Ensino técnico fica com menos tempo
Mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados nesta quarta seguem agora para análise no Senado
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Com as mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados, os estudantes que optarem pelo ensino técnico vão ficar com menos tempo para as disciplinas obrigatórias. O tema foi alvo de discussões e críticas durante a sessão na última quarta-feira (20).
Para quem opta pelo curso técnico, o texto previa de 1.800 horas a 2.100 horas para a formação geral básica, dependendo da carga horária do profissionalizante. Os cursos técnicos de maior relevância, como os da área de Saúde e Tecnologia, têm 1.200 horas.
No texto final, a formação geral básica passa a ter 2.100 horas (menor que dos demais estudantes do ensino médio, com previsão de 2.400 horas).
As redes ainda estarão liberadas para utilizarem até 300 dessas horas de “forma articulada com o curso técnico” nas carreiras que precisem de mil ou 1.200 horas de formação. Assim, a parte do currículo de disciplinas clássicas, a formação geral básica, cai para até 1.800 horas.
Para o gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, apesar das mudanças aprovadas serem positivas, de forma geral, esse ponto merece atenção.
A preocupação, segundo ele, é que isso possa acentuar as diferenças entre os alunos da formação técnica e aqueles que optarem por outras áreas de conhecimento.
“Mesmo para um curso com 900 horas para formação técnica, o estudante teria 300 horas a menos para a formação geral básica que estudantes que não optarem pela educação profissional. O temor é que a formação técnica tenha menos demanda, já que estudantes podem pensar que terão mais dificuldade ao tentar vestibular ou Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”.
A Rede de Educação do Sesi e Senai Espírito Santo informou que vai analisar as mudanças no projeto de lei sobre o Novo Ensino Médio e irá acompanhar a tramitação do que foi para análise no Senado.
“A instituição ressalta que a adoção do Novo Ensino Médio permite ao aluno uma formação técnica junto à formação básica, promovendo a sua ligação direta com o mercado de trabalho da indústria”, ressaltou, em nota.
O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) informou que não iria comentar a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados.
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