Soldado da Polícia Militar é investigado por desaparecimento de perito no ES
Celso Marvila desapareceu no dia 4 de agosto. Polícia já trata caso como homicídio
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O soldado da Polícia Militar Lucas dos Santos Lage, 36 anos, preso na manhã da última quinta-feira (01) em operação da Polícia Civil, é investigado por suposto envolvimento na morte do perito Celso Marvila, de 64 anos.
Durante audiência de custódia, na manhã desta sexta-feira (02), a juíza Raquel de Almeida Valinho converteu a prisão em flagrante do autuado em prisão preventiva.
“Desta forma, a liberdade do autuado, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, sobretudo para a garantia da Ordem Pública e da instrução processual, diante da suposta conduta daquele de dispensar um aparelho celular quando percebeu que sua residência seria alvo de mandado de busca e apreensão, o que demonstra que, possivelmente, dificulta a instrução criminal, bem como destacando-se que há investigações em curso em seu desfavor, por suposto envolvimento na morte de um perito aposentado da Polícia Civil, razão pela qual entendo por necessária a custódia cautelar, nesse momento, estando evidente, em cognição sumária, o periculum libertatis no caso concreto”, diz a juíza em audiência.
Ainda segundo a audiência, quando os policiais chegaram e chamaram por Lucas, o acusado teria demorado a abrir o portão da casa. Em seguida, os militares ouviram um barulho nos fundos da casa, como se algo tivesse sido dispensado, o que também foi detectado pelo drone da equipe da Coordenação de Recursos Especiais (Core) que sobrevoava o local e constatou que se tratava de um aparelho celular.
Após buscas no local policiais encontraram 1 pistola calibre .40 com 2 carregadores, além de diversas munições de calibres variados, inclusive de fuzil, 1 pacote contendo a droga “MD”, a quantia de R$9.200 em espécie, 2 pacotes de maconha, 3 aparelhos celulares iPhone, uma balança de precisão, colete balístico, entre outros materiais, sendo apreendido, também, o veículo alvo do mandado.
Durante a abordagem, o acusado se resumiu a permanecer em silêncio, dizendo apenas que era usuário de drogas.
O policial civil, que também era presidente do Jockey Clube, estava desaparecido desde o dia 4 de agosto. Mas o caso vem sendo tratado pela polícia como homicídio desde quando a caminhonete dele foi encontrada em chamas, em uma estrada rural do bairro Jockey.
Na manhã de quinta-feira (01), o soldado, que foi encontrado na Barra do Jucu, foi levado para o quartel de Maruípe, onde ficou detido. Contra ele, havia um mandado de busca e apreensão em aberto.
O outro lado
Atuando na defesa do soldado Lucas dos Santos Lage, o advogado Daniel Marques disse nesta sexta-feira (03) à reportagem de A Tribuna que o seu cliente nega qualquer participação no desaparecimento do perito criminal Celso Marvila.
“Ele alega veemenente que não participou, nem induziu qualquer ato direto ou indireto relacionado a esse crime. Além dissso, a prisão (na última quinta-feira) não teve nada a ver com o homicídio do perito criminal. Ele foi preso durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na ocasião, foram apreendidos drogas, munições e uma arma de fogo”.
Segundo o advogado, a droga apreendida na residência do policial destina-se exclusivamente ao seu uso pessoal. “Ele alega que não pratica traficância, primeiro porque não precisa. Ele é da reserva e recebe subsídio de policial reformado e não trafica até por questões religiosas”.
O advogado disse ainda que somente no final da tarde desta sexta-feira teve acesso ao inquérito policial. Diante disso, vai passar o final de semana analisando os autos, para decidir quais medidas serão adotadas.
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