Médicos dão dicas de como manter uma boa memória
Atividades físicas, boa alimentação, aprender uma nova língua ou um instrumento e fazer palavras cruzadas são aliados do cérebro
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Em 1940, uma pessoa ao completar 50 anos tinha uma expectativa de viver mais 19 anos, chegando, em média, aos 69 anos. Já em 2022, a esperança de vida para uma pessoa nessa faixa etária seria de 31 anos, chegando a 81 anos.
Hoje é comemorado o Dia Nacional do Idoso, e não basta viver mais, é preciso ter saúde e boa memória, segundo especialistas. Atividades físicas, boa alimentação, aprender uma nova língua e instrumento, e até mesmo as palavras cruzadas são aliados para a saúde do cérebro, listam os médicos.
“O que temos de concreto na literatura, o que faz com que evitemos quadros demenciais, são as atividades físicas tanto aeróbicas quanto anaeróbicas”, aponta o neurologista Daniel Escobar.
Além disso, segundo o médico, a dieta mediterrânea já foi comprovada que ajuda na prevenção das demências. “Nos pacientes que se alimentam desta dieta, baseada em frutas, verduras, legumes, peixe, pouca carne vermelha e bastante azeite, a prevalência de demência é menor”.
Dormir bem também está na lista dos cuidados para o cérebro. “É a noite que a gente depura uma série de substâncias do cérebro, e descansamos a mente. É importante também o manejo do estresse, realizando atividades satisfatórias, e evitando qualquer coisa que possa agredir o cérebro, como o tabaco”, recomenda o geriatra Roni Chaim Mukamal.
Com tanta tecnologia à disposição, o geriatra destaca que ela também pode ser uma aliada para a boa memória.
“A própria interação pelo celular, pelas redes sociais, também pode ser uma forma de o idoso interagir. O uso de realidade virtual e de jogos, que também envolvam realidade virtual, podem fortalecer o cérebro e as funções cognitivas”.
Mariana Grenfell, neurologista da Rede Meridional, frisa que quanto mais atividades a pessoa puder fazer para manter o cérebro ativo, melhor.
“Palavras cruzadas, xadrez, sudoku, realizar contas, fazer leituras e jogos que desafiam o cérebro são muito bons. Algo muito positivo também é aprender uma língua estrangeira, sendo que isso já tem comprovação científica”.
Outro ponto benéfico para o idoso, segundo a médica, é a socialização.
“A solidão é um fator de risco para quadros depressivos, o que pode contribuir para a piora da memória. Ter o contato com pessoas da mesma faixa etária e mesmo objetivo de vida é recomendado”.
Os números
624 mil pessoas no Estado têm mais de 60 anos; 152 mil idosos trabalham; 80% da população têm medo de desenvolver demência.
Mente ativa
Nada de rotina monótona! O representante comercial e autônomo Luiz Gonzaga Ferreira, de 73 anos, contou que tem um dia a dia bastante ativo, de domingo a domingo.
Ele acorda cedo, faz academia, dá comida aos passarinhos, anda no calçadão e também trabalha.
Em seu serviço, faz cálculos da empresa na planilha de seu computador e disse que costuma usar a calculadora apenas para ver se a conta está correta.
“É um hábito meu fazer os cálculos para reforçar a memória”.
Memória ruim
De acordo com a neurologista da Rede Meridional Mariana Grenfell, a dificuldade de memória pode acontecer por diversos fatores e atinge outras faixas etárias além da terceira idade.
Transtornos de humor, depressão, ansiedade, são alguns exemplos. Segundo ela, quem tem esse tipo de quadro, acaba não prestando atenção nas coisas, e, assim, fica mais difícil para se lembrar.
Ela também explicou que em idosos, o envelhecimento é um dos fatores de risco da demência, e a memória é atingida com isso.
Dicas para ter boa memória
Jogos
Palavras cruzadas, sudoku, jogos de cartas. É importante que sejam conteúdos desafiadores, que estimulem o pensamento. Jogos tecnológicos e interação pelo celular também ajudam o cérebro.
Leitura
O hábito de ler regularmente é uma prática positiva. Fazer contas matemáticas também é positivo.
Especialistas afirmam que o nível de escolaridade é um fator a ser considerado, pois quanto mais escolaridade, maior a reserva cerebral do indivíduo.
Socializar
A socialização é muito positiva, pois a solidão é um fator de risco para quadros depressivos, o que pode contribuir para a piora da memória.
Evitar fatores de estresse é outra dica para a saúde da mente.
Idioma
Aprender um novo idioma é uma ação positiva e que já tem comprovações científicas. Ao estudar o novo idioma, o cérebro da pessoa é estimulado.
Alimentação
O cérebro é um órgão que consome muitos nutrientes, portanto, uma alimentação rica em antioxidantes, em vitaminas do complexo B, vitamina C, em proteína, com frutas, verduras, boas fontes de gordura e boa hidratação ajudam a nutrir o cérebro.
Além disso, atividades físicas, aeróbicas e anaeróbicas, são aliadas da mente.
Fonte: Especialistas consultados.
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