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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Cada paciente carrega um mundo dentro de si

Toda enfermidade apresenta um comportamento afetivo, acentuando os traços de personalidade do doente

João Evangelista Teixeira Lima | 06/06/2023, 13:56 13:56 h | Atualizado em 06/06/2023, 13:56

Imagem ilustrativa da imagem Cada paciente carrega um mundo dentro de si
Doutor João Evangelista Teixeira Lima |  Foto: Arquivo/AT

“Dr. João, hoje eu não estou sentindo nada! Será que isso é muito grave?”. Tua saúde virou um mistério para o teu corpo, respondi, espantado. Cada paciente é um estranho ímpar. O desafio está lá no horizonte. 

Aproximo-me dois passos, ele se afasta dois passos. Avanço mais dez passos e o horizonte distancia mais dez passos. Por mais que ande, jamais o alcançarei. Para que serve o desafio? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

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Toda enfermidade apresenta um comportamento afetivo, acentuando os traços de personalidade do doente. Assim sendo, é oportuno saber interpretar os caprichos de cada paciente.

Ansiedade é uma sensação de inquietude e medo, gerando aflição no doente ansioso. Em meio as suas angústias e insegurança, ele pode fazer com que o médico tome atitudes rápidas. 

Em vista disso, é necessário tentar relaxar o paciente, conversando coisas triviais, procurando ouvir muito e falar pouco.

Doentes depressivos têm como principal característica o humor triste, apresentando desinteresse por si mesmo e pelas coisas ao seu redor, relutando em relatar seus padecimentos. 

Encontra-se quase sempre entediado e apático, muitas vezes caindo em prantos durante a consulta. 

Diante dessa situação, a primeira tarefa do profissional é conquistar sua atenção e confiança, demonstrando sincero interesse pela sua pessoa.

Caso aconteça, é importante deixá-lo chorar. As lágrimas podem representar o início de uma interação em nível mais profundo.

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Paciente hostil costuma emitir respostas reticentes e insinuações. Embora, de forma velada, sua agressividade pode estar dissimulando insegurança, ou seja, defesa contra a ansiedade, gerando uma luta interna de poder com o médico. 

A pior conduta que o profissional pode adotar é revidar a agressividade com palavras ou atitudes em oposição ao doente.

Costuma-se rotular certos indivíduos como “aquele que nunca tem nada”. Com o prontuário cheio, o hipocondríaco está sempre se queixando de diferentes sintomas. Auxiliado pelo “Dr. Google”, ele adquire um imenso volume de informações, que apenas irá alimentar dúvidas sobre sua saúde.

Contradizer um hipocondríaco em nada vai ajudar. Expressar informações competentes, além de ouvi-lo com paciência, pode quebrar sua resistência e romper seus temores.

Um tipo curioso é o denominado paciente eufórico. Exaltado, ele fala sem parar, afirmando estar saudável. Mudando de assunto inesperadamente, ele acaba gerando dificuldade de ser compreendido. 

Tendo fuga de ideia, esse paciente sempre começa nova frase sem terminar a anterior. Convém ao médico pesquisar possíveis quadros de hipertireoidismo ou transtorno bipolar.

O interesse do médico é tradicionalmente voltado para o reconhecimento das doenças para as quais ele dispõe de drogas e cirurgias, enquanto o enfermo necessita, sobretudo, ser reconhecido e respeitado como pessoa.

“As doenças podem ser semelhantes, mas os doentes nunca são exatamente iguais”.

João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

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