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Saúde e bem-estar

Nova geração de remédios para tratar a obesidade

Estudo aponta que alguns podem provocar perda de até 21% no peso corporal. Porém, é necessária indicação médica para o uso


Imagem ilustrativa da imagem Nova geração de remédios para tratar a obesidade
A empresária e influenciadora digital Roberta Borsoi, de 42 anos, está utilizando o remédio Ozempic e conta que já perdeu, até o momento, oito quilos. Roberta não sente efeitos colaterais e está sendo acompanhada por um médico. O resultado do tratamento está deixando a influenciadora animada. “O medicamento está me ajudando muito a perder peso. Me sinto muito melhor!”. |  Foto: Leone Iglesias/AT - 03/01/2023

Os novos medicamentos utilizados no tratamento contra a obesidade, como o Ozempic, o Wegovy, o Victoza e o Saxenda, dominam os debates nas redes sociais. Com menos efeitos colaterais, essa nova geração de remédios revoluciona as estratégias de emagrecimento e oferece resultados mais eficazes.

Um estudo apresentado no Congresso Europeu, em 2023, apontou que o uso de semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, em pessoas com obesidade e sobrepeso, por um ano, provocou a perda média de 13,4% do peso corporal. Em alguns, a perda chegou a 21%.

A médica endocrinologista e metabologista Gisele Lorenzoni analisa que esses novos medicamentos podem ter efeitos ainda mais benéficos quando bem indicados e acompanhados por médicos.

“Esses remédios são revolucionários para a história do tratamento da obesidade porque são muito mais eficazes na perda de peso. Como são os análogos ao GLP-1, eles também melhoram o controle glicêmico, a hemoglobina glicada, a proteção cardiovascular, a apneia do sono e, segundo alguns estudos, até a gordura do fígado”.

O médico nutrólogo e cirurgião bariátrico Roger Bongestab explica o principal motivo para que esses medicamentos sejam nomeados como “revolucionários”.

“Eles são uma grande revolução. Antes, nós estávamos podados de uma indicação, atuando em vários pontos responsáveis pela obesidade, como o sistema nervoso central e o metabolismo periférico. Agora, esses remédios trazem isso”.

Com tantas opções entre os novos medicamentos, a decisão sobre qual deles prescrever para um paciente é feita com base em uma avaliação individualizada, explica o cirurgião do aparelho digestivo Felipe Mustafa.

“Levamos em consideração as características e necessidades específicas de cada paciente. Incluímos fatores como idade e condições de saúde pré-existentes”.

Nesta reportagem, o jornal A Tribuna detalhou como funciona essa nova classe de remédios e levantou um histórico dos medicamentos usados no tratamento contra a obesidade.

Produtos devem ficar mais em conta

Imagem ilustrativa da imagem Nova geração de remédios para tratar a obesidade
Gisele Lorenzoni acredita que fim da patente permitirá opções mais baratas para tratamento da obesidade |  Foto: Gustavo Forattini/AT - 01/07/2024

Nos próximos anos, com o fim da patente do Ozempic, os medicamentos utilizados no tratamento contra a obesidade tendem a ficar mais baratos. De acordo com médicos, a quebra da patente pode até favorecer a criação de novos fármacos.

O fim da patente do Ozempic, em 2026, fará com que a farmacêutica Novo Nordisk não tenha mais o direito exclusivo de produzir o medicamento. Com isso, outras empresas poderão produzir medicamentos genéricos ao Ozempic.

Uma das dificuldades dos profissionais em relação à recomendação do uso dos remédios é o alto custo para alguns pacientes, conta o cirurgião do aparelho digestivo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Gustavo Peixoto.

“O fim da patente do Ozempic vai democratizar o acesso a essa droga, que é revolucionária para o tratamento da obesidade. Muitos pacientes não a utilizam ou interrompem o uso devido ao custo elevado. Com a quebra da patente, o preço cairá substancialmente, o que é excelente”.

A endocrinologista Gisele Lorenzoni também prevê que, com o fim da patente do Ozempic, há a possibilidade de surgirem novas opções de qualidade e em conta para o tratamento contra a obesidade.

