Suspeito de matar médica em Colatina usava CRM da esposa para comprar drogas
Em entrevista ao Tribuna Notícias, o delegado responsável pelo caso deu atualizações sobre a investigação acerca do crime
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Fuvio Luziano Serafim, preso pela morte da médica Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, usava o registro profissional (CRM) da mulher para comprar entorpecentes. É o que afirma Deverly Pereira Júnior, delegado da Polícia Civil à frente das investigações sobre o crime, ocorrido no último sábado (2), em Colatina.
De acordo com o delegado, a família já tinha relatos oficiais de compras exacerbadas de entorpecentes — onde o suspeito usava o CRM da vítima para ter acesso às drogas. Há, ainda, o registro oficial de que o ex-prefeito teria oferecido drogas para a médica em um ambiente hospitalar em Minas Gerais, no ano passado. Até o momento, a Polícia Civil não trabalha com a hipótese de que o suspeito faria a venda dessas drogas.
Em entrevista ao Tribuna Notícias, o investigador fez atualizações sobre o inquérito e explicou que uma nova perícia seria realizada na tarde desta terça-feira (5) no quarto de hotel onde Juliana foi encontrada.
Desta vez, os investigadores fariam o uso do luminol, uma substância química que emite luz azulada quando entra em contato com o sangue. O objetivo, segundo o delegado, é analisar se há vestígios de sangue em outros locais no quarto. A Polícia Civil também já teve acesso ao atestado de óbito da médica, que constatou traumatismo cranioencefálico e diversos ferimentos no corpo.
"Infelizmente o suspeito principal não quis se pronunciar sobre o caso, então é algo que dificulta um pouco essa situação. Mas a gente vai tentar concluir o inquérito no prazo razoável e de forma satisfatória", finalizou o delegado.
Imagens mostram motorista entrando no quarto do casal
Em entrevista ao TN1, o delegado confirmou que a Polícia Civil já tem acesso às imagens das câmeras de segurança do hotel onde o corpo foi encontrado. No entanto, a análise ainda não foi finalizada. Há registros do corredor e saguão, que serão usados para traçar a dinâmica do crime. O delegado também confirmou que há imagens do motorista entrando, em alguns momentos, no quarto do casal.
"A gente já iniciou a análise dessas imagens. O que chama a atenção, obviamente, é o entra e sai do quarto, tanto da vítima, momentos antes, do principal investigado e também do motorista. A gente não consegue saber o que houve exatamente no quarto, porque essas imagens não captam", explicou.
Relembre o caso
A Polícia Civil prendeu, após autuação em flagrante, o marido e o motorista da médica Juliana Ruas El-Aouar, que foi encontrada morta dentro de um quarto de hotel na manhã de sábado (02), em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
Juliana estava hospedada com o seu marido, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, em um quarto de um hotel na cidade, enquanto o motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, estava hospedado no quarto ao lado. Durante a madrugada, outros hóspedes relataram "barulho e bagunça" no quarto do casal.
Segundo a Polícia Militar, pela manhã, o marido compareceu à recepção do hotel querendo pagar a conta e deixar o local o quanto antes. Funcionários relataram que ele estava "bastante alterado" e que teria informado que a esposa estava "passando mal, tendo desmaiado".
Diante do comportamento suspeito, o próprio hotel acionou o Samu, que esteve no local e atestou o óbito da vítima. Fuvio e Robson foram levados pela Polícia Militar para a Delegacia Regional de Colatina para depoimentos. Ainda no sábado, os dois foram autuados em flagrante, segundo a Polícia Civil, por meio de nota.
Juliana Ruas El-Aouar era filha do ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni, Dr. Samir Sagi El-Aouar. A Câmara Municipal da cidade mineira compartilhou uma nota de pesar em solidariedade à família e amigos da médica.
Fuvio Luziano Serafim foi autuado em "flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio)".
Já o motorista Robson Gonçalves dos Santos foi autuado "em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido".
Os dois foram presos e encaminhados para o sistema prisional.
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