Congresso vai reunir propostas dos educadores para melhorias no ensino do ES
Elas serão discutidas nesta quinta e sexta-feira em evento no Centro de Convenções de Vitória, com a participação de vários especialistas
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Mais de 1,7 mil educadores e gestores educacionais de todo o Espírito Santo se reúnem nesta quinta (21) e sexta-feira (22) para discutir como as instituições de ensino podem melhorar a qualidade do aprendizado e preparar alunos para os desafios do século 21.
O 13º Congresso Educacional das Escolas Particulares – que será realizado no Centro de Convenções de Vitória – terá como tema “Urgências do agora: como aliar inovação, sustentabilidade e humanização”.
Organizado pelo Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), o evento terá na programação palestras, painéis e oficinas com 18 especialistas de renome nacional.
O presidente do Sinepe-ES, Moacir Lellis, enfatizou que a proposta do congresso é ser um grande espaço de formação e de troca, um lugar onde os profissionais da educação possam se atualizar com as tendências e refletir sobre como fazer mais.
“O Congresso Educacional 2025 reafirma o papel do Sinepe-ES como protagonista na formação continuada dos profissionais da educação capixaba e como agente ativo no fortalecimento das instituições de ensino no Estado”.
Lellis ressaltou que, apesar do Congresso ser organizado pelas escolas particulares, o evento é voltado para construir uma educação melhor para todos.
“Fizemos questão de convidar representantes das superintendências de educação estadual e de secretarias municipais do Estado. O Sinepe entende que a educação é uma só, seja ela privada ou pública. Temos de torcer para que ela cresça e melhore cada vez mais”, frisou.
Moacir destacou que, em sua 13ª edição, o número de inscritos no evento já é recorde, chegando a 1.700 pessoas até a noite de ontem.
Entre os nomes confirmados para as palestras, no auditório principal, estão Ricardo Henriques, professor, economista e superintendente executivo do Instituto Unibanco, que falará sobre o motor da transformação do Brasil.
A professora, futurista, escritora e referência internacional em inovação e tendências Martha Gabriel também falará sobre a educação do futuro.
Outra palestrante é Regina Shudo, referência em educação infantil e diretora da Amaná Educacional e do Instituto Infâncias, que vai abordar o papel da escola na sociedade.
Durante os dois dias de evento, os participantes também poderão visitar a ExpoSinepe-ES, espaço que reunirá mais de 60 expositores, entre parceiros, editoras, instituições e fornecedores do setor educacional.
Conceitos de liderança, robótica e IA em arena
Além de palestras no auditório principal, uma das novidades do 13º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo, neste ano, é a Arena de Inovação e Empreendedorismo.
O espaço será voltado para startups e grandes empresas apresentarem soluções inovadoras para atender às diversas demandas das instituições de ensino.
A arena também contará com oficinas e palestras com temas como robótica, liderança e Inteligência Artificial.
Entre os destaques estão temas como proteção de dados, inteligência artificial aplicada à educação, gamificação, robótica educacional, educação ambiental e contraturno musical.
A arena também contará com uma palestra voltada exclusivamente para gestores e mantenedores do ensino superior sobre liderança transformadora e a administração da gestão escolar.
Educação Superior
De forma simultânea ao congresso, será realizado também um evento exclusivo para mantenedores do ensino superior: o Encontro Regional Sudeste da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
O encontro promete aprofundar as discussões sobre os desafios da educação superior, especialmente diante do novo marco regulatório e das transformações digitais.
A programação vai reunir especialistas e representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Como preparar para desafios que ainda não existem
Como preparar alunos para um futuro que ninguém ainda consegue prever? O debate fará parte da palestra da diretora acadêmica do Edify Education, Raquel Carlos, que terá como tema “Gestão do conhecimento: preparando alunos para um mundo em transformação através de competências de aprendizagem para a vida”.
Para Raquel, a resposta para a pergunta inicial está justamente na gestão do conhecimento e no desenvolvimento de competências de aprendizagem para a vida.
“Precisamos pensar no momento em que estamos no mundo, no futuro do trabalho e como a escola precisa ser um espaço que responde a esse contexto socioeconômico em que ela está inserida”.
Ela enfatizou que não tem como manter a escola sob uma ótica que sempre tivemos, que é a de desenvolver ali conteúdos, saberes, competências e habilidades que já estão conhecidas e mapeadas.
“Estamos em um cenário em que os nossos estudantes viverão em um mundo em que a gente sequer sabe quais serão os problemas que eles terão de lidar e as profissões que serão demandadas. Então, o que temos de entender é a importância do que a gente chama de 'aprender a aprender'”.
Ela explicou que essa é uma perspectiva do aprender ao longo da vida – chamada de “lifelong learning”. Nesse sentido, a escola pode ajudar no desenvolvimento de cinco arcos de competências.
O primeiro deles seria a fluência cognitiva, em uma perspectiva de como a escola pode mediar o conhecimento para que os estudantes cheguem a um nível de pensamento crítico e de resolução de problemas necessários.
“Depois, temos a ideia de destreza tecnológica, relacionado a altos níveis de letramento em dados e de capacidade tecnológica que todos precisamos”.
Um outro ponto, segundo ela, é o respeito e apreciação da diversidade. “Empatia e apreciação da diversidade são pilares essenciais não apenas por promover um ambiente mais inclusivo e mais justo, mas também garante uma multiplicidade de visões”.
Os outros dois pilares, segundo Raquel, são ação cidadã e responsabilidade socioambiental.
“As escolas devem fomentar competências e habilidades, visto que é impossível a gente achar que a escola vai dar conta de preparar os alunos para o futuro”.
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