"A Polícia está enfrentando uma garotada violenta e ousada", diz Coronel Ramalho
O Secretário conversou sobre as ações das Policias no Espírito Santo e os esforços parta combater a criminalidade no Estado
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O Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Coronel Ramalho, esteve na tarde desta sexta-feira (17) nos estúdios do Tribuna Online, onde cedeu uma entrevista exclusiva para o Editor Multimídia Hemerson Costa, falando sobre o recente duplo homicídio que aconteceu no bairro Ilha do Príncipe, e também sobre o combate ao crime no Estado.
No começo da conversa, o secretário foi questionado sobre o crime em que dois homens foram mortos à tiros, na tarde de quinta-feira (16), na capital capixaba.
"A gente lamenta profundamente um duplo homicídio em uma bairro tão tradicional, como é a Ilha do Princípe”, disse. “A gente fica muito preocupado, porque isso tá na mão de uma garotada de 14 a 28 anos, que não enxerga o emprego formal como oportunidade de vida, totalmente afastados da educação, religião, de preceitos éticos e morais, e que só enxerga a maconha, a cocaína e o matar”, desabafou.
Ramalho disse que esteve no local e que o crime em questão provavelmente foi executado por uma facção central, já que no local existiam indícios de que os homens assassinados vendiam drogas.
"Um carro preto, cerca os dois becos, e lamentavelmente atinge esses jovens, ao sol de 14h30, e poderia ter atingido uma criança, uma senhora idosa, um trabalhador. É uma cena que a gente não gostaria de ver nessas comunidades", relata.
Ações da polícia
Na sequência, o secretário é questionado sobre a cobrança da população em relação ao trabalho da Polícia e sua presença no dia a dia da população capixaba.
"A Polícia está trabalhando muito. A Polícia está se desdobrando muito, está enfrentando uma garotada violenta, ousada, que não respeita ninguém, que não têm limites, e que não encontra freio numa legislação penal. Por mais que a gente se desdobra, a gente não consegue intimidar o avançando dessa criminalidade juvenil, que lamentavelmente enxerga o tráfico como uma oportunidade de vida", explica.
Ele concluí dizendo que esse quadro só começa a ser mudado quando leis são criadas, e a segurança pública é discutida de maneira qualitativa, além de que a religião e a família serem fundamentais para evitar que os jovens sejam seduzidos pelo crime.
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Dificuldades para realizar prisões
Ao ser questionado se o sistema para conseguir autorizações e mandados para que a Polícia possa realizar buscas e efetuar prisões, o secretário respondeu que é uma burocracia necessária, já que a Polícia mesmo sabendo que algo ilegal ou irregular existe em determinado local, não pode, pela lei, simplesmente ir e efetuar a prisão.
"Para a gente fazer qualquer operação para entrar na casa de alguém, nós precisamos realmente de um mandado de busca e apreensão, mesmo que nós tenhamos todos os levantamentos da inteligência. Isso a gente tramita junto com o Ministério Público, com o Poder Judiciário. É uma tramitação que requer o cuidado dessa autoridades também, e dai a nossa compreensão", comenta.
Integração do serviço de inteligência
Ramalho comentou sobre a integração dos serviços de inteligência das Polícias do Espírito Santo, com outros estados e com a União, e disse que existe um esforço constante em aproximar os esforços para combater a criminalidade.
"Nós conversamos muito com atores de inteligência do Brasil todo, buscando trocar informações", revela.
Investimentos em tecnologia
Ao ser questionado sobre as novidades da Secretaria de Segurança Publica para os próximos anos e os investimentos previstos, Ramalho disse que o principal foco é na tecnologia.
"A gente tem que avançar, a gente precisa caminhar com as nossas inteligências, com as nossas Policias, instrumentalizar muito melhor as nossas Policias, tornar nossas cidades como cidades realmente inteligentes"
Ele citou como exemplo de avanço tecnológico o Cerco Inteligente, do Governo Estadual.
"Todos os principais municípios já contam com aproximadamente 500 câmeras instaladas em cada, e vamos chegar num parque tecnológico de 1600, que não tem só o poder de identificar um veículo furtado, mas saímos do modelos de videomonitoramento com uma parede cheio de televisão, e agora a gente diz pro robô o que eu quero que ele faça", explica.
Confira a entrevista completa abaixo:
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