Médicos alertam para sinais da pneumonia
Febre alta, tosse, secreção, mal-estar, fadiga e falta de ar são alguns dos sintomas que precisam ser avaliados com exames
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A pneumonia foi a principal causa de morte no Brasil, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, registrados até a última sexta-feira (30). Foram 213.887 mortes pela doença em todo ano passado, número maior do que os óbitos por acidente vascular cerebral (AVC), 111.839, e infarto, 104.419.
Somente neste ano já foram mais de 82 mil mortes por pneumonia. Em 2019, por exemplo, antes da pandemia, a doença se transformou na maior causa infecciosa de mortes de adultos e crianças no mundo, vitimando 2,5 milhões de vidas, incluindo 672 mil crianças com menos de cinco anos.
Segundo especialistas, muitas vezes, quadros respiratórios comuns podem evoluir para uma pneumonia. E, nos últimos meses, médicos têm visto com mais frequência casos de pneumonia silenciosa.
“Pneumonia silenciosa é um nome que não existe cientificamente, mas as pessoas a chamam de silenciosa porque ela tem apresentações clínicas mais brandas do que a pneumonia que estamos acostumados a ver. O paciente tem menos dor no corpo, tem febre mais baixa, não tem tanta tosse com secreção, a ausculta e a imagem radiológica não são tão características quanto a outra pneumonia”, explica a pneumologista Roberta Couto.
Um alerta feito pela médica é que quadros persistentes de tosse devem ser avaliados. “Tosse persistente não é normal, o paciente tem de procurar atendimento”.
Uma complicação que pode ocorrer na pneumonia é a broncopneumonia, explica a pneumologista Ciléa Victória Martins.
“Quando a pneumonia é pequena, ela atinge apenas uma estrutura do pulmão, mas quando atinge os dois, tanto o pulmão esquerdo quanto o direito, se torna a broncopneumonia. Se tratada no início, às vezes nem é preciso internar o paciente, mas se estiver em uma fase evoluída, pode precisar de uma unidade intensiva e de ventilação mecânica”.
Febre alta, tosse, secreção, mal-estar, fadiga e falta de ar são sinais, segundo a médica, que precisam ser avaliados com exames radiológicos e sanguíneos para saber qual a bactéria que está causando a pneumonia e o antibiótico a ser usado no tratamento.
Mais de 600 mil internações por ano causadas por pneumonia
O Sistema Único de Saúde (SUS) registra, anualmente, mais de 600 mil internações por Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e influenza.
Do total, não é incomum os casos de pessoas com pneumonia recorrente, definida como dois episódios de pneumonia em um único ano.
“É importante avaliar se o local da pneumonia é o mesmo, para saber se o paciente tem algo obstruindo aquela área e precise ser retirado. Precisamos ver também se há algum quadro fibrótico, porque a pneumonia, quando é muito extensa, pode deixar marcas e cicatrizes”, observa a pneumologista Ciléa Victória Martins.
Rinossinusite crônica, doença do refluxo não tratada e deficiência imunológica também podem contribuir para quadros de repetição, alerta a pneumologista Roberta Couto.
“Quadros frequentes de pneumonia podem causar resistência bacteriana”.
Sintomas
A pneumonia é uma doença inflamatória aguda que acomete os pulmões e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos. As principais manifestações clínicas são tosse com produção de expectoração; dor torácica, que piora com os movimentos respiratórios; mal-estar geral, falta de ar e febre.
Já a broncopneumonia é uma inflamação que atinge os pulmões, mais especificamente, as estruturas internas do pulmão, como os brônquios e os alvéolos. Os sinais são semelhantes aos da pneumonia, como tosse persistente, febre alta, fraqueza, calafrios e dificuldade para respirar.
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