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OPINIÃO INTERNACIONAL

Destaques do ano são nossos

Um balanço do ano entre tecnologia, política e diplomacia

José Vicente de Sá Pimentel | 15/12/2025, 12:57 h | Atualizado em 15/12/2025, 12:57
Opinião Internacional

José Vicente de Sá Pimentel



          Imagem ilustrativa da imagem Destaques do ano são nossos
José Vicente de Sá Pimentel. |  Foto: Divulgação

O fim do ano se aproxima e a impressão que dá é que o tempo foi curto para tudo que aconteceu em 2025. A tecnologia acelera o ritmo em todos os setores da vida e se converte, para o bem e para o mal, num dado incontornável da vida moderna. Se é assim hoje, mais há de ser no futuro próximo, que será regido, tudo indica, pela inteligência artificial.

A IA gera, por um lado, expectativas de notáveis avanços na capacidade produtiva e no bem-estar dos consumidores, e por outro, temores de que um super Big Brother utilize a nova ferramenta para aumentar o poder de uma plutocracia sem compromisso com o interesse público e com total devoção a seus próprios negócios.

Os mais notórios representantes da plutocracia emergente são os chamados “arquitetos da IA”, que foram escolhidos pela revista Time como as personalidades mais influentes de 2025. São eles Jensen Huang, presidente da Nvidia; Mark Zuckerberg, da Meta; Elon Musk, da “X” e SpaceX; Sam Altman, da OpenAI; Lisa Su, da AMD; Dario Amodei, da Anthropic; Demis Hassabis, do Google e Fei-Fei Li, conhecida como a “madrinha” da IA.

Li a matéria e admito que fiquei confuso com o menu de possibilidades e as ameaças que se descortinam. Qual o avanço social que pode decorrer do progresso científico concentrado em tão poucas mãos? Autodesignado zelador dos negócios da moçada, Trump elevou a riqueza material como o bem supremo. Seu ministério é o mais rico da história americana, com ministros escolhidos não pelo mérito e sim pelos bilhões em suas contas bancárias. Ser rico passou a ser encarado como ser o melhor. A dispensa de centenas de técnicos qualificados dos setores de saúde e educação foi justificada com um argumento que seria até engraçado, se não fosse trágico. Os novos mandões alegaram que se esses peritos fossem de fato tão competentes, eles seriam ricos. Isso é textual, tristemente textual.

Entre as muitas razões pelas quais não se deve administrar a coisa pública com métodos dessa índole, sobressai o natural conflito de interesses que embutem. Segundo cálculo da Reuters, a receita da “Trump Organization”, que era de 51 milhões de dólares em 2024, saltou em julho deste ano para 864 milhões; ou seja, teve uma valorização de 1.600 por cento. Para ter um parâmetro de comparação, a Nvidia, empresa que detém hoje o maior valor de mercado nos EUA, aumentou seu capital em 44 por cento, no mesmo período. Sinal dos tempos, dados desse teor não melindram o governo, a ascendência de Trump sobre a política interna se mostra inexpugnável. Mas cuidado, vai que…

Política externa não costumava figurar entre as preocupações dos americanos. Há indícios, porém, de que é no setor externo que se identificam as primeiras desconfianças dos eleitores. Os efeitos das tarifas nos preços dos alimentos estão afinal evidentes e, com isso, várias pesquisas indicam que o pessoal da MAGA começa a duvidar do chefe. Claro que o talento performático de Trump pode ajudá-lo a revogar as tarifas e alegar que já cumpriram sua missão. No entanto, algumas fissuras mais profundas revelam insatisfação da opinião pública não só com a inflação, mas também com o incontornável “affaire” Jeffrey Epstein e com os bombardeios de barcos venezuelanos sem nenhuma prova de contrabando de drogas.

Não posso deixar de assinalar como a posição ponderada e firme do governo brasileiro, em defesa de padrões de comportamento compatíveis com o histórico de boas relações entre o Brasil e os EUA, vem convencendo nossos parceiros quanto ao acerto dos nossos argumentos. Uma das fotos que, a meu ver, encapsula o bom momento da diplomacia brasileira foi divulgada pela Casa Branca em novembro último, depois de uma reunião de trabalho entre Marco Rubio e Mauro Vieira. Na ocasião, Rubio declarava à imprensa, entre largos sorrisos, que esperava “resolver rapidamente” as pendências bilaterais, enquanto Mauro, profissional e pragmático, se referia ao “mapa do caminho” que havia entregue.

Enfrentar uma negociação comercial com os EUA, complementada por visões muito diferentes de como conduzir a questão da Venezuela, ao mesmo tempo em que presidia uma complicadíssima COP30 em Belém, exigiu, com certeza, um formidável esforço do Itamaraty. É por isso que meus personagens diplomáticos do ano são a dupla que com tanta dignidade e eficiência vem representando o Brasil nestes tempos turbulentos, o Ministro Mauro Vieira e a Secretária-Geral Maria Laura da Rocha. E peço vênia aos redatores da Time para sublinhar que meus personagens são bem melhores do que os deles.

Entro em férias desta coluna a partir de hoje. Felizes festas para todos!

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