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Cidades

Moradores tiram dúvidas sobre mudanças no trânsito em Vitória

Plano Mobilidade Leste, que inclui mudanças nos acessos à 3ª Ponte, teve início nesta segunda-feira com obras que visam melhorar a fluidez nas vias


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Imagem ilustrativa da imagem Moradores tiram dúvidas sobre mudanças no trânsito em Vitória
Moradores da Praia de Santa Helena têm dúvidas sobre as obras |  Foto: Leone Iglesias / AT

Com a promessa de melhorar o fluidez do trânsito nos acessos à Terceira Ponte e em bairros da região, as obras do chamado Plano Mobilidade Leste foram iniciadas nesta segunda-feira (03).

Mas, além da expectativa de reduzir as retenções no trânsito – principalmente nos horários de pico –, as obras também têm causado dúvidas entre moradores da Praia de Santa Helena, em Vitória.

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Um grupo, que já tem mais de 100 pessoas, busca entender mais sobre o projeto e sobre o que mudará na prática, não apenas para condutores que passam por lá, mas para os moradores do local.

Diante da preocupação, o secretário de Obras de Vitória, Gustavo Perin, tirou algumas das dúvidas sobre como ficará a região durante as obras e após a conclusão.

O Plano Mobilidade Leste, da Prefeitura de Vitória, criará novos acessos à Terceira Ponte, e aos bairros da Ilha do Boi, Ilha do Frade e Praia do Canto. A obra terá duração de um ano e investimento de R$ 41,9 milhões, e 21 intervenções viárias no período.

As melhorias incluem pavimentação, sinalização, drenagem, baias de ônibus e faixas adicionais.

A professora da Ufes aposentada Virgínia Albuquerque, de 71 anos, disse que mora há nove anos na Praia de Santa Helena e foi surpreendida pelas obras.

“Assim como eu, vários moradores desconheciam o projeto. Nos últimos dias criamos um grupo no WhatsApp em que manifestamos as nossas preocupações, dúvidas e a vontade de entender melhor o que seria feito”.

Eles chegaram a marcar uma reunião com um técnico da prefeitura para essa semana.

“Realmente há congestionamento de veículos na região, mas nossa preocupação é que o projeto leve em consideração apenas a maior fluidez viária, sem pensar em pedestres e moradores”.

Outra moradora, Maria Elisa Melo de Queiroz, de 80 anos, destacou que a mudança no sentido da rua Almirante Soído é a que causa maior preocupação.

“Com o trânsito invertido para a Pracinha do Cauê, teremos só uma opção de saída. Queremos entender melhor, pois não tenho conhecimento geral da alteração do trânsito”.


Conheça os questionamentos

1- Como vão ocorrer as obras na região?

Segundo o secretário municipal de Obras, Gustavo Perin, o recapeamento asfáltico será feito no período noturno, entre 22h e 5h. Seguirá o que está sendo feito em vários pontos cidade, com o Asfalto Vix.

No caso das obras de mudanças geométricas – como alterações em canteiros ou outras intervenções no traçado das vias – o secretário enfatizou que serão feitas durante o dia, com sinalização e acompanhamento da secretaria municipal de Trânsito e da Guarda Municipal, verificando o fluxo.

“Claro que sempre que há obras, parte da via sofrerá um estrangulamento, mas são várias frentes de obras, com intervenções pontuais e rápidas em cada ponto”.

2- Por que as mudanças estão sendo feitas?

No caso das vias de acesso à Terceira Ponte, Perin reforçou que o objetivo é melhorar a fluidez de toda a região. Condutores e moradores da região de Praia de Santa Helena se queixavam dos congestionamentos na região.

Com a mudança, a rua Duckla de Aguiar, por exemplo, passa a ser mão única no sentido praça do pedágio, com quatro faixas de veículos. Ela será acessada tanto por quem trafega pelas avenidas Desembargador Santos Neves e César Hilal.

Já a rua Almirante Soído, que hoje é mão única saindo da Pracinha do Cauê até a Duckla de Aguiar, passará a ter o sentido invertido, saindo da Duckla de Aguiar e chegando na Pracinha do Cauê.

