Os principais erros cometidos pelos pais na educação dos filhos
Especialistas alertam para exageros dos pais na criação dos filhos e explicam que eles precisam de autonomia
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Você sabia que nem tudo o que é bom e fundamental é positivo em excesso? Esse é o caso do exagero no cuidado de pais com seus filhos. Embora pareça uma forma de amor, o comportamento superprotetor, na verdade, gera efeitos negativos na saúde física e mental da criança e do adolescente, segundo especialistas.
Defender o filho ao invés de ensiná-lo a se defender, decidir sempre por ele e controlar o ciclo social são alguns exemplos, e limites são necessários!
A neuropsicopedagoga clínica Geovana Mascarenhas informou que a superproteção não ocorre por má intenção, sendo geralmente causada pelos pais como sentimento de culpa, ausência, busca por compensação e perfeccionismo.
“Pais superprotetores muitas vezes têm dificuldade de aceitar que seus filhos devem enfrentar seus impasses e lutar por seus desejos. Por sofrerem por antecedência, protegem seus filhos desnecessariamente ou sem antes nem ter um pedido de ajuda da parte deles”, comentou.
E a consequência disso é que a criança tem sua autoestima e autoconfiança prejudicadas.
“As pessoas precisam passar por experiências na vida para se constituírem como sujeito na sua individualidade. Quando os pais superprotegem seus filhos, não permitem que essas experiências aconteçam e a criança ou adolescentes se tornará um adulto confuso sobre quem é”, explicou a psicóloga Sátina Pimenta.
Ela afirmou que o filho pode acabar negando a própria individualidade e personalidade, pois, como foi privado das mesmas, não reconhece que elas são importantes.
“Tem muito adulto por aí que é a ‘cópia’ do pai ou da mãe, não porque estes são exemplos a serem seguidos, mas sim porque não foram permitidos serem quem queriam ser”, completou.
Cláudio Miranda, terapeuta de família e psicopedagogo clínico, disse que é necessário o encorajamento.
“A superproteção tira dos filhos a oportunidade de experimentar, de agir por si só, de errar e de tentar novamente sem se sentir diminuído. Os filhos devem, com a supervisão dos pais, ser encorajados o tempo todo a se levantar quando cair, se esforçar, reconhecer seus limites e tentar superá-los”.
Maiores erros cometidos pelos pais na criação dos filhos
Criar um filho não é uma tarefa simples e não há receita que oriente o passo a passo em como isso deve ser feito. No entanto, existem ações por parte dos pais que são verdadeiros sinais vermelhos, e, assim, atitudes precisam ser repensadas.
A fim de informar os leitores sobre o assunto, A Tribuna conversou com especialistas que apontaram os maiores erros durante a criação de uma criança e um adolescente.
De acordo com Cláudio Miranda, terapeuta de família e psicopedagogo clínico, a cobrança excessiva para mostrar resultados é um deles. “Ela poderá tornar o filho uma pessoa insegura e ansiosa. Ela poderá manifestar um sentimento de que não faz nada certo e de que nunca é suficientemente boa”.
Outros erros citados pelo profissional são a comunicação familiar ruim, com a desvalorização e o excesso de críticas; proporcionar regalias e premiações não merecidas; a superproteção, e deixar o filho por bastante tempo no celular em momentos em família.
Para a neuropsicopedagoga Geovana Mascarenhas, gritar e gerar medo para a educação também são atitudes falhas.
“O medo nunca será a melhor opção para se educar uma criança, e sim o exemplo, a paciência, a orientação, a definição de regras claras e objetivas e acima de tudo muito amor”, disse.
“O cérebro de uma criança ainda não fez as conexões necessárias para entender por que você tomou uma decisão, ela não entende suas razões. O grito é ineficiente e perigoso para a saúde mental das crianças e para o comportamento relacionado à disciplina”, completou a profissional.
Já a psicóloga Luíza Bazoni disse que não impor limites, mentir para os filhos, e acreditar que tempo e carinho podem ser substituídos por bens materiais são ações negativas.
Ela também explicou que é importante dar responsabilidade para os filhos, fazer com que eles “andem com as próprias pernas” desde cedo, e, é claro, sempre com supervisão.
“Podem ser designadas tarefas de acordo com a idade de cada criança/adolescente. Por exemplo, aos 2 a 3 anos, podem recolher seus brinquedos; aos 4 e 5, organizar o material escolar; de 6 a 7, arrumar a cama, organizar seu quarto, dobrar suas roupas. De 8 a 9, tirar a poeira dos móveis”.
Os erros
Gerar medo ao disciplinar
Superproteção
Cobranças excessivas
Não impor limites
Excesso de celular em momentos familiares
Comunicação familiar ruim
Substituir carinho por bens materiais
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