrevista ao jornal A Tribuna, a história da contribuição italiana para a formação do povo capixaba.

Imagem ilustrativa da imagem “Santa Teresa é o berço do legado italiano no Brasil”, diz curador da Casa Lambert
Célio Perini aos 7 e aos 18 anos |  Foto: Acervo pessoal

Celebração!

Nos próximos dias, “O Que Eu Vi e Vivi” abre uma página na história dos 150 anos da imigração italiana no Espírito Santo e apresenta personalidades que viveram ou ouviram relatos de seus antepassados.

São histórias de vidas, culturas, tradições e desenvolvimento. A Rede Tribuna se sente honrada em fazer parte dessa trajetória, auxiliando na preservação e na propagação de nossa memória.

O projeto 150 Anos da Imigração Italiana no Espírito Santo levará ao público um riquíssimo conteúdo, com informações sobre a chegada dos imigrantes italianos em solo capixaba.

Serão exibidos vídeos na TV Tribuna/ SBT, matérias no jornal A Tribuna, webséries no portal Tribuna Online e nas rádios Tribuna FM e Legal FM.

Acompanhe esta envolvente jornada pelas raízes italianas no Espírito Santo.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: