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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Google não é consultório

Buscar sintomas no Google pode gerar interpretações erradas, aumentar a ansiedade e atrasar o diagnóstico médico correto

João Evangelista Teixeira Lima, Colunista de A Tribuna | 22/07/2025, 12:30 h | Atualizado em 22/07/2025, 17:02

Imagem ilustrativa da imagem Google não é consultório
João Evangelista Teixeira Lima é gastroenterologista e clínico geral. |  Foto: Arquivo/AT

Quem sente algo e procura solução na internet costuma se surpreender com os resultados exagerados, apontando as possibilidades voltadas para ele. Pesquisas sobre doenças costumam fazer com que a pessoa se sinta pior, e ainda menos informada. Isso porque, ela pode ser vítima de uma espécie de efeito placebo, só que ao contrário. Os resultados da pesquisa também costumam confundir e proporcionar suposições errôneas.

Mecanismos de pesquisa podem ser tendenciosos, indicando incorretamente que determinados tratamentos ajudam, quando, na verdade, acabam sendo nocivos.

Ninguém duvida que a internet é um ótimo instrumento em difundir conhecimento, democratizando as informações, tornando-as acessíveis para qualquer um que souber procurar.

A questão é que, muitas vezes, os dados vêm sem consistência, podendo ser fator de estresse e preocupação desnecessários.

Sinais e sintomas isolados, muitas vezes são inespecíficos. Nessa situação, o indivíduo pode tanto deixar de valorizar um diagnóstico grave e tomar a conduta necessária, quanto supervalorizar uma hipótese improvável, gerando preocupação, ansiedade e até desespero desnecessário.

Apesar de tanto conteúdo disponível, uma das etapas mais importantes para chegar ao diagnóstico correto é o exame clínico e a análise do quadro do paciente. Isso não pode ser feito pela internet, apenas por meio de uma consulta com um médico.

O perigo de pesquisar doenças na internet é a infinidade de interpretações que os resultados podem gerar.

Essa conduta pode levar o indivíduo a se preocupar excessivamente ou menosprezar a gravidade do sintoma, cenários que devem ser evitados.

É importante lembrar que se o autodiagnóstico já é algo a ser evitado, a automedicação é ainda mais arriscada. Ao pesquisar doenças, é preciso ter em mente que um mesmo sintoma pode ser sinal de vários diagnósticos. Consequentemente, esse sintoma pode ser combatido com várias medidas, sendo elas medicamentosas ou não.

Utilizar medicações sem prescrição médica pode levar a diversos problemas. Eles podem não ter nenhuma eficácia no tratamento da condição de saúde e até causar efeitos colaterais.

Pesquisar sinais e sintomas não diminui a necessidade de uma avaliação médica. Após buscar informações em sites confiáveis, é necessário procurar a orientação de um profissional especializado, para diagnosticar, legitimar e tratar aquilo que a pessoa está sentindo.

Olhamos, apreensivos para a tela do computador e descobrimos que aquela “dorzinha chata” virou uma doença séria.

Ao clicar em “tosse” e “diagnóstico”, constatamos ser tuberculose.

Digitando “febre” e “vermelhidão”, surge o temido sarampo.

Caso a gente escreva “nariz escorrendo”, o cérebro pode estar vazando.

Se alguém pesquisar “coceira” e “prognóstico”, a resposta é choque anafilático ou psicose.

Apavorados, descobrimos que não sentir nada pode ser algo muito grave.

Convivendo pouco com a realidade, ficamos propícios a confiar na mentira.

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