Aquaviário está de volta após 20 anos
Novo sistema começa a operar amanhã com duas embarcações em três terminais para ligar as cidades de Vitória, Vila Velha e Cariacica
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Foram 20 anos sem operação do sistema aquaviário na baía de Vitória. Mas agora a espera acabou. O novo Aquaviário, que liga Vila Velha, Vitória e Cariacica, está de volta e começa as operações amanhã com duas embarcações em três terminais.
A primeira inauguração do aquaviário foi em dezembro de 1977, com uma embarcação chamada Garça, com terminais em Paul, em Vila Velha, e no centro de Vitória. Entre idas e vindas, a última operação do sistema foi em 2003.
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“Desde sempre existiu o transporte aquaviário ligando Vitória e Vila Velha, principalmente com os catraieiros. Mas, em 1977, foi inaugurado o aquaviário como uma política pública de transporte urbano”, conta a arquiteta urbanista Priscila Ceolin.
Ela lembra que o sistema funcionou muito bem durante anos, mas que, com as mudanças e construções de pontes na Grande Vitória, a prioridade de transporte público ficou com o Sistema Transcol.
“Muitas pessoas têm boas lembras do aquaviário, mas na época ele não tinha ligação com os ônibus e foi isso que causou o gargalo do sistema e, nesse processo, entrou em desuso”.
Porém, a nova versão do Aquaviário terá integração com o Sistema Transcol, e o usuário vai ter até 1h30 para fazer as baldeações entre os modais, como explicou o subsecretário de Mobilidade Urbana, Leo Carlos Cruz.
“Nesses 20 anos, o Aquaviário virou um sonho de consumo da população da Grande Vitória, principalmente com o agravamento do trânsito. A retomada do Aquaviário acabou sendo um pedido recorrente”.
Quem teve a oportunidade de acompanhar o funcionamento do aquaviário na década de 1970 vai se lembrar dos famosos terminais no Porto de Vitória, Paul e Dom Bosco. Mas, segundo secretário, ainda não há previsão para que esses terminais voltem ao sistema.
“A estação da Praça do Papa, em Vitória, é um local novo, que não tinha estação. Temos um projeto para a implantação de uma nova estação na Rodoviária de Vitória, que tem uma maior integração”.
Para o mestre em Arquitetura Heliomar Venancio, o aquaviário é um modal fundamental para a mobilidade urbana.
“Não há onde mais construir, e a baía de Vitória é uma grande avenida que liga a região metropolitana e integra três municípios, que precisa ser explorado com sabedoria. Acredito que a reativação será muito boa”, destaca.
Memórias de moradores
Enquanto a população está na expectativa do novo Aquaviário, que começa a funcionar amanhã, moradores relembram como era andar no transporte nas décadas de 1980 e 1990.
Em Porto de Santana, Cariacica, onde haverá uma estação, o aposentado Carlos Alberto Rodrigues Rocha, de 65 anos, mais conhecido como Carlão, nascido e criado no bairro, relembra como era a área antes da implantação do primeiro aquaviário, na década de 1980. O atual foi construído no mesmo local do antigo.
“Essa região do aquaviário de Porto de Santana pertencia a Vitória. Aqui funcionava o Matadouro Municipal de Vitória. Toda a carne do Estado chegava aqui e ia para a capital”, relembra.
Depois de um tempo, o primeiro sistema aquaviário foi construído no lugar do matadouro. “Era algo muito bem projetado e funcionava corretamente. A gente saía daqui e chegava em Vitória em 10, 15 minutos. Na época, eu tinha 17 anos e ia para a escola, para o cinema, no centro da cidade, e para o Convento da Penha”, contou.
Em Vitória, o aposentado Calixtro Ribeiro das Neves, 67, também já andou no antigo aquaviário e está na expectativa de pode fazer a viagem novamente.
“Naquela época, facilitava muito a nossa vida. Era muito rápido sair de Vitória para Vila Velha”.
Sistema já teve 11 embarcações
História do aquaviário
O transporte hidroviário sempre foi um ponto forte na história do Espírito Santo. O aquaviário público ligando Vila Velha, Vitória e Cariacica foi criado em 1977.
A primeira embarcação teve o nome de Garça. O sistema chegou a ter 11 embarcações para três linhas.
Em janeiro de 1981, o aquaviário da Grande Vitória tinha demanda diária de 55 mil pessoas, com estações em Paul e no Centro de Vitória. Chegou a transportar 5 milhões de pessoas por ano.
Entre idas e vindas do sistema, ele foi encerrado em 2003.
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