Número de motos chega a 700 mil e passa frota de carros em 27 cidades
Rio Bananal, Vila Pavão e Vila Valério são exemplos de cidades nas quais o número de motos já é maior
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No trânsito, é notável o que os dados revelam: o número de motos nas ruas dispara, chega a 700 mil e passa a frota de carros em 27 cidades no Espírito Santo.
Em maio deste ano havia o registro de 709.618 motocicletas, o que representa um aumento de 43.264 em um ano.
Levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostra que os municípios onde o número de motocicletas e motonetas superam a frota de carros são todos fora da Grande Vitória.
Entre os destaques estão Rio Bananal, que tem 4.447 carros e 8.800 motos, Vila Pavão com 1.787 carros e 3.906 motos, além de Vila Valério, com 3.169 automóveis e 6.827 motos.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) indicam que, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 21.069 emplacamentos de moto no Espírito Santo.
A Honda CG 160 foi a moto nova mais vendida no Brasil no 1º semestre, seguida da Honda Biz, segundo a Fenabrave.
O crescimento dos serviços por aplicativos de entrega, o aumento da renda e os valores dos carros são alguns dos exemplos que justificam o crescimento da frota sobre duas rodas.
Especialista em trânsito e membro do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito, André Cerqueira fala sobre um outro grave problema: os acidentes.
“Os hospitais estão abarrotados de leitos ocupados por motociclistas e estamos fabricando todos os anos, infelizmente, uma nova geração de cadeirantes, amputados e de outras pessoas com demais deficiências resultantes de lesões graves causadas pelo impacto dos sinistros por moto”.
Marlonn Dummer, especialista em Trânsito e Comportamento Seguro, disse que 46,4% das vítimas fatais no trânsito do Estado são derivadas de motocicletas.
“Quase metade dos acidentes envolve motocicletas e com o exponencial crescimento dessa modalidade, certamente ocorre um aumento no número de internações e, infelizmente, de lesões permanentes”.
Já Josimar Amaral, especialista em trânsito, saiu em defesa de um programa permanente de educação de trânsito e de intensificar as fiscalizações com o objetivo de flagrar condutores que não possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e pilotam motos.
Números
A frota: 709.618 era o número de motocicletas e motonetas no Estado em maio deste ano.
Emplacamentos: 21.069 motos foram emplacadas neste ano no Espírito Santo, de janeiro a junho.
Opiniões
Saiba mais
Cidades onde a frota de motos é maior que a de carros:
Afonso Claudio
Água Doce do Norte
Águia Branca
Alto Rio Novo
Atilio Vivacqua
Barra de São Francisco
Boa Esperança
Ecoporanga
Governador Lindenberg
Itaguaçu
Itarana
Jaguaré
Laranja da Terra
Marilândia
Muniz Freire
Nova Venécia
Pancas
Pinheiros
Rio Bananal
Rio Novo do Sul
Santa Leopoldina
Santa Maria de Jetibá
São Domingos do Norte
São Gabriel da Palha
São Roque do Canaã
Vila Pavão
Vila Valério
Ranking das 20 cidades com maior frota de motos no Estado
Vila Velha: 57.592
Cariacica: 53.637
Serra: 52.661
Cachoeiro de Itapemirim: 38.936
Vitória: 31.873
Linhares: 31.855
Colatina: 26.578
São Mateus: 23.408
Guarapari: 23.194
Santa Maria de Jetibá: 16.735
Aracruz: 15.357
Nova Venécia: 13.816
São Gabriel da Palha: 13.506
Barra de São Francisco: 12.605
Domingos Martins: 11.334
Castelo: 10.731
Afonso Claudio: 10.445
Viana: 9.557
Baixo Guandu: 9.508
Marataízes: 9.093
Análise
“Manter o trânsito cada vez mais seguro é um desafio”
“O aumento da frota de motocicletas traz grandes desafios. Manter um trânsito cada vez mais seguro certamente é um deles, reduzindo o número de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas.
A segurança viária é o grande gargalo do País.
Infelizmente, as estatísticas estampam que inúmeras são as vítimas fatais, além das lesões corporais, pois as condutas caracterizadas pela imprudência, negligência e imperícia predominam no crescimento de acidentes.
Não podemos deixar de lembrar que o crescimento da frota também está atrelado ao número de serviços que vão desde motoboys fazendo entregas, bem como o de transporte individual de passageiros por aplicativos, que é importante para a geração de emprego e renda.
No entanto, além da regulamentação desse tipo de serviço pelos municípios, com regras claras, também é preciso uma formação mais completa dos motociclistas.
Eles precisam aprofundar seus conhecimentos nas técnicas de pilotagem defensiva, legislação de trânsito, regras de circulação e manutenção preventiva das motocicletas.
Assim, podemos construir um trânsito cada vez mais consciente e seguro”.
- Everson Vieira de Souza, presidente da Comissão Estadual de Direitos de Trânsito da OAB-ES
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