Terceira idade mais ativa e atenta à alimentação
Marize Reges, 61 anos, é um dos exemplos. Ela mantém rotina de exercícios, consumo de proteínas e esbanja vitalidade no dia a dia
Quebrando velhos conceitos em relação à terceira idade, os sessentões estão redefinindo os padrões de envelhecimento ao adotarem hábitos mais saudáveis, segundo especialistas.
Com um olhar atento para a nutrição e a busca por um estilo de vida mais equilibrado, esse público tem provado que a idade não é mais uma barreira para se alcançar vitalidade e qualidade de vida.
Com o foco no cuidado da própria saúde, a empresária, modelo e atleta Marize Ribeiro Reges, de 61 anos, tem fôlego de deixar qualquer mulher de 30 anos de queixo caído.
A rotina dela começa às 6 horas da manhã. “Faço meu ritual de pré-treino e depois caminho até por volta das 7h30 e 8 horas, e sigo para a academia”, contou em entrevista à TV Tribuna/SBT.
“Hoje eu tenho uma idade, mas é preciso pensar lá na frente, na necessidade de ter músculos fortes para poder caminhar, levantar de uma cadeira, tomar banho sozinha e manter minhas atividades, sem precisar de uma cadeira de rodas”.
E Marize está certíssima. Cerca de 15% dos brasileiros têm sarcopenia a partir dos 60 anos de idade, chegando a até 50% após os 80 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
A doença é caracterizada pela acelerada perda de massa e força muscular com redução do desempenho físico nos indivíduos. A prevenção é feita por meio de exercícios físicos e consumo de proteína.
Mas nem sempre Marize teve uma rotina saudável. No passado, ela já chegou a pesar 23 quilos a mais. Mudança na rotina e alimentação dão, agora, nova disposição a ela, que ainda tem energia para atuar como modelo.
“Acredito que minha vida após os 60 anos está acontecendo agora. Quero influenciar as mulheres maduras, 40, 50 e 60+. Não devemos desanimar e nem desistir dos nossos sonhos. Eu procuro me exercitar, passar para minhas seguidoras que elas devem se amar e estar em conexão com outras pessoas”.
Marize faz parte de um total de 631.398 de idosos, na faixa etária de 60 anos ou mais, no Estado.
“Esses idosos têm uma perspectiva de viver mais 25 anos, na média, superando, inclusive, a esperança de vida ao nascer da população geral, que é de 80 anos. Estamos vendo uma geração de sessentões ativos, vivendo mais e com qualidade”, destaca Pablo Lira, diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
“Saúde não é só a ausência de doenças”, afirma médica
Entre os pilares essenciais de saúde para quem tem mais de 60 anos estão rotina de atividade física regulares, alimentação saudável e equilibrada, acompanhamento médico regular e uso apenas quando indicado de medicações, segundo pontua a geriatra Rosiane Cazeli, da Best Senior.
Porém, de acordo com a médica, também é preciso ter propósito de vida e ir além.
“Como saúde não é só a ausência de doenças, existem outros pilares que também devem ser lembrados, que vão ajudar a manter qualidade de vida e uma sensação de bem-estar, como manter suporte social com amizades, cultivar um hobby e sempre manter o seu cérebro ativo e em movimento”.
No quesito alimentação, a geriatra ressalta que ela deve ser com baixo teor de sódio, baixo teor de açúcar, sem a presença de ultraprocessados, baseadas em frutas variadas, verduras, leguminosas, gorduras saudáveis como as oleaginosas – principalmente das sementes, nozes, castanhas, azeite –, proteínas e carnes magras.
Vilões
Tabagismo, sedentarismo, excesso de bebida alcoólica, dieta inadequada, obesidade, isolamento social e falta de atividades sociais são os vilões de uma vida saudável.
“Nossa velhice vai ser muito determinada pelos nossos hábitos durante a juventude. Mas também nunca é tarde para que a gente mude hábitos e para que a gente comece uma rotina de vida saudável. Isso vai trazer benefícios em qualquer época da vida”, ressalta Rosiane.
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