Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

O uso racional de probióticos

Confira a coluna de terça-feira (31)

João Evangelista Teixeira Lima | 02/01/2025, 13:12 h | Atualizado em 02/01/2025, 13:12

Imagem ilustrativa da imagem O uso racional de probióticos
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Há 1700 anos, os chineses tratavam diarreia ingerindo um caldo de fezes fermentadas, que eles denominavam “sopa amarela”. Desde aquela época, percebia-se que os animais que praticavam coprofagia eram mais saudáveis. Ao se alimentarem de fezes de outros animais, as hienas, por exemplo, adquirem uma maior diversidade de microrganismos em seus intestinos.

No início da década de 1940, quando os soldados alemães do Africa Korps estavam morrendo de desinteria, os médicos nazistas buscavam uma maneira encontrar a cura.

A observação de moradores que comiam fezes frescas de camelo, aos primeiros sinais da doença, os levou a analisar as fezes e isolar bactérias benéficas.

Apesar dessas evidências empíricas, ainda temos muito que estudar sobre as chamadas “pílulas de fezes”.

Quando os seres humanos aprenderam a conservar o leite, transformando-o em produtos lácteos fermentados, surgiram alimentos como o pão e o queijo.

Durante toda história da humanidade, em um ciclo de tentativa, erro e observação cuidadosa, diferentes culturas começaram a produzir bebidas fermentadas.

Descobriu-se que deixar frutas e grãos em recipientes cobertos por um longo período produzia vinho e cerveja, embora ninguém entendesse completamente o mecanismo envolvido.

Esse processo ficou conhecido como “fermentação”, significando “fervura”, enquanto iogurte é uma palavra turca que significa “coalhado”.

No Antigo Testamento, o profeta Moisés pregava que o iogurte era um alimento especial enviado por Deus à sua tribo.

Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro.

Podemos mencionar algumas dessas vantagens, como a capacidade de inibir a adesão de patógenos ao epitélio intestinal, reduzindo a invasão por microrganismos prejudiciais; aumentar a produção de muco, fortalecendo a barreira mucosa que protege a parede do intestino; estimular a imunidade, prevenindo reações inflamatórias e alérgicas; produzir ácidos graxos de cadeia curta, que servem como fonte de energia para as células do cólon; além de influenciar na produção de neurotransmissores, modulando o eixo intestino-cérebro.

Apesar desses efeitos, os probióticos não devem ser classificados como suplementos alimentares. Embora sejam úteis à saúde do hospedeiro, não são conferidos aos probióticos a função de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer enfermidade.

A principal utilidade desses microrganismos é atuar como terapia coadjuvante.

Isso significa que eles podem complementar outras formas de tratamento, ao promover um equilíbrio saudável da microbiota intestinal, fortalecendo a barreira e modulando o sistema imunológico.

Probióticos devem ser utilizados juntos com dieta equilibrada e estilo de vida saudável, e não como substitutos para tratamentos médicos convencionais.

Medicamentos não são brinquedos da ciência. Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: