Rodoviários vão fazer nova assembleia nesta quarta para decidir sobre greve
Uma nova rodada de negociação entre a categoria, o GVBus e o governo do Espírito Santo está marcada para terça-feira (9)
A paralisação dos ônibus do Sistema Transcol, prevista para terça-feira (9), foi adiada pela categoria. A decisão de suspensão da greve aconteceu depois de uma intervenção do secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno.
“Recebemos uma ligação do secretário hoje (ontem) pela manhã, pedindo o adiamento da paralisação. Amanhã (hoje), o governo do Estado e a GVBus vão sentar conosco para negociar. Espero que o governo traga uma proposta decente, e que a greve não aconteça”, afirmou o presidente do Sindirodoviários-ES, Marquinhos Jiló.
Após as negociações, uma nova assembleia será realizada na quarta-feira (10), no Campo do Caxias, em Itararé, Vitória, onde o sindicato decidirá se vai manter a greve ou não.
A categoria reivindica reajuste salarial de 10%, redução de uma hora da carga horária e aumento no tíquete-alimentação.
“O GVBus ofereceu reajuste de 5% e redução de 10 minutos na carga horária. É um tapa na cara uma proposta dessa. Os trabalhadores ficaram raivosos e insatisfeitos. No papel, a atual carga horária é de 7h20, mas chegamos a fazer até 11 horas por dia”, declarou o presidente do Sindirodoviários-ES.
Protestos e passeatas não estão descartados, mas caso a greve aconteça, “será mantida 30% da frota em circulação, como previsto em lei, assim como veículos do projeto Mão na Roda, para não afetar pessoas com deficiência (PCDs) que dependem do Transcol”, disse Marquinhos.
O presidente acrescentou, porém, que se a greve acontecer, a frota indispensável vai “andar a 10 quilômetros por hora pelas vias”.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) disse que realizou a contraproposta de 5% de reajuste salarial e redução de 10 minutos na carga horária.
Já a Semobi afirmou que “está acompanhando de perto a situação, e atuando para evitar a deflagração da greve”.
O órgão informou ainda que hoje receberá mais uma vez representantes do Sindirodoviários e segue atuando para compreender as demandas e reivindicações dos profissionais perante as propostas do GVBus, buscando auxiliar as negociações e manutenção do serviço do Transcol.
Entenda
Proposta e contraproposta da greve
Demandas do sindicato
10% de reajuste salarial, que hoje gira em torno de R$ 2.326.
Aumento no tíquete-alimentação, que está no valor médio de R$ 1.200.
Redução na carga horária para 6h20. Atualmente, o expediente é de 7h20, mas a categoria afirma que chega a enfrentar às 11 horas de trabalho.
Justificativas
Jornadas de trabalho exaustivas.
Exposição à violência dentro dos veículos e no trânsito.
Pressão constante devido à insatisfação dos usuários com um sistema deficitário.
Sobrecarga de trabalho e falta de apoio durante a jornada, principalmente para motoristas.
Contraproposta
A GVBus ofereceu 5% de reajuste salarial e redução de 10 minutos na carga horária, sem reajuste no tíquete-alimentação.
O sindirodoviários-ES rejeitou a proposta.
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