Grávida, mulher de comerciante morto em acidente lamenta: "Continuar o legado"
Natássia Oliveira, era casa com Silvio Cesar Oliveira há três anos e está grávida do comerciante

O comerciante Silvio Cesar Oliveira, 58, foi uma das 715 vítimas fatais do trânsito no Espírito Santo apenas neste ano. A fatalidade aconteceu na última quarta-feira (8), por volta das 15 horas, quando Oliveira foi atropelado por um caminhão de coleta de lixo da prefeitura, em um cruzamento do bairro Jardim Atlântico, na Serra, enquanto pilotava uma motoneta.
Silvio era conhecido entre os vizinhos pelo bom humor e pela dedicação ao trabalho. Deixa quatro filhos do primeiro casamento e uma nova família que começava a formar. A atual esposa, Natássia Oliveira, com quem era casado há três anos, está grávida do comerciante.
A viúva, Natássia Oliveira, contou que o casal morava em Jacaraípe, onde administravam juntos o Jet Chicken, comércio que completaria dois anos em novembro. Grávida do comerciante, ela relata que o marido era “um ser humano maravilhoso, que ajudava todo mundo”, e afirma que pretende dar continuidade ao trabalho dele. “Vou continuar o legado dele. Semana que vem vou reabrir o Jet Chicken, e continuará sendo tão bom quanto antes”, disse emocionada.
“Vou continuar o legado dele”
A Tribuna — Onde vocês se conheceram?
Natássia Oliveira — Em Jacaraípe, onde morávamos desde então. Ele era de Rezende (RJ) e eu de Coronel Fabriciano (MG). Eu estou grávida dele, e ia fazer os exames para descobrir o sexo e a idade do feto nos próximos dias. Não fiz antes porque já perdi quatro bebês, e estava esperando um pouco para fazer novamente.
Há quanto tempo ele tinha o comércio?
O Jet Chicken completa dois anos no final de novembro. Fica em Jacaraípe. Ele era apaixonado, eu brincava que era a segunda esposa dele.
Eu sentia a falta dele porque ele estava trabalhando demais. Era um marido incrível, um ser humano maravilhoso, ajudava todo mundo e tinha muitos amigos.
Ele costumava dirigir moto com frequência?
Sim, tinha carteira e andava de moto desde que o conheci. No sábado eu caí com aquela motoneta, e disse que não queria mais, porque é perigoso. Ele disse então que levaria para fazer entregas. Ele estava sem motoboy para economizar, porque as coisas não estavam fáceis.
Qual foi o último momento em que falou com ele?
De manhã cedo. Ele estava tomando café, eu dei bom dia, mas ele estava atrasado para o trabalho, saiu buzinando para me dar tchau. Ele trazia almoço todo dia para mim, mas naquele dia eu disse que não precisava, então ele emendou no trabalho. No momento do acidente, estava levando uma encomenda para um cliente.
Como você descreve o seu esposo?
O melhor marido do mundo, ninguém conseguia ser melhor. Digo porque já fui casada. Ele me tratava como uma princesa, me amou demais. E eu vou continuar o legado dele. Semana que vem vou reabrir o Jet Chicken, e continuará sendo tão bom quanto antes.
Gostaria de deixar uma mensagem para motociclistas?
Tenham cuidado, porque a sua vida é preciosa. Não se mate de trabalhar, porque nunca conseguiremos tudo o que queremos. O meu marido era 'imparável', muito trabalhador. Mas estava exausto, precisando de descanso, de férias.
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