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Não sabe mais o que fazer com sua dor de cabeça?

Se elas se tornarem frequentes, severas ou acompanhadas por alterações na visão e desmaios, é preciso procurar ajuda médica


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Imagem ilustrativa da imagem Não sabe mais o que fazer com sua dor de cabeça?
As dores de cabeça frequentes fizeram com que a dona de casa Deuzedete Silva Santos, de 60 anos, tivesse que se afastar das atividades profissionais. “Atrapalha muito a minha vida! Eu trabalhava como cozinheira profissional de carteira assinada. Mas, quando a dor vem, afeta a minha asma, e eu tenho problema de bronquite, até me causa vômitos.” |  Foto: Leone Iglesias/ AT

Do estresse do dia a dia a condições mais graves, como tumores e meningites, as causas da cefaleia são inúmeras. Em todos os casos, segundo especialistas, a dor de cabeça é um alerta de que algo no organismo precisa de atenção.

A frequência e a intensidade em alguns casos chegam a impedir a realização de tarefas rotineiras e até afastar de atividades profissionais. Não é a automedicação a solução para o problema!

No Brasil, 70% da população, em graus diferentes, sofre esporadicamente com esse desconforto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe). O alerta da Academia Brasileira de Neurologia é: se acontecem três ou mais vezes por mês, é preciso procurar ajuda médica.

Mariana Grenfell, neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia do Espírito Santo, explica que é aconselhável procurar ajuda médica se as dores de cabeça se tornarem frequentes, severas ou se forem acompanhadas por outros sintomas, como alterações na visão, desmaios, dificuldade para falar, fraqueza ou febre.

“Além disso, dores de cabeça que surgem de repente, de forma súbita, e com grande intensidade, conhecidas como 'cefaleias em trovoada', requerem atenção imediata, pois podem ser indicativas de condições graves, como aneurismas ou hemorragias cerebrais.”

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|  Foto: Arquivo/ AT

O paciente também deve evitar o uso frequente de analgésicos, em especial a automedicação. Mariana alerta que esse comportamento pode levar a um fenômeno conhecido como cefaleia crônica por abuso de analgésicos, além de causar efeitos colaterais como danos ao fígado, rins e problemas gastrointestinais.

O neurologista Ulysses Caus Batista explica que as dores são divididas em primárias e secundárias. No primeiro caso, não são consequência da saúde física ou emocional. Na secundária, a cefaleia é um sintoma, surge a partir de outras coisas, como gripe, dengue, estresse ou ansiedade. Ou seja, se trata o problema, a dor passa.

“Quando entendemos que a dor é unilateral, tem fotofobia (sensibilidade à luz), é intensificada por barulho, vem acompanhada de náusea e vômitos, a dor é do tipo enxaqueca. Eventualmente submetemos o paciente a exames para confirmar a enxaqueca, e que não tem causa dentro do cérebro.”

O médico acrescenta que os principais fatores para evitar dores de cabeça são “ter controle emocional, evitar a ansiedade e o estresse, fazer atividade física regular e dormir bem à noite”.

Enxaquecas após ter mononucleose

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|  Foto: Acervo pessoal

Foi após ter mononucleose, aos 14 anos, que a estudante de Engenharia Thaís Cometti Saiter, hoje com 20 anos, passou a sentir enxaquecas. Há tanto tempo sofrendo com os incômodos, a jovem aprendeu a identificar os gatilhos que desencadeiam ou até agravam as dores.

“Eu não posso comer feijão que fico com dor de cabeça. Não é aquela dorzinha de cabeça, é uma dor muito forte que pode durar dias,” diz Thaís, que já fez uso de medicamentos com acompanhamento médico, mas agora adota estratégias no estilo de vida para controlar a enxaqueca.


Saiba mais

Sinais de alerta

Dor com início súbito que atinge intensidade máxima em segundos ou minutos, que é progressiva ou quando há mudança no padrão (pessoas acima de 50 anos) são sinais de alerta.

Também se atente em caso de sintomas neurológicos associados como febre ou rigidez no pescoço, se houver trauma, mesmo que pareça leve, e se persistirem náuseas e vômitos.

Tratamento

Além de medicamentos existem abordagens não farmacológicas, como a terapia cognitivo-comportamental e técnicas de relaxamento.

A identificação e o manejo dos gatilhos, mudanças no estilo de vida, podem ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das dores de cabeça sem a necessidade de analgésicos frequentes.

Fonte: Especialistas entrevistados.

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