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Regional

Jovens do ES vendem hambúrguer para montar consultório de dentista

As gêmeas ajudavam no trailer dos pais desde a infância e recentemente conquistaram formação em Odontologia


Foi através da venda de hambúrguer que as gêmeas Laura e Júlia Vingler Alpoim, de 25 anos, moradoras de Iriri, no balneário de Anchieta, conquistaram a profissão dos sonhos. 

Formadas em Odontologia, as dentistas agora usam o jaleco de profissão na frente do trailer, que ficou sob a direção dos pais, Isabel Vingler, 49, e Milton da Costa Alpoim, 46.

“É muito gratificante ver toda a luta que a gente teve. No verão a gente juntava dinheiro para passar o ano, e agora poder trabalhar na nossa área e ter dinheiro para comprar o que a gente deseja é gratificante”, disse Júlia.

E Laura completa: “Verão e Carnaval era quando nossos amigos mais saíam para se divertir, mas era o momento que mais precisávamos trabalhar. Pensávamos que lá na frente, quando estivéssemos na nossa profissão, poderíamos sair. E vemos que tudo valeu a pena”.

As duas se formaram há dois anos, na Universidade de Valença, no interior do Rio. Elas passaram com 100% de bolsa.

Imagem ilustrativa da imagem Jovens do ES vendem hambúrguer para montar consultório de dentista
Laura e Júlia Vingler Alpoim em frente ao trailer dos pais, Isabel Vingler e Milton da Costa Alpoim: orgulho do trabalho em família para conquistar sonho |  Foto: Roberta Bourguignon

“É gratificante demais”, diz Isabel Vingler, mãe das gêmeas

Isabel Vingler, 49 anos, comemora o diploma das filhas, Laura e Júlia Vingler Alpoim,  25 anos, com orgulho, já que no início da gestação e durante todo o crescimento das filhas ouviu muitos “desaforos” de pessoas que diziam que ela estava errando na educação das  meninas. 

- A Tribuna: Foram muitos desaforos desde que engravidou?

Isabel Vingler: A começar pela minha família. Para a família do interior, era uma vergonha eu engravidar sem me casar. Mas se eu não tivesse engravidado naquela época, nem teria mais, porque depois disso tive várias complicações e precisei retirar o útero. Minha avó disse que a barriga era o diploma que eu estava dando aos meus pais.

- Você começou no trailer grávida?

Ganhamos o trailer do meu sogro quando eu estava grávida. O Milton trabalhava em lanchonete e eu no restaurante. Quando chegavam clientes no trailer, sempre apontavam para minha barriga dizendo que tinha bebê. Passaram a se referir ao nosso trailer como “bebê a bordo”. Por isso colocamos esse nome. 

- As meninas cresceram trabalhando com vocês?

Exatamente. Quando bebês, elas ficavam ali com a gente, quando cresceram elas nos ajudavam no atendimento, e na adolescência explicamos que elas não eram obrigadas a estarem ali, mas que a ajuda era muito importante para o futuro delas. Porque precisávamos juntar dinheiro desde essa época para elas fazerem faculdade. E as pessoas sempre tentavam nos dizer que elas não deveriam estar ali.  

- Até na faculdade teve julgamento?

Elas passaram com 100% de bolsa na faculdade particular, e quando chegamos lá, as mães disseram que não íamos aguentar pagar o material escolar de duas ao mesmo tempo, porque era muito caro. Nessa época vendemos ainda mais hambúrgueres para conseguir. Íamos comprando uma coisa de cada vez para elas viverem com mais qualidade no apartamento. 

- Ver que tudo valeu a pena é gratificante?

Sem dúvida. Um fato que nunca esqueço é que quando elas tinham 9 anos e chegavam no trailer, iam colocar o uniforme e a touca para trabalhar. Me disseram que eu estava humilhando elas, colocando para trabalhar.

E agora elas trocaram a touca do trailer pela de dentista, e isso nos mostra que não erramos na educação delas. É gratificante demais.

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