Craque invisível
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Vasco tem média de 1,34 pontos por jogo do Brasileiro. Saiu de um ponto nas 19 rodadas do turno para dois nas dez primeiras do returno. Uma melhora de 100%, atribuída pelo próprio Fernando Diniz à chegada dos reforços na janela do meio do ano. Carlos Cuesta, Robert Renan, Cauan Barros, Andrés Sanchez e Matheus França (sobretudo os três primeiros) elevaram o nível competitivo do time, ganharam a confiança da torcida e elevaram a autoestima do elenco.
Mas ainda é pouco falado o fato de a chegada dos cinco reforços ter ocorrido em meio ao processo de recuperação judicial. O clube não tinha dinheiro e o seu estado pré-falimentar o enfraquecia nas disputas do mercado. Isso, no entanto, não impediu que os cinco optassem pelo projeto vascaíno. E é aqui que aparece a figura de Admar Lopes, o scout português anunciado em 9 de junho como o novo diretor de futebol.
Personagem pouco mencionado mas que em 50 dias mapeou e virou o jogo. Não foi preciso muito tempo para que o salto de qualidade técnica fosse percebido. Pode ser cedo para análises definitivas, mas é inegável que o profissional com formação especifica, iniciado na captação das divisões de base do Porto, moldado em passagens por Mônaco, Lille, Boavista e Bourdeax, mudou a percepção do Vasco.
Um clube que gastou 7,5 milhões de euros nas aquisições de Máxime, Jean Menezes, Garrè, Loide e Nuno, o único a vingar no pacote da primeira janela. Admar é tido no mercado europeu como conhecedor de promissores jogadores - em especial os sul-americanos. É a expertise dele e exatamente o que precisava o Vasco, tão carente de um bom executivo na pasta.
Com quatro jogadores com idade entre 21 e 26 anos (Barros já era do clube) e sem investir grandes somas, ele entregou a Diniz as peças que faltavam na engrenagem. Com um detalhe: dos que vieram de fora, três têm possibilidade de serem adquirido sem definitivo: Cuesta, Robert Renan e Andrés.
Em resumo: desde a vinda de Luis Castro para o Botafogo, elogiado por sua capacidade de gestão do departamento de futebol, venho prestando mais atenção nestes profissionais portugueses. José Luis Boto tem se mostrado bom vendedor no Flamengo.
E, mais recentemente, Leonardo Jardim avisou à SAF do Cruzeiro que deixasse a cargo dele a gestão do elenco - melhorou o time. É a europeização em outra escala.
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