Estudo revela as 18 profissões com maiores salários este ano
Estudo da Fundação Getúlio Vargas apontou médicos, engenheiros e advogados no ranking das atividades mais bem pagas no País
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Escolher uma profissão nem sempre é uma tarefa fácil, mas para quem busca uma área pela vocação, aliada à remuneração, um estudo que revela quais são as 18 profissões com maiores salários este ano pode nortear a decisão.
No topo da lista da pesquisa, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), estão médicos especialistas, com ganhos que ultrapassam R$ 18 mil.
Destaque ainda para os matemáticos, atuários e estatísticos e médicos gerais. Geólogos e geofísicos, engenheiros, economistas, designers e administradores de bases de dados, advogados e juristas também foram citados.
Assinado pela pesquisadora e doutora em Economia Janaina Feijó, o estudo destaca que a procura pelos profissionais de ciências, tecnologia, engenharia e matemática aumentou com a pandemia, considerando que acelerou as transformações tecnológicas.
Quase todas as profissões que passaram a pagar mais são da área de TI e, segundo a pesquisadora, a procura por esses profissionais é crescente, mas a quantidade de trabalhadores com esse conhecimento ainda é baixa.
Só quatro das 17 ocupações mais bem pagas tiveram valorização salarial no comparativo com 2012. Desenvolvedores de página de internet e multimídia apresentaram o maior aumento médio, superior a 90%.
Matemáticos, estatísticos e atuários – estes últimos são gestores de risco financeiro –, somaram 50% de alta. Desenvolvedores de programas e aplicativos registraram 39% de aumento e desenhistas e administradores de base de dados, 30%.
Apesar de os dados não terem recortes regionais, especialistas asseguram que o estudo não se destoa da realidade no Estado.
A diretora da Center Recursos Humanos, Eliana Machado, por exemplo, disse que o Estado, mesmo na pandemia, manteve um crescimento constante.
Sobre os salários, ela diz que a medicina sempre estará nesse topo, assim como as demais profissões reveladas no estudo.
O presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), Leonardo Lessa Arantes, faz uma observação, destacando que a realidade atual tem se mostrado difícil para os que estão entrando no mercado de trabalho.
“A quantidade de médicos por habitantes no Brasil é altíssima e o mercado tem oferecido vagas precárias. Além disso, as oportunidades acabam se localizando em grandes centros, onde cada vez mais médicos tentam ocupar o mesmo espaço”.
Neurocirurgiã
Isadora dos Reis Tassis, 20 anos, já deu o primeiro passo para realizar um sonho: ser médica e se especializar em neurocirurgia.
Cursando o 3º período de Medicina, ela conta que foi no ensino médio que teve a certeza da escolha, decisão que se fortalece a cada dia.
“Escolhi Medicina porque me identificava com o curso e pela nobre missão de salvar vidas. Claro que junto a isso a questão financeira influenciou bastante na escolha”.
Ciente de que a qualificação é essencial, ela planeja se especializar em São Paulo para, então, retornar ao Espírito Santo, Estado que escolheu para atuar.
O estudo
O levantamento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) tem como base comparativa o segundo trimestre de 2012 e o segundo trimestre de 2023.
A pesquisa usou como filtros profissionais do setor privado e com ensino superior que atuam nas funções mais bem pagas, ou seja, acima do rendimento médio do trabalhador no Brasil (R$ 2.836).
O estudo usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ranking das profissões mais bem pagas
Médicos especialistas
Salário: R$ 18.475
Matemáticos, atuários e estatísticos
Salário: R$ 16.568
Médicos gerais
Salário: R$ 11.022
Geólogos e geofísicos
Salário: R$ 10.011
Engenheiros mecânicos
Salário: R$ 9.881
Engenheiros não classificados anteriormente
Salário: R$ 9.451
Desenvolvedores de programas e aplicativos
Salário: R$ 9.210
Engenheiros industriais e de produção
Salário: R$ 8.849
Economistas
Salário: R$ 8.645
Engenheiros eletricistas
Salário: R$ 8.433
Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins
Salário: R$ 7.887
Engenheiros civis
Salário: R$ 7.538
Designers e administradores de bases de dados
Salário: R$ 7.301
Advogados e juristas
Salário: R$ 7.237
Engenheiros químicos
Salário: R$ 7.161
Analistas de sistemas
Salário: R$ 7.005
Desenvolvedores de páginas de internet (web) e multimídia
Salário: R$ 6.075
Desenvolvedores e analistas de programas e aplicativos e multimídia
Salário: R$ 5.980
Curiosidades
Valorização
A ocupação com maior valorização salarial foi a de desenvolvimento de páginas web, com um salto de 91% na remuneração média real, segundo comparativo com 2012.
A “medalha de prata” ficou com os matemáticos, atuários e estatísticos, que viram o pagamento aumentar em 50%.
Queda
Profissões mais tradicionais registraram queda no salário médio. O rendimento de engenheiros químicos, por exemplo, caiu 52% entre 2012 e 2023.
Na mesma linha, engenheiros civis e economistas tiveram uma redução de 41% e 39%, respectivamente.
Apesar dos médicos especialistas estarem no topo da lista dos mais bem pagos do Brasil, a remuneração média caiu 13% desde 2012.
Rendimento varia de acordo com nível de escolaridade
A pesquisa apontou ainda que quem concluiu o ensino superior ganha, em média, 4 vezes mais do que quem tem “menos de um ano de estudo”, duas vezes e meia mais dos que têm ensino médio incompleto e duas vezes mais do que quem tem ensino superior incompleto.
Porém, embora o ensino superior concentre as profissões com maiores ganhos salariais, apenas 23% da população ocupada no País têm esse nível de instrução. Há uma década, o percentual era ainda menor, de 14%.
Salário médio, segundo grau de instrução
Menos de 1 ano de estudo: R$ 1.396;
Fundamental incompleto: R$ 1.652;
Fundamental completo: R$ 1.867;
Médio incompleto: R$ 1.716;
Médio completo: R$ 2.172;
Superior incompleto: R$ 2.793;
Superior completo: R$ 5.891.
Fonte: Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) e pesquisa A Tribuna.
Análise
“Estudar para melhorar a renda”
“Estudos realizados em diversos países, incluindo o Brasil, comprovam que estudar aumenta a renda e reduz o risco de desemprego.
De acordo com dados do IBGE de julho de 2023, a renda média dos trabalhadores com nível superior é 4,3 vezes maior do que a dos trabalhadores sem instrução. Além disso, o risco de desemprego é 2,5 vezes menor entre os trabalhadores com nível superior.
No mesmo contexto, a pandemia ressaltou ainda mais a importância da educação, uma vez que muitos empregos que exigiam baixa qualificação foram os mais afetados, enquanto oportunidades em setores de maior especialização se mantiveram mais resilientes.
Estes dados evidenciam a importância de incentivar a aprendizagem ao longo da vida, pois a evolução constante das demandas do mercado de trabalho torna a educação contínua uma ferramenta crucial para o sucesso profissional e a segurança financeira. Estudar é um investimento que vale a pena. É a melhor forma de aumentar a renda e reduzir o risco de desemprego.”
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