"Difícil estar de frente com esse monstro", diz avó de Kauã em júri de ex-pastor
Júri estava marcado para começar às 9h desta segunda-feira (3)
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"São muitos sentimentos, mas vai ser um momento muito difícil estar de frente com esse monstro". Essa fala foi feita por Marlúcia Aparecida Butkovsky, de 61 anos, avó paterna do menino Kauã, torturado, estuprado e morto durante um incêndio, em abril de 2018, na cidade de Linhares, à reportagem do Jornal A Tribuna.
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A aposentada estava muito emocionada e com lágrimas nos olhos, quando conversou com a imprensa, antes do início do júri popular do ex-pastor e padrasto de Kauã, de 6 anos, Georgeval Alves. O grupo formado por sete pessoas vai dizer se ele é culpado de torturar, estuprar e matar o enteado e o próprio filho Joaquim, de 3 anos.
A seção estava prevista para ter início às 9 horas, mas ainda não começou. O ex-pastor Georgeval já chegou ao plenário e aguarda o início da audiência.
O pai de Kauã, o comerciante Rainy Butkovsky, de 36 anos, também conversou com A Tribuna e afirmou que, se tivesse a oportunidade, não falaria nada com o acusado de matar seu filho.
"Eu não tenho nada para falar com ele. Só tenho a dizer que estou confiante na Justiça do Tribunal e na de Deus, que não falha", disse o pai, que demonstrava nervosismo, ao esfregar as mãos com frequência, antes de começar o julgamento.
RELEMBRE O CASO
O ex-pastor foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pela acusação de espancar, estuprar e matar o filho Joaquim e o enteado Kauã, em 21 de abril de 2018 na casa onde moravam no centro de Linhares no Norte do Estado.
Segundo a denúncia, Georgeval teria estuprado e torturado as vítimas, colocando-as desacordadas na cama localizada no quarto das crianças. “Logo em seguida, empregou agente acelerante (líquido inflamável) no local e ateou fogo, causando as mortes das vítimas por ‘carbonização’”, diz o documento.
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O júri popular do ex-pastor acontece no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares, a partir das 9 horas desta segunda, e será comandado pelo juiz Tiago Fávaro Camata. A expectativa é de que o julgamento possa durar até três dias.
Ao todo, serão ouvidas 20 pessoas, sendo cinco delas peritos que irão prestar esclarecimentos. Pelo menos 11 pessoas foram arroladas pelo Ministério Público do Espírito Santo, sendo um delegado, dois bombeiros, cinco peritos e três testemunhas. Outras quatro pessoas foram arroladas pelos advogados de acusação e cinco pela defesa do ex-pastor.
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