X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Sábado é dia de feira

Leia a coluna de sábado (11)


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Sábado é dia de feira
Bruno Faustino

A rua acorda mais cedo, a sacola de lona está pronta, e o sol, preguiçoso, começa a espiar por entre os telhados. A feira é esse grande palco do cotidiano onde a vida se desenrola sem pressa, mas com um vigor que só quem já andou entre as barracas sabe explicar. Lembro das minhas primeiras idas à feira, ainda pequeno, de mãos dadas com meu pai.

Ele, com aquele jeito simples de quem conhecia todo mundo, me ensinava os nomes das frutas e verduras. Hoje, quando tenho tempo, ainda mantenho o ritual.

A diferença é que agora são as feiras orgânicas que me chamam atenção. Um encontro direto com quem planta, colhe e vende o que a terra nos dá de melhor.

Você já reparou como a feira tem o poder de frear o tempo? Enquanto o mundo lá fora corre, ali dentro as relações são construídas com paciência.

O feirante pergunta da família, recomenda a melhor receita para aquele tomate maduro demais e, se bobear, ainda te dá um pedaço de manga para provar.

E quando vem a chuva de repente, todo mundo se aperta debaixo do toldo da barraca, dividindo espaço e histórias.

Recentemente, assisti ao documentário “Feiras Capixabas: Vivências e Histórias”, produzido pelo Incaper. Aquelas imagens capturam a essência do que é a feira: um espaço de resistência, de cultura, de sobrevivência. Ali, agricultores familiares sustentam não só suas casas, mas também a alma de uma cidade inteira.

As feiras orgânicas são uma extensão dessa tradição, mas com um toque ainda mais especial. Elas são o reflexo do nosso desejo de comer melhor, de valorizar o que é puro e livre de agrotóxicos. Aos sábados, em bairros de Vitória, Vila Velha, Serra, Colatina, Montanha e tantas outras cidades, as barracas se enchem de cores vibrantes e sabores autênticos.

Quem frequenta sabe que ali não se compra só alface ou cenoura. Compra-se história. Compra-se afeto.

Já vi muito feirante madrugar na roça para chegar à cidade antes mesmo que o galo cantasse. Carrega nos ombros mais do que caixas de frutas: carrega esperanças.

E nós, do lado de cá, ao levar uma cesta cheia de produtos para casa, também levamos um pedaço de um sonho coletivo, de um ciclo que alimenta, conecta e ensina. No próximo sábado, dê um pulo na feira.

Passeie entre as barracas, experimente aquele mel fresquinho e leve pra casa um punhado de couve. Mas, acima de tudo, leve o sentimento de pertencimento. Porque a feira é esse lugar onde o passado, o presente e o futuro se encontram. E que bom que ainda existem feiras. Porque sem elas, caro leitor, a cidade perderia um pouco do seu sabor.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: