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Cidades

Os principais erros cometidos pelos pais na educação dos filhos

Especialistas alertam para exageros dos pais na criação dos filhos e explicam que eles precisam de autonomia


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Imagem ilustrativa da imagem Os principais erros cometidos pelos pais na educação dos filhos
Nada de superproteção! Além de amor e carinho, o casal Cristiana Gomes de Souza, acadêmica de enfermagem de 37 anos, e Leonardo Dias, administrador de empresas, 36, cria a filha Mariana Gomes Dias, de 7 anos, com equilíbrio. “Acreditamos que isso é fundamental para que a Mariana tenha autonomia, mesmo nas tarefas mais simples, como vestir sua própria roupa e organizar sua mochila. Tudo isso é feito com nossa supervisão, mas entendemos que é preciso deixar que ela mesma desenvolva habilidades e capacidade de executar tarefas simples sozinha”. |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Você sabia que nem tudo o que é bom e fundamental é positivo em excesso? Esse é o caso do exagero no cuidado de pais com seus filhos. Embora pareça uma forma de amor, o comportamento superprotetor, na verdade, gera efeitos negativos na saúde física e mental da criança e do adolescente, segundo especialistas.

Defender o filho ao invés de ensiná-lo a se defender, decidir sempre por ele e controlar o ciclo social são alguns exemplos, e limites são necessários!

A neuropsicopedagoga clínica Geovana Mascarenhas informou que a superproteção não ocorre por má intenção, sendo geralmente causada pelos pais como sentimento de culpa, ausência, busca por compensação e perfeccionismo.

“Pais superprotetores muitas vezes têm dificuldade de aceitar que seus filhos devem enfrentar seus impasses e lutar por seus desejos. Por sofrerem por antecedência, protegem seus filhos desnecessariamente ou sem antes nem ter um pedido de ajuda da parte deles”, comentou.

E a consequência disso é que a criança tem sua autoestima e autoconfiança prejudicadas.

“As pessoas precisam passar por experiências na vida para se constituírem como sujeito na sua individualidade. Quando os pais superprotegem seus filhos, não permitem que essas experiências aconteçam e a criança ou adolescentes se tornará um adulto confuso sobre quem é”, explicou a psicóloga Sátina Pimenta.

Ela afirmou que o filho pode acabar negando a própria individualidade e personalidade, pois, como foi privado das mesmas, não reconhece que elas são importantes.

“Tem muito adulto por aí que é a ‘cópia’ do pai ou da mãe, não porque estes são exemplos a serem seguidos, mas sim porque não foram permitidos serem quem queriam ser”, completou.

Cláudio Miranda, terapeuta de família e psicopedagogo clínico, disse que é necessário o encorajamento.

“A superproteção tira dos filhos a oportunidade de experimentar, de agir por si só, de errar e de tentar novamente sem se sentir diminuído. Os filhos devem, com a supervisão dos pais, ser encorajados o tempo todo a se levantar quando cair, se esforçar, reconhecer seus limites e tentar superá-los”.

Maiores erros cometidos pelos pais na criação dos filhos

Imagem ilustrativa da imagem Os principais erros cometidos pelos pais na educação dos filhos
Carinho e atenção não faltam na vida em família da terapeuta podal Bruna Campos, seu companheiro Dailton Ferreira, corretor de imóveis, e suas filhas Laura, 5 anos, e Cecília, 3 meses. O casal contou que usa a educação respeitosa com as filhas. “Acreditamos que respeitar os impulsos, a criatividade e as necessidades das minhas filhas ajudará no processo de formação de caráter e fará delas pessoas capazes de lidar com seus próprios sentimentos”, disse Bruna. |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Criar um filho não é uma tarefa simples e não há receita que oriente o passo a passo em como isso deve ser feito. No entanto, existem ações por parte dos pais que são verdadeiros sinais vermelhos, e, assim, atitudes precisam ser repensadas.

A fim de informar os leitores sobre o assunto, A Tribuna conversou com especialistas que apontaram os maiores erros durante a criação de uma criança e um adolescente.

De acordo com Cláudio Miranda, terapeuta de família e psicopedagogo clínico, a cobrança excessiva para mostrar resultados é um deles. “Ela poderá tornar o filho uma pessoa insegura e ansiosa. Ela poderá manifestar um sentimento de que não faz nada certo e de que nunca é suficientemente boa”.

Outros erros citados pelo profissional são a comunicação familiar ruim, com a desvalorização e o excesso de críticas; proporcionar regalias e premiações não merecidas; a superproteção, e deixar o filho por bastante tempo no celular em momentos em família.

Para a neuropsicopedagoga Geovana Mascarenhas, gritar e gerar medo para a educação também são atitudes falhas.

“O medo nunca será a melhor opção para se educar uma criança, e sim o exemplo, a paciência, a orientação, a definição de regras claras e objetivas e acima de tudo muito amor”, disse.

“O cérebro de uma criança ainda não fez as conexões necessárias para entender por que você tomou uma decisão, ela não entende suas razões. O grito é ineficiente e perigoso para a saúde mental das crianças e para o comportamento relacionado à disciplina”, completou a profissional.

Já a psicóloga Luíza Bazoni disse que não impor limites, mentir para os filhos, e acreditar que tempo e carinho podem ser substituídos por bens materiais são ações negativas.

Ela também explicou que é importante dar responsabilidade para os filhos, fazer com que eles “andem com as próprias pernas” desde cedo, e, é claro, sempre com supervisão.

“Podem ser designadas tarefas de acordo com a idade de cada criança/adolescente. Por exemplo, aos 2 a 3 anos, podem recolher seus brinquedos; aos 4 e 5, organizar o material escolar; de 6 a 7, arrumar a cama, organizar seu quarto, dobrar suas roupas. De 8 a 9, tirar a poeira dos móveis”.

Os erros

Gerar medo ao disciplinar

Superproteção

Cobranças excessivas

Não impor limites

Excesso de celular em momentos familiares

Comunicação familiar ruim

Substituir carinho por bens materiais

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