'Na doença e na saúde': mulher descobre que é compatível e doa rim para o marido
Gérbia e Leomir estão juntos há 24 anos e, em março, passaram por um procedimento de transplante renal intervivo em um hospital de Vila Velha
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Um casal do Espírito Santo ressignificou o tradicional voto de casamento e, agora, vive uma nova fase: Gérbia e Leomir, que estão juntos há 24 anos, podem dizer que vivem o 'na doença e na saúde'. O marido, que agora se recupera de um transplante renal intervivo, recebeu o rim da própria mulher em um procedimento realizado em um hospital de Vila Velha.
“Eu acompanhei o processo de exames, hemodiálise e internação do meu marido. Passamos um período muito difícil juntos. Quando eu descobri que era compatível foi uma grande felicidade em poder salvar a vida dele!”, contou Gérbia, de 38 anos, ao relembrar os dias difíceis que passou ao lado do amado.
Em entrevista a reportagem da TV Tribuna/SBT, Leomir, hoje com 41 anos, contou que os primeiros sintomas apareceram em 2010, quando ele começou a apresentar picos de pressão alta e crises de asma. "Procurei o médico, fiz exames, mas era tratado como uma hipertensão normal. Em 2017, fiz exames mais específicos porque a pressão estava subindo mais, cada vez dando mais falta de ar", contou.
Com os resultados dos exames, Leomir descobriu que estava perdendo proteína pela urina e recebeu o diagnóstico de disfunção renal. O momento crítico da doença ocorreu em 2022, quando ele sofreu o maior pico de pressão até então e soube que apenas 10% dos seus rins funcionavam.
Leomir precisou, então, começar a passar por sessões de hemodiálise, que duravam três horas cada e precisavam ser repetidas três vezes por semana. Por causa da doença, ele precisou se afastar do trabalho. "Aí começa a luta. Mobiliza muita gente, é sofrimento para a família, é muita coisa que vem na cabeça", relembrou.
Quando ele entrou na fila para o transplante, veio a surpresa: a pessoa mais compatível para a doação era a própria mulher, Gérbia. O procedimento, que aconteceu no último dia 26 de março, foi um sucesso — após uma preparação muito rigorosa.
“Atualmente, cerca de 1.000 pessoas estão à espera de um rim no Espírito Santo. Mas essa fila é para doadores falecidos. Talvez, o que muita gente ainda não sabe é que existe a possibilidade de fazer um transplante, com muita segurança, entre paciente e doadores vivos”, explicou Bruno Majevski, coordenador do centro transplantador do Hospital Evangélico de Vila Velha.
Segundo o hospital, antes do procedimento é feito uma avalição pela equipe multiprofissional e os primeiros exames, que são de compatibilidade. Em seguida, são realizados exames de sangue e imagem no receptor e doador.
Ainda em recuperação, Gérbia e Leomir vivem a nova fase com alegria e gratidão. "O temporal passou, agora tem que vir a bonança. Temos que seguir a vida e fazer as coisas acontecerem e ser feliz", refletiu.
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