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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Quando o paladar governa a fome

Leia a coluna de terça-feira (24)

João Evangelista Teixeira Lima | 26/12/2024, 13:09 h | Atualizado em 26/12/2024, 13:09

Imagem ilustrativa da imagem Quando o paladar governa a fome
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Há 10 mil anos atrás, quando nasceu Raul Seixas, risos... (pelo menos é o que ele dizia), o ser humano se alimentava pela fome. Era comer para não morrer. Com o advento do cozimento, tempero e da estocagem, a fome ganhou status de paladar.

O prazer de comer mais e a necessidade de nutrição produziram o apetite, esse desejo de ingerir determinado tipo de alimento, que pode surgir de forma súbita e estar relacionado a questões sensoriais, como cheiro, textura ou aparência do alimento. O apetite pode aparecer até mesmo quando a pessoa está saciada.

 Certos alimentos, como os chamados ultraprocessados, revestem o apetite com fatores psicológicos, sociais e culturais, levando o desejo para além das necessidades biológicas. 

Diversos tipos de alimentos contendo conservantes, corantes, aromatizantes, emulsificantes, estabilizantes, espessantes e adoçantes, estão associados a várias doenças, como câncer, diabetes mellitus e enfermidades cardiovasculares.

Emulsificantes e espessantes têm a capacidade de formar ou manter uma emulsão uniforme de duas ou mais fases alimentares, como óleo e água. Adicionados aos alimentos ultraprocessados, eles estendem o tempo de prateleira do produto.

Apresentando impacto negativo na microbiota intestinal, emulsificantes e espessantes podem resultar em doenças inflamatórias crônicas. Tal fato ocorre em função da alteração da proximidade da microbiota com o epitélio intestinal, fator relacionado com disfunção intestinal.

Essas substâncias também alteram a diversidade bacteriana e diminuem a espessura do muco. A redução da ingesta de emulsificantes foi associada à melhora sintomática dos pacientes com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.

Adoçantes artificiais são aditivos alimentares que possuem uma intensidade de doçura maior do que a sacarose, xarope de milho e concentrados de suco de frutas.

A maioria desses produtos passa pelo trato gastrointestinal sem ser digerida, entrando em contato direto com a microbiota, produzindo efeitos deletérios, mediados por mudanças nas colônias microbianas.

Apesar de parecerem inofensivos, os adoçantes aumentam a permeabilidade da parede intestinal, favorecendo o surgimento de inflamações.

Corantes alimentares são substâncias utilizadas para compensar perdas de cor, decorrentes de exposição da luz e variações de temperatura. Existem relatos de que o uso de corantes pode favorecer o aparecimento de colite, como consequência da ativação de citocinas inflamatórias.

Micropartículas e nanopartículas dietéticas são estruturas inorgânicas do tamanho de bactérias, frequentemente usadas como aditivos alimentares para influenciar a cor, consistência ou aparência.

Capazes de penetrar nas membranas celulares, essas substâncias foram detectadas dentro de células de defesa do intestino, em pacientes com retocolite ulcerativa ativa.

A debilidade do hospedeiro, ao contrário dos microrganismos, pode ser responsável por certas patologias.

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