O que escolas, pais e filhos não podem ignorar na educação
Tema foi abordado durante evento das escolas particulares, que começou na quinta e termina nesta sexta-feira em Vitória
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Na urgência do agora, educar não é apenas garantir o domínio dos conteúdos tradicionais. A escola do presente — e do futuro — precisa preparar os educadores, pais e estudantes para lidar com desafios complexos, desenvolver pensamento crítico e navegar com segurança em um cenário dominado pela tecnologia.
O tema foi debatido pelo economista e superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, durante o 13º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo – que começou na quinta (21) e termina nesta sexta-feira (22) no Centro de Convenções de Vitória.
O evento, realizado pelo Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), reúne cerca de 1.700 educadores e gestores educacionais de redes públicas e privadas.
Com o tema “Educação: o motor da transformação do Brasil”, Ricardo Henriques destacou as habilidades do século. Letramento digital é um dos exemplos. Mas o que significa isso?
“O letramento digital envolve tanto o letramento midiático — ou seja, entender a diferença entre informação e opinião — quanto saber lidar com informações e, principalmente, desenvolver o raciocínio computacional. Isso significa olhar para problemas complexos, ser capaz de decompô-los, organizá-los de forma sequencial e propor soluções com base em algoritmos”.
Mas ele frisou que as disciplinas tradicionais não perdem espaço. Pelo contrário, elas caminham juntas. “Eu terei uma formação melhor em Física, Língua Portuguesa, Inglês e outras áreas quanto mais eu dominar o mundo digital. Elas são retroalimentadas. O mercado solicita isso no dia a dia”.
Ele aproveitou para deixar uma mensagem. “Como a escola, pensando nos educadores, vai dar conta de garantir o que é básico — que acumulamos até hoje — e, ao mesmo tempo, projetar as habilidades que são incontornáveis para o ingresso no mundo do trabalho contemporâneo? Se eu souber apenas o que é básico até hoje, estarei alienado das principais funções”.
Sob essa ótica, ele complementa que é preciso ser capaz de desenvolver competências disciplinares — Matemática, Ciências, Química, Língua Portuguesa — e, ao mesmo tempo, pensamento crítico, analítico, capacidade de trabalhar coletivamente, ter uma comunicação forte e saber participar de agendas coletivas de forma resolutiva.
O que eles dizem
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“O congresso traz reflexões sobre a urgência do agora, como aliar educação, inovação e humanização. É preciso preparar cada vez mais as escolas para os desafios de um mundo em constante transformação” — Moacir Lellis, presidente do Sinepe-ES
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“Formamos cidadãos e os preparamos para um mundo em constante transformação. Como profissionais da educação, precisamos estar antenados e entender como aliar a tecnologia e a humanização neste cenário atual que nós vivemos”. — Roberta Bonelli, vice-presidente do Sinepe-ES, gestora da Escola da Ilha e fundadora da Escola Novo Mundo
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“Educação, inovação e humanização formam uma tríade essencial para o futuro. Parece que o ser humano desaparece um pouco dessa equação.Trazer a humanização para o centro do debate é algo fundamental”. — Vitor de Angelo, secretário de Estado da Educação
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“O que temos de mais urgente na educação é ensinar. Garantir o direito à aprendizagem de cada criança, em todos os territórios. Estamos reduzindo desigualdades, alfabetizando e abrindo caminhos para que os estudantes alcancem as oportunidades que desejam”. — Juliana Rohsner, secretária de Educação de Vitória
SAIBA MAIS
Habilidades
Pensamento crítico: definir perguntas relevantes, fazer análise crítica das informações, desenvolver soluções consistentes.
Pensamento lógico: raciocínio estruturado e resolução eficiente de problemas.
Letramentos digitais: compreender e utilizar tecnologias digitais, incluindo segurança cibernética, letramento midiático e pensamento computacional (abordar problemas complexos, decompor em partes menores, identificar padrões, mobilizar informações relevantes e criar soluções de forma algorítmica).
Habilidades socioemocionais: gerenciar emoções; estabelecer relacionamentos saudáveis; e tomar decisões responsáveis (individuais e coletivas).
Cultura de paz e coexistência: reconhecer e resolver conflitos de maneira pacífica; respeitar e conviver com pessoas de diferentes origens e trajetórias.
Comunicação eficaz: comunicação verbal e escrita clara e eficaz.
Colaboração: trabalhar em equipe; reconhecer e valorizar a diversidade de perspectivas.
Criatividade: intencionalidade de busca de novos ângulos para resolver problemas; desafiar suposições estabelecidas e conectar informações de maneiras inovadoras.
Fabulação: criar e narrar histórias; promover imaginação e a expressão criativa; redefinir perspectivas de interagir com o mundo; provocar novos modos de existência e formas de pensar.
Pensamento sistêmico: compreender a interdependência entre diferentes aspectos da vida, a partir da articulação entre indivíduo, tecnologia e natureza.
Aprendizagem ao longo da vida: desenvolver capacidade de “aprender a aprender” para a adaptabilidade, flexibilidade e aprendizagem contínua.
Maiores desafios no mercado de trabalho: pensamento analítico; resiliência, flexibilidade e agilidade; liderança e influência social.; pensamento criativo.; motivação e autoconsciência; alfabetização tecnológica; curiosidade e aprendizado contínuo; empatia e escuta ativa; orientação para o serviço e atendimento ao cliente.
Fonte: Ricardo Henriques, palestrante.
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