3- Pelo projeto em execução, o que muda na Praça do Cauê?

A Praça do Cauê, em si, não vai mudar. O projeto não prevê abertura para passagem de veículos pelo meio dela. A intervenção prevista, segundo o secretário de Obras é a criação de mais uma faixa de tráfego no entorno da praça, reduzindo o raio das esquinas.

Para isso, uma nova calçada no padrão cidadã será feita no entorno da praça. “O projeto proporciona que tenhamos três faixas em todos os vértices da praça”.

4- Como ficam os estacionamentos da região?

O secretário Gustavo Perin explicou que o trecho da rua Almirante Soído, que fica entre a Praça do Cauê e a rua Duckla de Aguiar, vai ter ainda mais vagas de estacionamento, já que hoje são paralelos à calçada.

Com a mudança, passará a ter vagas em 45 graus. “A ampliação será maior do que as oito vagas de estacionamento que estão sendo retiradas da rua Duckla de Aguiar”.

5- A obra já leva em consideração a retirada das cabines do pedágio da Terceira Ponte?

A questão das cabines ainda está em fase de análise junto com a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).

“O que estamos fazendo é disciplinar o nosso fluxo de Vitória para a Terceira Ponte. Quem chega pela rua Duckla de Aguiar terá as faixas certas em direção à Ponte, sem que haja um conflito de vias. É claro que além do investimento feito na ampliação da capacidade da ponte, nós estamos melhorando o fluxo em Vitória, assim como em Vila Velha deve ser feito também. Ou seja, é um conjunto de intervenções que vai proporcionar essa melhoria na mobilidade”.

6- O que será feito para garantir que os moradores da região da Praia de Santa Helena não sejam prejudicados com as intervenções, já que levam em consideração a fluidez no trânsito? Como fica a segurança para os pedestres?

Gustavo Perin ressaltou que o grande fluxo e retenções no trânsito tem sido motivo de queixas constantes de moradores da região, principalmente no horário de pico de manhã e no final do dia. Moradores de pontos como a ladeira Helio Ferraz e quem vive próximo à Padaria Monza, por exemplo, afirmam que ficam impedidos de sair nesses horários. Ele destaca que as mudanças são para organizar o fluxo, transformando a rua Duckla de Aguiar em uma via arterial, como uma continuação da avenida César Hilal.

Ele garante que o projeto contempla toda segurança aos pedestres, com sinalização, tanto durante a obra quanto após a entrega.

7- Tem alguma intervenção no projeto que demandará mais tempo de obra física?

As obras são basicamente mudanças nos traçados, sentidos de vias e algumas adequações em canteiros centrais, por exemplo, de acordo com o secretário de Obras.

De todos os 21 pontos de mudanças que contemplam o Plano de Mobilidade Leste, Perin explicou que a intervenção mais significativa é a nova via que será construída no Monumento do Imigrante, que proporcionará um novo acesso à Ilha do Boi e à Curva da Jurema.

8- Quando todas as obras do Plano de Mobilidade Leste ficarão prontas?

Todas as 21 intervenções pontuais que estão sendo feitas têm o prazo de um ano para serem concluídas, mas serão feitas por etapas, por isso cada uma vai começar e ser finalizada em períodos distintos. Segundo o secretário de obras, é possível que as obras físicas sejam concluídas antes, em cerca de oito meses.

“A partir disso, ainda será necessário um período para iniciar a operação, com período de orientação por parte da Guarda Municipal, de adaptação dos condutores”.

9- A obra muda algo para os ciclistas acessarem a Terceira Ponte?

Não. Os pontos que atualmente têm ciclovia serão mantidas.

10- As mudanças devem alterar o trajeto de entrada e saída do bairro para quem vive na Praia de Santa Helena?

Para o secretário Gustavo Perin, alguns moradores podem ter que alterar o trajeto, por exemplo, com a inversão do sentido da rua Almirante Soído. No entanto, ele destaca que eles ganharão agilidade com a melhoria na fluidez. “Entendo que toda mudança precisa de um tempo para adaptação, mas é uma obra em que todos sairão ganhando com a menor lentidão”.

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