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ENTRE PRATELEIRAS

Feliz mundo novo

Todo ano começa antes de sabermos o que fazer com ele

Jaques Paes | 29/12/2025, 08:00 h | Atualizado em 26/12/2025, 18:14
Entre Prateleiras

Jaques Paes

Executivo, mestre em gestão empresarial, consultor, mentor de profissionais em transição de carreiras e professor do MBA de ESG e Sustentabilidade da FGV



          Imagem ilustrativa da imagem Feliz mundo novo
Jaques Paes. Executivo, mestre em gestão empresarial, consultor, mentor de profissionais em transição de carreiras e professor do MBA de ESG e Sustentabilidade da FGV |  Foto: Divulgação

Há um mundo real que nasce dos sonhos e se transforma em objeto pela vontade de vivê-lo. Esse mundo é tão real e tão concreto que quase podemos tocá-lo. É um mundo sábio, virtuoso, que nasce antes mesmo de começarmos a fazê-lo.

Nesse mundo, ateus, agnósticos, padres, poetas, políticos, economistas, cientistas, empresários e toda sorte de sonhadores e fazedores brindam, entre sorrisos, à chegada desse novo mundo, mesmo sem saber. Cada um com o seu mundo e ao seu tempo, não importando se o tempo é o medido ou o sentido. Nesse mundo, a diferença não faz diferença alguma.

Ele se cria em um segundo e recomeça em tantos outros, o suficiente para percebermos que desejos nascem junto com promessas e logo se misturam, deixando-nos a dúvida sobre onde termina um e começa o outro.

Mas nossas promessas erram, não nós. Elas nos colocam em situações delicadas, quase sempre contra nós mesmos. Promessas viram culpas, e nada mais injusto do que alguém carregar a culpa por uma promessa não cumprida. Não esse tipo.

Cada ano que se inicia é esse mundo que imaginamos. Um mundo ainda sem biografia, sem acertos suficientes para iludir e sem erros suficientes para ensinar. Tudo ainda cabe. Tudo ainda parece possível. E essa abertura, por si só, já exige cuidado.

Toda promessa que fazemos é, antes, um desejo. Um desejo lançado no tempo, tentando organizar aquilo que ainda não se organizou. Por isso não há promessa irreal, nem resoluções de fim de ano que não estejam sujeitas a ajustes, desvios ou simples abandono. O mundo que imaginamos não exige coerência imediata.

Nem toda promessa é virtuosa. Há promessas que nascem do cansaço, outras da esperança, algumas apenas da tentativa honesta de seguir. E no desejo não cabe virtude. Cabe intenção. Cabe imperfeição. Cabe, às vezes, desistir sem fracassar.

Há anos que se deixam viver sem resistência. Não porque sejam fáceis, mas porque não aceitam ser organizados de antemão. Eles avançam como avançam os dias comuns: um depois do outro, sem anúncio, sem roteiro. E talvez seja nesse ritmo menos solene que o mundo imaginado começa, enfim, a ganhar alguma forma.

Esse mundo não pede preparo especial. Não exige convicções firmes, nem discursos alinhados, nem coragem épica. Ele aceita entradas tímidas, passos hesitantes, presença parcial. Aceita até quem chega cansado demais para prometer qualquer coisa além de seguir.

Há mundos que não se deixam contar logo no início. Eles recusam rótulos, resistem a adjetivos fáceis e seguem sem se explicar. Um ano também pode ser assim: começa sem narrativa pronta, sem história oficial, sem obrigação de fazer sentido cedo demais. Apenas acontece.

Viver esse mundo exige uma convivência tranquila com o inacabado. Com o que não se resolve, com o que não avança, com o que não se cumpre. Não como falha, mas como estado provisório. Alguns mundos precisam de tempo para se revelar, outros nunca se revelam por completo.

Talvez por isso esse mundo, que também chamamos de ano, não nos peça garantias, nem firmeza, nem constância. Ele apenas se apresenta. O resto acontece no caminho.

O mundo segue. O ano também.

Continuo o assunto nas redes: Instagram: @jaquespaes; LinkedIn: in/jaquespaes

Executivo, mestre em gestão empresarial, consultor, mentor de profissionais em transição de carreiras e professor do MBA de ESG e Sustentabilidade da FGV

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Esta coluna parte da ideia de que gestão, sustentabilidade, projetos e estratégia não vivem em gavetas separadas. “Entre Prateleiras” é o espaço onde essas fricções aparecem e onde decisões, narrativas e contradições se encontram. Seu propósito é trazer à superfície o que costuma ficar guardado para provocar conversas que façam diferença no mundo que a gente vê lá fora.