"Só consigo acreditar na hipótese que ele surtou", diz mãe de Kauã e Joaquim
O júri popular do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves está marcado para a manhã desta segunda-feira (03), no Fórum de Linhares
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O ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves senta no banco dos réus, na manhã desta segunda-feira (03), para o início do júri popular pela morte dos irmãos Joaquim Salles Alves, de 3 anos, e Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos. Os advogados de acusação Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida revelam que vão usar um vídeo da ex-mulher do pastor, a pastora Juliana Salles, contra o acusado.
As imagens são do interrogatório da pastora nos autos do processo, que apura a morte dos dois filhos dela. Em um trecho do vídeo, gravado em 19 de fevereiro de 2019, ela afirma "eu só consigo acreditar nessa hipótese, que ele surtou, enlouqueceu e fez isso com os filhos". A frase é dita em meio ao choro e emoção da pastora.
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Os advogados de acusação acreditam que o processo está completo de provas técnicas irrefutáveis capazes de evidenciar que Geogeval é o culpado pela morte dos irmãos.
O ex-pastor foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pela acusação de espancar, estuprar e matar o filho Joaquim e o enteado Kauã, em 21 de abril de 2018 na casa onde moravam no centro de Linhares no Norte do Estado.
Segundo a denúncia, Georgeval teria estuprado e torturado as vítimas, colocando-as desacordadas na cama localizada no quarto das crianças. “Logo em seguida, empregou agente acelerante (líquido inflamável) no local e ateou fogo, causando as mortes das vítimas por ‘carbonização’”, diz o documento.
O júri popular do ex-pastor acontece no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares, a partir das 9 horas desta segunda, e será comandado pelo juiz Tiago Fávaro Camata. A expectativa é de que o julgamento possa durar até três dias.
Ao todo, serão ouvidas 20 pessoas, sendo cinco delas peritos que irão prestar esclarecimentos. Pelo menos 11 pessoas foram arroladas pelo Ministério Público do Espírito Santo, sendo um delegado, dois bombeiros, cinco peritos e três testemunhas. Outras quatro pessoas foram arroladas pelos advogados de acusação e cinco pela defesa do ex-pastor.
Na época do crime, o ex-pastor era casado com Juliana Salles, mãe das crianças e que chegou a ser presa por negligência, mas a polícia descartou o envolvimento dela no crime em 2018 e ela não foi pronunciada como ré pela Justiça.
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