Deputados Carlos Von e Capitão Assumção vão usar tornozeleira eletrônica
Os deputados estaduais foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira
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Alvos da operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (15), os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL) vão ter que usar tornozeleira eletrônica. A medida cautelar foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a ação no Espírito Santo.
No total, foram cumpridos quatro mandados de prisão e outras 23 ordens de busca e apreensão nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espirito Santo, durante a operação que investiga a realização de manifestações pelo Brasil contra o resultado das eleições presidenciais.
Operações para cumprir as ordens judiciais do ministro também foram realizadas no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Pela manhã, policiais federais estiveram nos gabinetes dos deputados Capitão Assumção e Carlos Von, na Assembleia Legislativa, para busca e apreensão de documentos.
Em nota, a Secretaria da Justiça (Sejus) informou que recebeu o pedido para instalação de duas tornozeleiras eletrônicas nesta quinta-feira (15). "A relação de nomes, no entanto, não foi expressa na solicitação, tendo em vista o caráter sigiloso da operação em curso. A Sejus orienta que informações a respeito do assunto sejam apuradas com a Polícia Federal".
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O que dizem os investigados
Carlos Von
Carlos Von, em nota enviada pela assessoria de imprensa, disse ter ficado surpreso com a busca e apreensão no gabinete e afirmou não ter participado de manifestações.
Capitão Assumção
Capitão Assumção protestou nas escadarias da Assembleia com um papel escrito a palavra "censura" e com uma faixa tampando a boca, enquanto que o advogado Fernando Dilen lia a nota da defesa do parlamentar.
Questionado sobre o uso de tornozeleira eletrônica de Capitão Assumção, o advogado disse "não tenho autorização do cliente para falar sobre esse ponto". Dilen informou que a defesa vai solicitar acesso ao inquérito para analisar medidas possíveis em relação ao deputado.
O advogado ainda adiantou que solicitou a Procuradoria da Assembleia Legislativa que se manifeste sobre o caso por se tratar de defesa de prerrogativa de deputado a respeito da manifestação de pensamento.
"Até o momento, só tivemos acesso ao mandado de busca, que só diz que o deputado faz referência ao ministro como demônio e republicou um vídeo", disse Dilen.
Armadinho Fontoura
Em nota, o vereador Armandinho Fontoura disse que causa espanto o envolvimento do vereador numa operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições.
"O vereador não frequentou nenhuma manifestação antidemocrática, não incentivou a realização delas, tampouco as patrocinou. A própria imprensa nunca registrou nenhum tipo de ato semelhante. O vereador não compreende porque suas opiniões, de cunho conservador e liberal, sejam motivo para uma operação que fere a liberdade de expressão - sobretudo enquanto representante da população no parlamento municipal", diz trecho da nota
Armandinho disse que se coloca à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos e que sua defesa técnica vai tomar todas as medidas jurídicas cabíveis.
A reportagem não conseguiu contato com os demais investigados.
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