Dor é o alarme da vida
Analgesia congênita: ausência de dor pode parecer vantagem, mas doença rara compromete a saúde e põe vidas em risco
Analgesia congênita é uma doença em que a pessoa não sente dor. Num primeiro momento, isso pode parecer benéfico, mas a enfermidade tem uma série de agravantes, que podem colocar a vida da pessoa em risco.
Quem nasce com essa insensibilidade à dor, em geral, passa por muitos acidentes, tem várias cicatrizes, ossos quebrados, queimaduras e amputações.
Além disso, costuma ter infecções, não diagnosticadas, várias vezes ao ano e pode morrer mais cedo. A criança com essa patologia tende a ter menos medo, já que não sente dor quando se machuca.
Dor é um sinal emitido pelo corpo, servindo para proteção, indicando onde está o perigo. Apesar de desagradável, ela é importante para manter a homeostase do organismo.
Ainda que qualquer ser humano consiga vivenciá-la, a dor é sempre um conceito subjetivo, pois cada indivíduo a percebe de forma diferente, dependendo do quanto sofreu e como estas experiências afetaram sua existência.
Embora, intuitivamente, associemos a dor apenas ao sofrimento físico, existem três diferentes modalidades dela: dor física, dor emocional e dor social, todas relacionadas a uma efetiva ausência do bem mais precioso inerente à existência humana: a saúde.
A dor física destaca-se como a espécie mais facilmente compreendida, uma vez que sua exteriorização se dá através de canais de comunicação, de fácil percepção.
Trata-se de uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos.
Nesse sentido, ela caracteriza-se, primordialmente em sua modalidade aguda, como um indicativo de que algo está errado com o corpo, podendo gerar impacto sobre o bem-estar, caso o processo de recuperação não se desenvolva a contento. Embora possa parecer estranho, a dor física é um efeito extremamente necessário, sendo o sinal de alarme de que algum dano ou lesão esteja colocando a vida em risco.
A dor física aguda encontra-se associada a instintos primários de sobrevivência, razão pela qual foi fundamental no processo evolutivo do ser humano, permitindo que mecanismos de defesa ou fuga fossem adotados e aprimorados ao longo dos tempos, garantindo a continuidade da espécie.
No que se refere à dor física crônica, há uma persistência além do tempo de cura, sendo resistente à maioria dos tratamentos médicos, o que muitas vezes acarreta graves problemas para os pacientes, uma vez que costuma ser classificada como de causa desconhecida.
A dor emocional remete às sensações produzidas pela percepção cerebral, podendo ser traduzida como a angústia da mente.
Sentimos dor emocional ao nos depararmos com decepções, rompimentos, traições, mentiras ou a perda de um ente querido.
Fruto de algo interno que faz transbordar o aparelho psíquico, como o luto, por exemplo, a dor social produz depressão emocional e melancolia.
Erroneamente entendido como sinal de patologia e não como parte de defesa do ser humano, o sofrimento transforma esperança em ansiedade.
MATÉRIAS RELACIONADAS:



