Psicanalista preso fingiu ensinar criança sobre abuso sexual enquanto cometia o ato
Ele já era investigado por suspeita de ter estuprado uma adolescente durante atendimento dentro de uma igreja em Vila Velha

A Polícia Civil divulgou detalhes sobre a prisão de um psicanalista acusado de ter estuprado pelo menos duas vítimas durante atendimentos em sessões de terapia, no município de Vila Velha. O investigado, de 63 anos, foi detido na última quarta-feira (24), depois que uma vítima de 12 anos relatou ter sofrido abusos.
A delegada Thais Cruz detalhou o modo como o psicanalista agiu, fingindo ensinar a criança sobre abusos sexuais. O homem teria perguntado à vítima sobre um machucado em sua coxa e aproveitou o momento para tocar em suas partes íntimas. Após notar que a menina ficou assustada, ele passou a explicar a ela como seriam atos de abuso. "Então ele tocava no seio dela, tocava na parte íntima dela, falando 'Ó, se alguém tocar aqui não pode. É crime, É abuso'; e praticava o ato", relatou a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
O caso foi descoberto após a menina contar a uma psicóloga na escola. O pai da vítima foi procurado pela instituição e denunciou o caso na delegacia, no dia 14 de março deste ano. "No dia 19 de março a polícia representou pela prisão preventiva e pela busca e apreensão do suspeito", contou Thais.
Segundo a delegada, o homem já era investigado pelo crime de estupro. Em 2019, durante um atendimento voluntário dentro de uma igreja em Vila Velha, ele teria abusado sexualmente de uma paciente. "Era uma adolescente de 16 anos que tinha esquizofrenia e a mãe procurou um serviço dentro de uma igreja. Durante a sessão ele também abusou dela, só que esse abuso foi mais grave porque houve uma violência. Ele a forçou a tirar a roupa e ficou esfregando o órgão genital dele nela durante a sessão", detalhou Thais.
O homem ainda teria oferecido um videogame caso a menina retornasse às sessões, mas ela contou o caso para a mãe, que o denunciou. "Mas era só a palavra da vítima e tinha a alegação de que ela teria esquizofrenia, então ficou em investigação. Agora, como nós percebemos que ele tinha o mesmo modo de agir durante essas sessões, e era a segunda vítima, nós decidimos representar pela prisão preventiva", ressaltou a delegada.
Na época, o pastor da igreja afastou o psicanalista, mas ele continuou a realizar as sessões dentro de casa. "A gente observou que, como ele continuou atendendo desde o primeiro crime de 2019 até 2025, então provavelmente tem outras vítimas", acredita Thais.
O investigado foi localizado e preso quando retornava da academia para casa, na última quarta-feira (24), em Vila Velha. Ele já tem uma condenação por roubo, sendo condenado a 7 anos de prisão pelo crime cometido em 2016, e cumpria pena no regime semiaberto. Ele teve o aparelho celular apreendido e vai responder pelo crime de estupro de vulnerável, referente ao crime de 2025; e por estupro qualificado pela idade, pelo crime em 2019.
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