Pesquisadores descobrem doença rara em adolescente
Garoto de 17 anos sofre desde 2021 com depressão, dor na nuca, redução nas funções motoras e alteração no comportamento
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Após dois anos sofrendo com sintomas como depressão, dores na nuca, redução nas funções motoras e até alteração no comportamento, um adolescente de 17 anos do Estado, que frequentemente ia ao pronto-socorro, descobriu ser portador de um problema raro: Doença de Wilson.
A doença é genética e caracterizada pela incapacidade do corpo de metabolizar o cobre, havendo acúmulo no cérebro, rins, fígado e olhos, causando intoxicação.
Segundo artigo da University of Arkansas for Medical Sciences (tradução livre de Universidade de Arkansas para Ciências Médicas), apenas uma a cada 30 mil pessoas tem essa condição.
A descoberta do diagnóstico foi feita pela equipe multidisciplinar em Medicina Hospitalar do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), que atua no projeto Medicina Hospitalar do Programa de Gestão do Acesso e da Qualidade da Assistência nas Redes de Atenção à Saúde no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória.
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De acordo com a hospitalista pediatra e pesquisadora Patrícia Fonseca Saraiva, antes de chegar ao hospital, em fevereiro deste ano, o adolescente, morador da Serra, passou por diversos prontos-socorros.
“Já havia dois anos que, segundo a família, ele apresentava sintomas como distúrbio de humor e excesso de timidez, sendo conduzido como um caso psiquiátrico. Na última semana, antes de dar entrada no hospital, ele apresentou vômitos recorrentes, dores abdominais e apatia. Resolveram interná-lo para investigar se era um quadro neurológico”, conta a médica.
O adolescente foi diagnosticado com um surto psicótico, mas a psiquiatra pediu que a causa do surto fosse investigada. A equipe do hospital se reuniu para discutir o caso e, após passar por uma bateria de exames, os pesquisadores chegaram ao diagnóstico, aproximadamente um mês depois de o adolescente ter sido internado.
“Essa doença cursa com alterações neurológicas, psiquiátricas e hepáticas. No caso do adolescente, não havia alteração hepática, optando-se por um tratamento específico para as manifestações psíquica e neurológicas. Ele está fazendo acompanhamento e, segundo a mãe, melhorou muito o comportamento, a comunicação e parou até de usar remédio psiquiátrico”, afirma a médica.
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