Empresário revela emoção na volta ao local onde vendia salgado
Jaines Bragança, que saiu na capa de A Tribuna aos 12 anos, conta que teve a sensação de “dever cumprido” ao visitar centro de Vitória
Escute essa reportagem
Um novo reencontro com o passado. O empresário Jaines Bragança, de 46 anos, voltou ao local, no centro de Vitória, onde ficava o ponto de ônibus em que ele vendia salgados quando tinha apenas 12 anos.
O reencontro ocorreu durante uma reportagem da TV Tribuna e foi definido pelo empresário como “uma sensação de dever cumprido”. Jaines foi fotografado por Romero Mendonça no centro de Vitória segurando sua cesta com cafezinho e salgados, que ele vendia antes de ir para a escola.
Era uma manhã fria de 16 de julho de 1990 e a foto do menino em meio à multidão, olhando para a lente do fotógrafo, foi capa da edição do jornal A Tribuna do dia 17.
Na edição do último dia 04, a reportagem contou sobre a busca do empresário pela capa de 1990, que contava a história de quando era criança. Foram 14 anos até conseguir a tão sonhada imagem.
“Essa imagem é de quando eu tinha 12 anos e é bem mais que uma simples foto. Ela materializa uma fase extraordinária da minha vida e da qual eu não tinha nenhum registro. A realidade daquela época era bem diferente e os tempos eram outros. Essa foto não é sobre trabalho infantil ou sobre dificuldades, mas é sobre superação, foco, metas e sonhos, determinação e resiliência”, afirmou Jaines, na ocasião.
O empresário construiu uma casa para os pais quando estava na faculdade. Ele é casado, pai de três filhos e dono de 57 empresas.
“Quando comecei a caminhar no Centro fui relembrando dos momentos, do caldo de cana, me reconectando com o local”, diz.
O ponto de ônibus onde o pequeno Jaines, de 12 anos, vendia seus salgados, que ficava atrás dos Correios da Jerônimo Monteiro, hoje não existe mais. “No lugar, tem vendedores de tapetes, está diferente”.
A reportagem, exibida no Tribuna Notícias 1ª Edição (TN1), emocionou toda a família. “Assisti com minha esposa e meus filhos e todos nós choramos”, disse.
E teve repercussão nacional, sendo exibida na tarde desta terça (18) no programa “Tá na Hora”, do SBT.
Jaines Bragança, empresário: “Seja temente a Deus e corra atrás”
O empresário Jaines Bragança, 46 anos, conversou com a reportagem de A Tribuna após voltar ao local, no centro de Vitória, onde vendia salgados, café e picolé quando era criança.
A Tribuna – Como foi para o senhor voltar ao local onde vendia salgados?
Jaines Bragança – "Foi um reencontro com a história. Eu fiquei ali, onde era um ponto de ônibus, atrás dos Correios da Jerônimo Monteiro, até meus 12 anos.
Sempre estudando, sempre trabalhando. Eu levantava 5 horas por vontade própria, não era imposição dos meus pais.
Dia quente eu vendia picolé, nos dias frios a minha avó fazia cafezinho, eu enrolava numa sacola de arroz, colocava dentro da minha caixa de picolé, depois eu passava no ponto final do bairro onde eu morava, em Castelo Branco, acordava a Dona Maria salgadeira, a gente ia para a beira do fogão à lenha para fritar os salgados, e 7 horas eu já estava no centro de Vitória.
Vendia os salgados, depois eu voltava para casa para estudar. Então, depois continuei meus estudos, minha mãe começou a trabalhar no Colégio Nacional, ganhei uma bolsa, fiz o curso de Engenharia Elétrica na Ufes.
Eu passava aqui em frente. Mas tem mais de 30 anos que não parava para vir aqui onde vendia os salgados antes."
- Quais foram seus sentimentos ao revisitar aquele local?
"Eu cheguei e me vi naquele local. É como se estivesse revivendo, me ambientando. Só revivi coisas boas. Tive uma sensação de dever cumprido."
- Quais foram as maiores diferenças que notou?
"O ponto de ônibus, que foi capa de A Tribuna, acabou. O comércio, a circulação de pessoas, não são como há 34 anos naquele local específico. Hoje lá são vendidos tapetes."
- Desde quando o carro parou, você pensou como seria estar novamente ali?
"Eu e a equipe da TV Tribuna estacionamos e tivemos que andar um pouco para chegar até o local. Quando comecei a caminhar, fui relembrando dos momentos, do caldo de cana, me reconectando com o local. Vejo como uma experiência muito positiva, percebo o quanto as coisas melhoraram e o quanto evoluí.
Eu fiz um balanço de vida. Passou uma recordação na minha cabeça, como pai, pessoa e profissional. Valeu muito a pena."
- O que você diria para os meninos de 12 anos de hoje?
"Estude muito, se esforce, estabeleça metas bem claras. Seja temente a Deus e corra atrás dos seus objetivos."
MATÉRIAS RELACIONADAS:
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Comentários