Onça-pintada é vista fora de reserva após 27 anos
Animal foi registrado por câmera em sítio de Mimoso do Sul. Especialista acredita que ele busca se alimentar e reproduzir
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Uma onça-pintada macho foi vista em um sítio em Mimoso do Sul, região Sul do Estado. O registro do animal na natureza do Espírito Santo é raro. O último foi há 27 anos, segundo informações do Monumento Serra das Torres (Monast).
O biólogo do Monast Rafael dos Santos esteve na propriedade rural onde o felino foi gravado por uma câmera para averiguar as imagens e comunicou aos órgãos ambientais. Segundo ele, o último registro de onça-pintada em matas do Estado aconteceu em 1996, no Parque do Forno Grande, em Castelo, no Sul.
“É um macho bonito, e fiquei até com receio na divulgação das imagens, pois alguém pode tentar fazer mal a ela”, alerta o biólogo.
A imagem do maior felino das Américas foi gravada no dia 27 de fevereiro deste ano, mas divulgadas na última terça-feira após análise da equipe do Monast, unidade ambiental que abrange partes dos municípios de Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul.
A câmera foi instalada pelo empresário Lucas Lopes na tentativa de flagrar onças-pardas, que já foram registradas em uma cidade vizinha. “Tem bastante pegada por aqui e eu tive a ideia para poder filmar uma onça-parda também. Só que, para a nossa surpresa, não foi a parda, foi a pintada”, revelou.
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Coordenadora do Projeto Felinos e professora na Universidade Vila Velha (UVV), Ana Carolina Srbek de Araújo informou que onças-pintadas estão concentradas, atualmente, no Norte do Estado, no Complexo Florestal Linhares, onde vivem cerca de 20 animais.
“Nunca tínhamos registrado onça-pintada. Temos registros de onça-parda e de outros felinos menores, como jaguatirica, por exemplo”, ressaltou.
Já o diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), Sérgio Lucena, disse que a onça-pintada vista em Mimoso do Sul pode ser uma migrante de alguma região próxima.
“Acredito que o animal que apareceu em Mimoso do Sul veio vagando, migrando a partir do Caparaó, de fragmento em fragmento na Mata Atlântica, até chegar à região. Ou seja, é um transeunte, passageiro em busca de alimentação, estabelecimento e reprodução”, explicou.
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