X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Coral invasor é ameaça em navio afundado no ES

Partes do navio afundado Victory 8B quebraram e foram tomadas pelo coral-sol, que ameaça toda a biodiversidade marinha


Imagem ilustrativa da imagem Coral invasor  é ameaça em navio afundado no ES
A ilha escalvada, em Guarapari, é onde o coral-sol (destaque) que invadiu o espaço da vida marinha do navio afundado Victory 8B |  Foto: Roberta bourguignon e Bruno Felipetto

Depois das tempestades que atingiram Guarapari no início deste ano, o navio afundado Victory 8B, que fica no fundo do mar em frente à Ilha Escalvada, acabou quebrando. Nessa ruptura, muitas partes da embarcação foram tomadas por um coral que ameaça a biodiversidade marinha no local.  

A espécie já foi identificada e se trata do coral-sol, de cores fortes que vão do laranja ao amarelo, e tem uma beleza que engana, mas não é nativo da região e, por isso, preocupa os mergulhadores que visitam o navio no fundo do mar.

Veja mais notícias sobre Cidades aqui

Eles temem que o maior recife artificial de peixes da América Latina possa desaparecer por causa da invasão do  coral-sol.

Imagem ilustrativa da imagem Coral invasor  é ameaça em navio afundado no ES
Mergulhadores sobre o local do naufrágio |  Foto: Roberta bourguignon e Bruno Felipetto

A invasão de espécies não nativas em todo o mundo é considerada a segunda maior causa da perda de biodiversidade. 

“Quase todas as partes do Victory foram tomadas pelo coral-sol e é uma coisa perigosa para as espécies de Guarapari, porque onde esse coral chega, mata outras espécies nativas. Então existem vários relatos de que onde ele chega, destrói tudo”, explicou o empresário e instrutor de mergulho, Bruno Filipetto. 

Exótica 

 O biólogo capixaba e mestre em biologia animal, Daniel Gosser Motta, esclareceu que o coral consegue se propagar e crescer mais rápido do que muitas espécies que vivem nos recifes, além de ser capaz de resistir às variações de temperaturas e conseguir se aderir a todos os tipos de substratos, incluindo naufrágios, píeres e recifes artificiais.

Onde se propaga, o coral ainda possui uma defesa química eficaz contra outros corais nativos, destruindo os tecidos deles e, desse modo, acabando com a biodiversidade marinha, porque os peixes, naquele ambiente, vivem e se alimentam dos nutrientes que os corais já destruíram. 

“O coral-sol é considerado uma espécie exótica invasora, pois não é uma espécie nativa do nosso território e conseguiu se estabelecer, se propagar e causar um grande impacto ecológico, tornando-se assim uma praga”, afirmou o especialista.

 E concluiu: “Espécies exóticas invasoras possuem vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de predadores naturais, ameaçando a sobrevivência das espécies nativas”, explicou Daniel Gosser Motta.

Local atrai turistas de vários países

Imagem ilustrativa da imagem Coral invasor  é ameaça em navio afundado no ES
Bruno Felipetto pede ajuda para salvar vida marinha do navio Victory 8B |  Foto: Roberta bourguignon

O navio Victory 8B comemorou, neste mês, 20 anos de afundamento. Foi por causa desse navio que Guarapari possui o título de maior recife artificial de peixes da América Latina e o local atrai turistas de vários países.

A embarcação no fundo do mar possui 89,77 metros de comprimento e foi afundada de forma controlada a quase 40 metros de profundidade, em frente à Ilha da Escalvada, a 12 quilômetros da orla da cidade, depois de 500 dias de limpeza.

O navio estava abandonado no Porto de Vitória depois de ser apreendido pela Companhia Vale a  pedido do Banco Central da Grécia.

Com autorização do Ministério do Turismo (MTur), avaliação do Ibama, Instituto Chico Mendes  (ICMBio) e Marinha do Brasil, pôde virar o berçário de centenas de espécies de peixes e é atração para turistas de todas as partes do mundo.

“Milhares de turistas de todo o mundo visitam a cidade só para conhecer o navio de perto. O Victory é uma atração superimportante para Guarapari, uma vida marinha abundante foi atraída pelo navio, e é uma conquista que a cidade teve, e temos muito o que comemorar nesses 20 anos”, explicou o empresário e instrutor de mergulho Bruno Felipetto.

Porém, essa biodiversidade está ameaçada, após o surgimento de uma espécie exótica, o  coral-sol

“Acredito que,  neste momento, vamos precisar de ajuda na área ambiental, para que possamos liberar o Victory desse coral invasor”, afirmou Felipetto.  

Até o momento, o coral-sol já invadiu costões rochosos do litoral de cinco estados brasileiros, sendo o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Bahia.

Ministério do Meio Ambiente cria grupo contra espécie invasora

Em decorrência do aumento do coral-sol na costa brasileira e da preocupação com os impactos ambientais no processo de invasão, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) criou planos nacionais de prevenção, controle e monitoramento da espécie no Brasil, para salvar a biodiversidade marinha onde foi identificado o invasor. 

A equipe técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) elabora, desde 2016, o Plano Coral-sol, com o objetivo de realizar monitorias de como combater a espécie.

“O Grupo de Trabalho Coral-Sol visa fornecer assessoramento técnico e coordenar a elaboração do plano de controle e monitoramento da bioinvasão do coral-sol”, destaca o biólogo Daniel Gosser Motta. 

Segundo ele, foram estabelecidas medidas de manejo que, por meio de métodos mecânicos, químicos ou biológicos, reduzem a abundância e/ou densidade de uma espécie exótica invasora para minimizar seu crescimento populacional, dispersão e impactos e, sempre que desejável e possível, a erradicação de populações do coral-sol.

O coral-sol é nativo dos oceanos Índico e Pacífico, e existem duas espécies registradas no Brasil, Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis. Ambas vieram  por meio de uma plataforma de petróleo que chegou na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em 1980.

O problema, segundo o biólogo, é que não houve  estudos sobre o animal, que se espalhou. Outros navios podem ter trazido o coral. 

“O coral deve ter vindo em navios que não esvaziaram as suas águas de lastro na região oceânica e sim no litoral, facilitando com que as larvas desse coral se fixassem por aqui. Agora ele precisa ser combatido o quanto antes”.  

Leia mais:

Contorno de Jacaraípe vai ter ciclovia de 8 km

Novo remédio impede avanço do Alzheimer

Repartições públicas do ES vão liberar funcionários nos jogos da Copa feminina

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: