Ainda Rayan
Comentários sobre o futebol, os clubes e os craques do esporte mais popular do planeta
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
Mal influenciadas, alguns torcedores absorveram de forma equivocada a coluna “Futebol, Coisa e Tal” da quarta-feira (22), explicando as razões de mercado que hoje escoram o pensamento da diretoria do Vasco nas tratos com os representantes e os pais de Rayan para extensão do contrato com atacante por mais dois anos, até dezembro de 2028. Me vejo então no dever de voltar ao tema para não haver dúvidas.
O artigo falava sobre o fato de os “grandes” clubes europeus não estarem investindo em brasileiros já profissionalizados (acima dos 18 anos), sem passagem pela seleção principal e sem um cartel de conquistas relevantes.
Desta forma, a porta do futebol europeu acaba sendo aberta por clubes de segunda prateleira que não costumam pagar cifras muito superiores a 20 milhões de euros a jogadores neste estágio.
Fora isso, só chega ao topo do futebol europeu pela ação de um multi-clube que lhe abra espaço em uma segunda marca; ou com investimento de clubes bancados por magnatas russos.
É claro que há negociações fora da curva, como a venda de Vitor Roque do Athletico para o Barça, em 2023, por cerca de 40 milhões de euros. Ainda assim, o atacante já havia levado o “Furacão” à final da Libertadores de 22, com 17 anos.
E já figurava na seleção principal.
Hoje, em função de investimentos mal-sucedidos como o do próprio Vitor Roque, (Reinier seria outro bom exemplo), os “Big Six” se mostram cautelosos para assumir riscos. E por saber que Rayan é “joia valiosa”, a cúpula do futebol vascaíno trata com a família e os empresários do garoto a extensão do contrato, com valorização e aumento na multa rescisória.
O português Admar Lopes, titular da pasta, tenta mostrar que não vale a pena aceitar oferta de medianos clubes europeus na casa dos 20 milhões de euros - e fracionados em metas! E por que o Vasco aceitaria menos do que os 40 milhões fixados na multa rescisória?
Porque o contrato se encerra em dezembro de 2026 e após o jogador ficaria livre para deixar o clube sem custo. Daí a importância de um acordo entre as partes envolvidas no processo.
Por isso, a cúpula vascaína tenta construir um plano de carreira, confiando que Rayan estará no próximo ciclo da seleção.
A partir da convocação, somada a títulos conquistados com a camisa do Vasco, o craque estará em outro patamar. O mercado acompanha atentamente esta evolução.
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