“Esperamos ter mais opções dessas medicações no mercado, o que irá viabilizar o tratamento para muitas pessoas. Hoje, esses remédios ainda são muito caros. Às vezes, não conseguimos dar continuidade a um tratamento por conta dessa realidade, visto que a obesidade exige um tratamento de longo prazo”.

Os novos medicamentos análogos ao hormônio GLP-1, responsável por regular a fome, já estão em desenvolvimento. O cirurgião do aparelho digestivo Felipe Mustafa aponta a importância do acompanhamento desses estudos.

“O acompanhamento dos estudos dessas medicações é fundamental para garantir a sua eficácia e segurança. Os estudos clínicos ajudam a determinar a dosagem adequada, a identificar possíveis efeitos colaterais e a entender melhor a resposta de diferentes pacientes a esses medicamentos”.


Entenda

- Novos medicamentos

Wegovy, Ozempic, Victoza e Saxenda são medicamentos injetáveis análogos ao GLP-1, que é um hormônio responsável por regular a fome.

O Ozempic e o Wegovy são à base de semaglutida, enquanto o Victoza e a Saxenda são à base de liraglutida.

Todos são utilizados para o tratamento da diabetes e, em alguns casos, contra o sobrepeso e a obesidade. Com isso, os remédios atuam diretamente no sistema de recompensa do cérebro e, assim, reduzem o apetite.

Os remédios restringem a fome ao “imitar” um hormônio liberado pelo intestino após a alimentação. Eles só podem ser utilizados sob acompanhamento médico.

Os medicamentos também melhoram a entrada de glicose no sangue e o metabolismo dos carboidratos. Dessa maneira, eles favorecem a utilização de gorduras pelo metabolismo, se, juntamente ao uso do remédio, for acompanhada uma dieta individualizada e alinhada aos objetivos e às necessidades dos pacientes.

- Efeitos colaterais

O uso dos medicamentos para fins de emagrecimento deve ser acompanhado por médicos e nutricionistas, dentro de uma estratégia conjunta e segura. Os principais efeitos colaterais podem ser causados pelo uso sem acompanhamento.

O fenômeno “cabeça de Ozempic”, que viralizou nas redes sociais, se refere à perda rápida de gordura, que, supostamente, provoca uma desproporcionalidade entre a cabeça e o corpo. O efeito está relacionado à composição corporal, ou seja, é importante garantir que não se perca massa magra durante o uso do medicamento.

Evolução dos medicamentos

- Antes dos anos 2000

A Fentermina, um fármaco relacionado com a anfetamina, foi a principal substância usada no tratamento da obesidade na década de 60. Criada em 1959, ela funciona como um supressor de apetite, aumentando a liberação de norepinefrina, que influencia o humor, a ansiedade, o sono e a alimentação. A produção do medicamento não era permitida no Brasil, mas agora há liberação para a manipulação. Em alguns casos, o medicamento é liberado para importação.

A Sibutramina é um medicamento que inibe o apetite e aumenta a saciedade. Criado em 1997, o fármaco atua na inibição da recaptação de serotonina e norepinefrina, o que explica a perda de peso. É indicado apenas para pessoas com IMC maior que 30 Kg/m. É permitido no Brasil.

O Orlistat é um medicamento, criado em 1999, responsável por reduzir a absorção de gordura no intestino. O mecanismo de ação do medicamento funciona como um inibidor de lipase, o que favorece a perda de peso. É permitido no Brasil.

- Década de 2010

A Lorcaserina, criada em 2012 e indicada para o tratamento de obesidade, funciona como agonista seletivo do receptor de serotonina 2C, provocando inibição de apetite por meio do bloqueio da sensação de fome. O medicamento foi proibido no Brasil devido a uma pesquisa que apontou associação do uso do fármaco a um possível aumento no risco de desenvolver alguns tipos de câncer.

A Liraglutida é um medicamento antidiabético e antiobesidade que age como agonista do receptor GLP-1, aumentando a sensação de saciedade e agindo no controle do apetite. Aprovada para utilização contra a obesidade em 2014, é permitida no Brasil.

A Naltrexona e A bupropiona agem nos níveis de dopamina e noradrenalina do cérebro. Criadas em 2014, também atuam como antagonistas de opioide. Promovem perda de peso porque atuam na sensação de fome. São permitidas no Brasil

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