Pai e filho de Guarapari juntos em Mundial de Skate
Mauro Corrêa, 63 anos, e Daniel, de 13, ambos de Guarapari, irão representar o Brasil no Mundial de Skate Freestyle, na Alemanha
Escute essa reportagem
No universo do skate, uma história única e inspiradora está prestes a ser escrita. Pela primeira vez, em um campeonato internacional, pai e filho, Mauro e Daniel Corrêa, de Guarapari, irão competir juntos, representando o Brasil no Mundial de Skate Freestyle, que acontecerá em Brandemburgo, na Alemanha.
Mauro Corrêa, com seus 63 anos, entrou no universo do skate freestyle em 1973, quando o esporte ainda engatinhava no Brasil. Desde então, ele tem sido um ícone dessa modalidade, conquistando títulos e inspirando uma geração de skatistas.
O filho, Daniel, de apenas 13 anos, entrou para o mundo do skate em 2020 e, desde então, tem demonstrado talento excepcional, tornando-se bicampeão nacional de freestyle pela Confederação Brasileira de Skate (CBSK).
Com a conquista de todos os títulos possíveis no Brasil, eles agora miram além das fronteiras, buscando mostrar suas habilidades no cenário internacional. Eles vão se tornar os primeiros representantes brasileiros nas categorias legend e hooks, o que representa a quebra de barreiras e a promoção do skate no Brasil e no mundo.
“Enxergamos essa oportunidade única para incentivar outras pessoas a praticarem a modalidade. É empolgante participar do Mundial e representar o Brasil em duas categorias que nunca foram exploradas por nós. Em toda história do skate, nunca tivemos pai e filho disputando a mesma modalidade”, disse Mauro.
Aos 13 anos, Daniel é o mais novo representante do freestyle no campeonato, já que não há registro de atleta nessa idade na América Latina que pratica a modalidade em nível internacional.
“O Daniel, com 13 anos, é o único representante do freestyle, não há ninguém nessa idade na América Latina que pratica o esporte nesse nível. O Brasil nunca foi representado nas duas categorias por pai e filho”, completa o pai.
Mauro e Daniel estão fazendo uma vaquinha virtual para custear a viagem para o Mundial na Alemanha, que será disputado de 27 a 30 de junho. Clique no link aqui.
“É possível nos ajudar a fazer história no mundo do skate”, finalizou o pai.
Par de patins velho marca o início
“Fiz meu primeiro skate com um par de patins velho”. A descoberta de Mauro pelo esporte foi de maneira intuitiva, e o aprendizado foi autodidata.
Na década de 1970, Mauro improvisou seu primeiro skate com um par de patins velhos e apresentou a muitos amigos que também se interessaram pelo esporte.
“Era novidade na década de 70, só quem era de fora do País tinha acesso à prática do skate. Estava iniciando aqui no Brasil e vi um rapaz passando de skate, achei bacana, bonito e superinteressante. Peguei um par de patins velho que alguém jogou fora, cortei e fiz meu primeiro skate”.
À medida que foram aparecendo marcas do skate no Brasil, Mauro começou a comprar e foi treinando da forma que achava e inventava.
“Na época não tinha acesso a vídeos e a nada que pudesse me auxiliar com o treino. E foi assim que comecei criando da minha cabeça. Mais tarde, apareceram revistas especializadas em skate, ensinando manobras, e eu colocava em prática sozinho. Até que fui contagiando outros meninos da rua onde morava e montamos uma equipe. Essa equipe, inclusive, que me fez campeão em 1980. Foi tudo no sofrimento mesmo. Era um tempo difícil, hoje temos muitas facilidades”, completa.
Comentários